Reuniões do MusiCS 2024
Coordenação: Cristina Emboaba/ Bolsistas:Lincoln Espíndola e Vinicius Manhães
Palestra e rodada de conversa com os professores. Dr. Humberto Amorim (UFRJ) e Dr. Paulo Martelli sobre Em busca do elo perdido: Quincas Laranjeiras e as partituras pioneiras para violão no Brasil
Sinopse: Um panorama geral das partituras para violão que foram produzidas ou circularam no Brasil desde a primeira metade do século XIX, entre manuscritos, impressos, revistas, álbuns e cópias, com foco na produção para violão solo de Joaquim Francisco dos Santos (1873-1935), o “Quincas Laranjeiras”. Do compositor, serão apresentadas 20 partituras e registros audiovisuais, 15 dos quais inéditos. Tangencialmente, a palestra também aborda a presença de peças para violão em acervos brasileiros e europeus, discute as possibilidades de levantamento, catalogação, edição e difusão deste repertório, em diálogo com algumas das principais pesquisas em torno do tema. Palestra destinada a pesquisadoras (es), professoras (es), estudantes ou leigas (os) interessadas (os) no repertório e na(s) história(s) do violão no Brasil.
Humberto Amorim
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 2007, é Doutor em Musicologia, Mestre em Práticas Interpretativas e possui três graduações na área musical, além do Máster em violão clássico pela Universidade de Alicante (ESP). Já realizou concertos, palestras e lançamentos em 14 países e publicou dois livros pela Academia Brasileira de Música: Ricardo Tacuchian e o Violão (2014) e Heitor Villa-Lobos e o Violão (2009), este último considerado pela crítica “a maior pesquisa realizada sobre o assunto no Brasil” (Revista Violão Pro, 2009). Dentre as premiações e bolsas que recebeu, destacam-se 07 prêmios em concursos nacionais e latino-americanos e o fomento de instituições como o CNPq (2005), FUNARTE (2012), Fundação Porosus (2014) e Biblioteca Nacional (2015). Seu DVD, Tacuchian por Humberto Amorim(2015), foi gravado em locações históricas de 05 países (França, Itália, Espanha, Argentina, Brasil) e apresenta as partituras integrais do compositor disponibilizadas em PDF. Como pesquisador, já publicou mais de 40 artigos sobre as origens e os personagens pioneiros do violão no Brasil e, de suas pesquisas presenciais em dezenas de acervos latino-americanos e europeus, resultaram a descoberta de manuscritos de Villa-Lobos e do Guitarrista Moderno, o mais antigo periódico a publicar peças para violão no Brasil (1857). Em 2023, fundou o Memorial do Violão Brasileiro, com milhares de partituras, artefatos e instrumentos relacionados aos personagens e repertórios pioneiros do instrumento no Brasil.
Paulo Martelli
Concertista de carreira internacional e com diversos prêmios em concursos, Paulo Martelli é doutor em música pela UNESP, com mestrados e formações na Manhattan School of Music, na Julliard School (Nova York) e pós-doc na UFRN. Seus trabalhos incluem publicações de livros, CD’s e apresentações em alguns dos palcos mais importantes do mundo (incluindo o Carneggie Hall). É o idealizador e diretor da série Movimento Violão.
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Palestra e rodada de conversa com o prof. Dr. Fabrício Mattos sobre New Stages: revisitando o entendimento de palco e performance em eventos de música.
