Processos Músico-Instrumentais - PROMUSI
Luigi Antonio Irlandini, compositor e instrumentista (piano e shakuhachi) nascido no Rio de Janeiro, é professor na UDESC em Florianópolis desde 2010, onde ensina Harmonia, Contraponto, Análise, Composição e Estética. Sua atividade de pesquisa se concentra nos processos composicionais e poéticas da Música Nova em que se verifica a presença de conteúdos não-ocidentais, não só do ponto de vista da estrutura e temporalidade musicais como nos aspectos filosóficos, estéticos e simbólicos. Recentemente, Irlandini tem se concentrado na interface da composição contemporânea com a música tradicional japonesa gagaku e honkyoku (shakuhachi solo), tanto na composição quanto na performance. Dentre os Mestres orientados por Irlandini na UDESC destacam-se as dissertações analíticas sobre obras de compositores da Música Nova como George Crumb, Marlos Nobre e Steve Reich. As músicas de Irlandini tem sido ouvidas no Brasil, Itália, Estados Unidos, Japão, Argentina e Holanda. Em 1985, Egberto Gismonti produziu o LP Azul e Areia, de improvisações pianísticas de Irlandini para o seu selo CARMO. Durante atividade de pós-doutorado, entre 1999 e 2002, Irlandini foi pesquisador no Center for Research in Electronic Art and Technology (CREATE) e no Departamento de Música da University of California, Santa Barbara (UCSB). Foi também Lecturer na mesma instituição, UCSB, lecionando disciplinas de composição e música do século XX para alunos de graduação e pós-graduação em 1998 e 1999, e compositor visitante na Jacobs School of Music da Indiana University, Bloomington, em 2007, onde lecionou composição para alunos de mestrado, realizou recital/palestra, e teve diversas obras apresentadas em recital monográfico e outros concertos na mesma ocasião. Estudou composição com Hans-Joachim Koellreutter, no Rio de Janeiro; Franco Donatoni, em Biella e em Siena (Accademia di Musica Chigiana) na Itália; Stephen L. Mosko e Brian Ferneyhough na California. Estudou piano clássico no Rio de Janeiro com Estela Caldi, Luiz Henrique Senise e Nereida Nogueira. Titulação: Doutorado (Ph.D.) em Composição pela University of California, Santa Barbara, UCSB, 1998; Mestrado (M.F.A.) em Composição pelo California Institute of the Arts, CalArts, Valencia, California, 1990; Bacharelado (B.M.) em Piano – Performance, pela Universidade do Rio de Janeiro, UNI-RIO, 1987.
Na música de certas tradições musicais não-europeias e ocidentais antigas, o devir temporal, linear e diacrônico produzido pela escuta atenta da música parece que pára ou retorna sobre si mesmo. Trata-se da música como uma experiência de um tempo circular. O círculo é um símbolo para o tempo estático porque o seu todo é percebido instantaneamente como fechado em si mesmo, completo, permanente, instantâneo, eterno. Mas, ao percorrermos com o olhar a linha de sua circunferência, teremos a impressão daquilo que é recursivo, pois, a linha nos leva inúmeras vezes de volta ao ponto inicial. Com a repetição, a recursividade acaba por produzir os efeitos de estaticidade e permanência iniciais do círculo. As temporalidades estáticas passam a ser comuns na composição ao longo do século XX. Com o avanço da etnomusicologia e sua crescente influência na composição a partir dos anos 1960, as temporalidades circulares musicais de outras culturas também passaram a ser pontos de referência para alguns compositores da Música Nova. Este projeto de pesquisa propõe um aprofundamento nas temporalidades circulares da música tradicional japonesa e da música de concerto dos séculos XX e XXI. O projeto inclui também, em sua produção artística, a criação de novas composições e sua performance nas quais se verificam temporalidades cíclicas, circulares e espirais.
Início: 2019
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