Com as mudanças transformações significativas realizadas no campo da comunicação e disseminação da informação e conhecimento, a popularização e o acesso a novos mecanismos de comunicabilidade, ampliaram-se as possibilidades que um crescente número de pessoas e coletivos dispostos a produzir, trocar e disseminar conteúdos. Neste cenário, as produções audiovisuais passam a ganhar espaço em setores alternativos e populares. Para os povos indígenas, a apropriação dos meios de comunicação, sobretudo os de produção audiovisual, emergem como canais expressivos para a preservação da
memória coletiva, patrimônio cultural e espaços-tempos de resistências. A partir das produções da mestra e doutoranda indígena Walderes Coctá Priprá de Almeida, que fundamentam os estudos sobre “O Mõg como instrumento pedagógico na educação
escolar indígena: uma experiência Laklãnõ/Xokleng” na sua graduação em Licenciatura Intercultural Indígena, da dissertação de Mestrado “Lugares de acampamento e memória do Povo Laklãnõ/Xokleng e dos estudos atuais no Doutorado direcionados para a memória e patrimônio cultural do Povo Laklãnõ/Xokleng, a proposta do audiovisual é adensar as ações afirmativas direcionadas para visibilização das culturas indígenas, narrativas historiográficas e produções de saberes ancestrais por meio da socialização e gestão da informação e conhecimentos de memória e patrimônio cultural. Dentre elas, se destaca a Lei 11.645/2008, que ao alterar a Lei 10.639/2003, acresce a obrigatoriedade do estudo dos povos indígenas ao estudo das populações africanas e afro-brasileiras em todo o Brasil.
Amparados nos estudos e saberes Laklãnõ desenvolvidos pela pesquisadora Walderes Coctá Priprá de Almeida, a proposta dialoga com as reflexões do historiador Casé Angatu, do povo Tupinambá, que entende a universidade como um espaço potente de diálogo e
fortalecimento dos saberes indígenas, amparados na citada lei, e em que “é imperativo enfrentar os descompassos entre ensino, produção do conhecimento e saberes/vivências indígenas” (ANGATU, 2015, p. 203).
Fundamentados nos estudos da pesquisa e das experiências vivenciadas pela autora, as ações dedicadas ao planejamento operacional que envolvem discussões teóricas e metodológicas sobre as relações étnico-raciais, racismo, branquitude, decolonialidade, pautas identitárias e lugar de fala, direcionadas para a produção de um audiovisual que contemple as narrativas culturais do Povo Laklãnõ/Xokleng em Santa Catarina, destacando suas memórias e patrimônio cultural, a qual pertence à autora, pautadas no protagonismo indígena, ampliando espaços de diálogo em que seus saberes, memórias e histórias sejam construídos efetivamente.
Projeto aprovado no Edital de Cultura 2023/2024: Memória e Patrimônio Cultural do povo Laklãnõ Xokleng em Santa Catarina
Coordenação: Profa. Dra. Soeli Francisca Mazzini Monte Blanco
Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no Portal da Universidade do Estado de Santa Catarina. Ao continuar navegando no Portal, você concorda com o uso de cookies.