Sinopse: o presente projeto de doutorado (Ph.D), apresentado à Royal Academy of Music/University of London em 2023, analisa como layouts e dinâmicas alternativos podem influenciar a compreensão e conceitualização, por parte dos performers, de palco e performance. Numa breve análise dos eventos atuais de performance musical e os espaços em que ocorrem, fica evidente que muitos permanecem permeados por valores sociais e estéticos que respondem a realidades do passado, e que podem não atender aos ideais e necessidades da sociedade atual. Além disso, a pesquisa histórica identificou uma grande dependência de ideias e conceitos provenientes do ambiente teatral na definição de aspectos primordiais de atuação em outras artes performáticas - performance musical inclusa - o que, apesar das óbvias conexões históricas, podem não mais oferecer suporte estrutural e conceitual para o desenvolvimento de novas práticas nestas áreas. Com isso em mente, esta pesquisa buscou oferecer uma série de reflexões e ideias práticas e conceituais para a produção de eventos de performance musical em nossos dias, com o objetivo de caminhar em direção a uma prática que seja mais relevante para o mundo culturalmente fluido e tecnologicamente em evolução em que atuamos. A metodologia combinou pesquisa histórica e conceitual com o desenvolvimento de um modelo prático para a produção de eventos musicais em ‘espaços vazios’, culminando em uma série de eventos experimentais com layouts especificamente desenhados para cada conceito. A conclusão do projeto apresenta um mosaico de possibilidades de conceitualização de palco e performance, as quais, aliadas à abertura conceitual oferecida por ‘espaços vazios’, podem apresentar um caminho alternativo ao desenvolvimento da performance musical no século 21. A presente apresentação abordará os principais aspectos conceituais deste projeto, assim como uma breve análise da metodologia utilizada e da conclusão e seus desdobramentos estéticos, comerciais e acadêmicos em curso conectados ao material e ao conhecimento produzidos.
Fabrício Mattos
Iniciou sua vida na música aos seis anos de idade tocando em bailes de carnaval com seu pai, o saxofonista Elio Mattos. Sua trajetória com o violão clássico teve início com Dirceu Saggin, graduando-se posteriormente na EMBAP, Curitiba, sob tutela de Luiz Cláudio Ferreira. É mestre em performance musical pela Royal Academy of Music de Londres, e recentemente formou-se Doutor (Ph.D) em Performance Musical pela mesma instituição, pesquisando a influência espaços, layouts e dinâmicas de performance na terminologia em performance musical, e tornando-se assim o primeiro músico latino-americano da história a obter tal título nesta instituição. Foi premiado em diversas ocasiões, com destaque para o ‘Julian Bream Award’, conferido em Londres pelo lendário violonista britânico Julian Bream. Mattos lançou diversos álbuns solo em sua carreira, e realiza concertos e turnês por todo o mundo, desde grandes centros musicais por toda a Europa até países com tradição de concertos emergente como China, Vietnã, e Mianmar. Fabricio Mattos dedica-se tanto ao repertório de violão tradicional quanto à encomenda e estreia de obras de compositores vivos, por parte do WGC-Worldwide Guitar Connections, do qual é fundador e diretor artístico. Desde a fundação do WGC, em 2011, Fabricio Mattos encomendou e estreou mais de trinta obras para violão solo e música de câmara, colaborando com compositores contemporâneos de diversas linguagens musicais. Atualmente Fabricio tem também trabalhado como diretor criativo e curador em diversos projetos para instituições como a Ibero & Latin American Music Society, a Asociación Argentina de Laúdes y Guitarras Antiguas, a BBC Radio, e o Ministério de Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), tendo recentemente também contribuído com um capítulo para o prestigioso The Routledge Companion to the Sound of Space a ser publicado em 2024. Fabricio é co-fundador e diretor criativo do New Stages Creations, e professor de violão no London Youth Conservatoire.
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Palestra e rodada de conversa com o prof. Dr. Antenor Ferreira sobre o filme TÁR: Hierarquias de poder, política e regentes.
Sinopse: No filme TÁR, o diretor Todd Field vale-se do universo da música orquestral como pano de fundo para refletir sobre as diversas estruturas de poder. Inversamente, o objetivo deste artigo é utilizar o filme para discutir os bastidores das relações políticas vinculadas à função de regente de orquestra. Assim, no decorrer deste texto, alguns momentos do filme serão analisados e confrontados com acontecimentos históricos envolvendo personalidades reais do contexto da música de concerto. A inten-ção é considerar como a função de regente foi transformada, passando da postura autocrática para uma conduta colaborativa. A literatura técnica da área de regência será objeto de comparações. A fundamentação das reflexões sobre poder e política se dará em escritos de Norberto Bobbio e Hannah Arendt. Em conclusão, observa-se que, não obstante à desejada modificação no com-portamento do regente preconizada na literatura, no Brasil, as relações de poder entre políticos e regentes permanecem praticamente inalteradas.
Antenor Ferreira é compositor, percussionista, pesquisador ( bolsa produtividade, nível PQ2 – CNPq) e professor associado da Universidade de Brasília. Possui pós-doutorado pela Universidad de Granada, 2019 (bolsa Fundación Carolina y Grupo Tordesillas); pós-doutorado pela University of California, Riverside, 2015 (bolsa CAPES); doutorado em música pela ECA-USP, 2009 (bolsa CAPES). É autor dos livros "Estruturações Harmônicas Pós-tonais" (Edunesp, 2006) e "Análise Musical como princípio composicional" (Editora da UnB, 2014). Organizou os livros: "Music, Speech and Mind" (ABCM, 2019); Music in an Intercultural Perspective (Strong Editions, 2016) e “A mente musical em uma perspectiva intercultural” (EdUnB, 2015). Desde 2018 coordena o Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional (MediaLab-UnB).
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Flora Ferreira Holderbaum sobre sua tese de doutorado Pensar as vozes – vocalizar o Logos: das possibilidades de emergência de outras vocalidades.
Sinopse: O trabalho na sua tese de doutorado “Pensar as vozes – vocalizar o Logos: das possibilidades de emergência de outras vocalidades” deu-se sobre a intenção de compor um método textual de pesquisa a partir do modelo vocal da conversação enquanto componente vocálico do saber verbal. A ideia de incorporar componentes vocálicos no texto acadêmico como exercício de re-incorporação do saber, foi uma das guias da pesquisa, inspirada pelo livro de Adriana Cavarero, Por mais de uma voz: filosofia da expressão vocal (2014). A voz falada e trocada em diálogo é entendida enquanto dramaturgia ética de uma cartografia afetiva e de uma análise musical de obras de compositoras para voz, na atualidade.
Flora Holderbaum é Doutora em Música pela USP e Pós-doutoranda em Música pela Unespar/PR. É artista da voz, professora e compositora. Atua com o instrumento vocal e suas interseções com a música experimental e eletroacústica e vem se aprofundando nos campos da tecnologia do áudio, gravação, mixagem, masterização e síntese sonora. Sua pesquisa atual gira em torno da música vocal eletroacústica em obras de compositoras. Entre 2019 e 2020, atuou como Professora Colaboradora do Departamento de Artes da Universidade Federal Fluminense ministrando disciplinas como Fundamentos da Música e Experiências Artísticas com Meios Tecnológicos. É Professora Colaboradora em Tecnologia Musical no Departamento de Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) desde setembro de 2020. Ministra disciplinas como Introdução à Tecnologia Musical, “Introdução á Gravação”, "Música Eletroacústica" e “Sound Design para Teatro”. Seus artigos e trabalhos criativos podem ser encontrados em: linktr.ee/floraholderbaum
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Luciana Hamond sobre Feedback mediado por tecnologia em aulas de piano.
Sinopse: relato sobre o eixo pesquisa-ensino e extensão voltadas para o uso de tecnologia em aulas de piano. Sua pesquisa de doutorado teve como foco o uso de tecnologia no desenvolvimento de performance e otimização do ensino e aprendizagem de piano. Já em sua pesquisa de pós-doutorado utilizou tecnologia no desenvolvimento de improvisações ao piano. Ambas as pesquisas foram inspiradas nas suas experiências como intérprete, produtora fonográfica e compositora. Suas pesquisas aplicaram a tecnologia, particularmente do software DAW (digital work station), nos contextos de ensino de piano de nível superior e de utilização em projeto de extensão. O uso de tecnologia tem o potencial de aumentar a consciência da performance e otimizar a aprendizagem e ensino ao piano de parâmetros musicais específicos e auxiliar na improvisação e composição ao piano.
Luciana Hamond
Natural do Rio de Janeiro, Luciana Hamond é pianista, compositora, pesquisadora e professora de piano dos cursos de Música do Departamento de Artes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, Brasil. Completou o doutorado em Educação Musical pela University College London (UCL) Institute of Education, em Londres, Inglaterra, tendo recebido uma Bolsa de Doutorado Pleno no Exterior pela CAPES, com o tema “feedback mediado por tecnologia em aulas de piano de ensino superior”. Realizou seu pós-doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em colaboração com a Dra. Anna Rita Addessi da Universidade de Bolonha (Itália), utilizando a tecnologia MIROR para improvisação ao piano.
Como intérprete e produtora fonográfica, lançou seu primeiro CD com obras do compositor mineiro Edmundo Villani-Côrtes em 2010, disponibilizando as gravações nas plataformas de streaming em 2019. Em 2016, Luciana começou a construir um processo de composição baseado em improvisações ao piano, que, junto com os anos de 2018 e 2020, constituem as três fases composicionais da pianista. Todas as composições foram improvisações realizadas ao piano, gravadas e depois transcritas. O propósito dessas improvisações foi transformar os momentos de desafio - o doutorado, o autoconhecimento e a pandemia – em criatividade, por meio de sua música. Em 2023, lançou seu primeiro single, "Doação - Donation", composta em Cuiabá e está disponível nas plataformas de Streaming. Em 2024 lançou seu segundo single “Medo – Fear” inspirada nas 5 primeiras notas da obra Apocalipse de Solentiname do compositor Gilberto Mendes.
Atualmente, Luciana é coordenadora do Curso de Graduação em Licenciatura em Música na UFMT. Ela também lidera o grupo de pesquisa Piano e Tecnologia (PIANOTEC), registrado no CNPq. Idealizou e coordenou os projetos de extensão: Piano em Foco e Trilhas para Vídeos, primeira parceria entre os cursos de música e de cinema da UFMT.
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Camila Werling sobre Música, cidade e significações: práticas musicais blumenauenses na segunda metade do século XX.
Sinopse: a tese apresentada ocupou-se do mapeamento dos territórios sonoros e investigou as sonoridades que preencheram os diferentes espaços do tecido urbano, configurando a paisagem física e aural da cidade de Blumenau-SC. A pesquisa delimita seu recorte temporal entre os anos de 1950 a 2000, tendo como princípio de demarcação o centenário de fundação da cidade. As orientações teóricas e metodológicas que apoiaram este estudo foram constituídas a partir da aproximação de diferentes campos epistemológicos, tendo a Musicologia Histórica como referência no diálogo com a História do Tempo Presente, a História Cultural e a Antropologia. A pesquisa caracterizou-se pela diversidade das fontes consultadas, entre as quais destacam-se jornais e periódicos, decretos e leis, relatórios oficiais, além de programas de concerto, registros fonográficos, audiovisuais e iconográficos. As expressões musicais da cidade em questão, foram consideradas, sob análise, como parte das construções de identidade e representações locais, em que se revelam igualmente as noções de tradição e modernidade constituídas pelas práticas musicais.
Camila Werling
Possui graduação em Música - Licenciatura pela Universidade Regional de Blumenau - FURB (2011), mestrado e doutorado em Musicologia pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2016 e 2023). Atua como docente na Universidade Regional de Blumenau (FURB) na disciplina de Flauta Doce e Teoria e Precepção. Além da atuação universitária é docente na Escola de Música do Teatro Carlos Gomes e professora de flauta no município de Blumenau no Programa de Musicalização Bandas e Fanfarras. Flautista de formação integrou a Orquestra da FURB e Jazz Band e o Coro da Universidade. Participou ainda dos grupos Confraria do Samba, Sopratutto e na Banda Fridas.
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Palestra e rodada de conversa com o Prof. Dr. Rubens Russomanno Ricciardi (FFCL-RP/USP) sobre o recente lançamento de seu livro: Contra o identitarismo neoliberal - um ensaio de poíesis crítica pela apologia das artes.
Sinopse: O seu recente livro discute o identitarismo neoliberal em dialética ao universo da arte. Para o autor "O golpe do eurocentrismo é bem simples: nós esquecemos com ele o centrismo ianque-estadunidense. Hoje a Europa é subalterna à OTAN. Por sua vez, a descolonização deve começar não com o cancelamento das artes milenares de todos os continentes e de todas as épocas, mas sim com uma crítica contrária à indústria da cultura ianque-estadunidense, que faz de nossas pseudoperiferias consumidoras acríticas e alienadas dos enlatados de Nova York e de Los Angeles. Diz-periferia, mas na verdade são vozes colonizadas pelos grandes centros do capital. A questão da crítica da cultura, para a poiesis crítica, é essencial para a sobrevivência das artes. Com o neoliberalismo, cultura, contracultura e indústria da cultura tornaram-se um só. Então as artes precisam se abrigar numa pasta própria. Cultura é comunicação e arte é linguagem - temos nas artes um mundo do trabalho que transcende as amarras redutivas da cultura. As artes precisam se libertar das políticas culturais. "
Rubens Russomanno Ricciardi, compositor, maestro e filósofo das artes, é graduado pela ECA-USP em São Paulo e pós-graduado pela Universidade Humboldt em Berlim Oriental. Foi professor titular da ECA-USP e hoje é professor titular da FFCLRP-USP, credenciado ainda como orientador no Programa em Estudos Culturais (Crítica da Cultura - Poíesis crítica) pela EACH-USP. Ainda pela USP, é fundador do Departamento de Música da FFCLRP-USP, do Ensemble Mentemanuque, da orquestra USP Filarmônica, do NAP-CIPEM e do projeto USP Música Criança. Sua obra sinfônica "Candelárias" foi premiada no México. É autor, entre outros, dos livros "As Solfas de Mogi das Cruzes" (Itaú Rumos) e "Contra o identitarismo neoliberal - um ensaio de poíesis crítica pela apologia das artes" (Editora Contracorrente).
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Palestra e rodada de conversa com o Prof. Dr. Paulo Veiga sobre os Primórdios da Harmonia e do Ritmo a partir da antiguidade greco-romana.
Sinopse: discussão sobre os fundamentos de Harmonia e Ritmo, bem como os principais conceitos que marcaram o início da dita teoria musical. O foco está no pensamento filosófico e musical dos gregos antigos, destacando particularmente Aristóxeno de Tarento (século IV a.C.), discípulo de Aristóteles. A palestra apresenta e explica alguns conceitos primordiais que deram origem à ideia de gênero musical, intervalo, notas, escalas, tons, modulação e melodia, além de outros pontos importantes, como a distinção entre canto e fala.
Paulo Eduardo de Barros Veiga, natural de Ribeirão Preto, é graduado em música e literatura, com ênfase em Latim e Grego. Atua também como spalla convidado e violinista da USP Filarmônica. Foi pós-doc (com bolsa da FAPESP) e professor colaborador e temporário do Departamento de Música da FFCLRP-USP. Nesse momento, dedica-se a projetos de música, de tradução, de pesquisa e de educação, sob demanda. Também, integra o grupo de pesquisa em Poíesis Crítica do NAPI-CIPEM. É graduado, mestre e doutor em Estudos Literários pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara da UNESP. Foi ainda bolsista da CAPES e contemplado pelo Emerging Leaders in the Americas Program do governo canadense, tendo estudado na University of Winnipeg.
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Palestra e rodada de conversa com a Profa. Dra. Valeria Bittar sobre NHUMBIÁ – CARTOGRAFIA DE FLAUTAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO.
Sinopse: tema parte do Projeto de Pesquisa "Músicos, Música e instrumentos: investigação da performance na música histórica e na música popular tradicional" e do "Laboratório de Instrumentos Históricos e Populares Tradicionais da UDESC", coordenados pela flautista e professora Valeria Bittar. Este projeto de pesquisa transdisciplinar aborda questões inerentes à performance da música popular tradicional, em sua maioria realizada no território brasileiro e suas intersecções com a música histórica, principalmente a música da Idade Média e da Renascença europeias. Investiga caminhos trilhados pelos fazedores, os performadores artistas destas tradições, tanto com relação à ação em si (performance – ato), quanto às múltiplas ferramentas que dão forma às ações e questões referentes ao “como” fazer o feito – técnica/tékhne. O Projeto elabora ações que interseccionam a pesquisa tanto no âmbito da pesquisa, quanto do ensino e da extensão. Dentre essas ações-intersecções o Projeto de Pesquisa deu mais um passo ao elaborar uma Cartografia de flautas no território brasileiro – aerofones no Brasil: seus agentes, seus instrumentos e suas músicas. A divulgação dessa cartografia pretende trazer informações que possam servir de apoio a professoras/es e alunas/os (âmbito escolar e universitário), junto ao ensino e ao aprendizado da performance dos instrumentos de sopro, de maneira geral e às flautas especificamente, além de produzir e divulgar trabalhos no âmbito acadêmico e externos à academia. Nesse primeiro momento apresentamos 5 trabalhos de pesquisadores que investigaram culturas de flautas em diferentes regiões do Brasil, tanto de comunidades tradicionais, que trazem manifestações musicais onde as flautas ocupam um lugar de relevância artística, musical e social, quanto de comunidades tradicionais dos povos originários que ocupam o território brasileiro e que têm as flautas como instrumentos nucleares, presentes no cotidiano musical, como na esfera mítica. Estes 5 trabalhos de investigações etnomusicológicas são fruto de teses, dissertações e livros e são apresentados pelas/os pesquisadoras/es no website NHUMBIÁ – CARTOGRAFIA DE FLAUTAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO, em forma de vídeo-aulas:
https://nhumbiaflautasbrasil.wixsite.com/nhumbiaflautasbrasil
Acácio T. C. Piedade – As flautas sagradas dos Povos Tukanos (flautas Jurupari e Japurutu, região do Alto Rio Negro, no Noroeste Amazônico) e do Povo Wauja (flautas kawoká Alto Xingu).
Ana Paula R. de Lima Rodgers – Os sopros sagrados do Povo Enawene Nawe (Mato Grosso)
Bruno Del Neri Batista Menegatti – Canudos do Sertão Baiano (Bahia)
Climério de Oliveira Santos – Gaitas de Cabocolinho da Zona da Mata (Pernambuco)
Daniel de Lima Magalhães – Pífanos e Gaitas do Vale do Rio Jequitinhonha (Minas Gerais)
Valeria Bittar - flautas doce históricas, flautas tradicionais populares e indígenas brasileiras
A profa. Varleira Bittar graduou-se em flauta doce na Universidade de Música e Artes Dramáticas de Viena, como bolsista da Fundação Alban Berg. Juntamente com José Eduardo Gramani é fundadora do Grupo Anima de música de câmara brasileira. Doutorou-se em Artes – poéticas da escritura cênica - na UNICAMP, com a tese Músico e Ato, sob orientação da Profa. Dra. Suzi Sperber. Atua prioritariamente na área da Pesquisa Artística e trabalha a performance em música através da percepção corpórea, sendo formada em Didática da Técnica Klauss Vianna - Escuta do Corpo. É professora de Prática de Conjunto, Flauta Doce e Educação Somática nas Artes na UDESC. Como integrante do MUSICS (Grupo de Pesquisa Música Cultura e Sociedade) coordena o projeto de pesquisa Músicos, música e instrumentos: investigação da performance na música histórica e na música popular tradicional, o Laboratório de Instrumentos Históricos e Populares Tradicionais e o sítio eletrônico Nhumbiá - Cartografia de Flautas no Território Brasileiro. Na UDESC dirige ainda o programa de extensão Flauta Doce – performance e formação e o Aulos – núcleo de flautas doce da Udesc. Responsável pela direção executiva dos 8 CD’s, 1 DVD e 1 áudio-visual e espetáculos do Grupo Anima (Mar Anterior, Encantaria, Donzela Guerreira, Espelho, Amares, Teatro do Descobrimento, Especiarias e Espiral do Tempo), recebendo os prêmios: Funarte de Música Brasileira, APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), V Prêmio Carlos Gomes, Proac (2012 e 2021) e Prêmio Movimento de Música Popular Brasileira, apresentando-se em concertos e oficinas no Brasil, Alemanha, Áustria, Suíça, França, Itália, Luxemburgo, EUA, Canadá, Argentina, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Uruguai e México. Integra o grupo de música barroca Harmonia Universalis e integrou o Núcleo Tálea-música medieval.
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Palestra e rodada de conversa com o Prof. Dr. Luigi Antonio Irlandini sobre a Circularidade do tempo musical em obras para piano de Luigi Antonio Irlandini .
Sinopse: Numa perspectiva que considera a música como tempo, a palestra visita o repertório de obras pianísticas de Luigi Antonio Irlandini e sua teorização sobre temporalidades circulares, cíclicas e espirais.
Luigi Antonio Irlandini, compositor e instrumentista (piano e shakuhachi) nascido no Rio de Janeiro, é professor na UDESC em Florianópolis desde 2010, onde ensina Harmonia, Contraponto, Análise, Composição e Estética. Sua atividade de pesquisa se concentra nos processos composicionais e poéticas da Música Nova em que se verifica a presença de conteúdos não-ocidentais, não só do ponto de vista da estrutura e temporalidade musicais como nos aspectos filosóficos, estéticos e simbólicos. Recentemente, Irlandini tem se concentrado na interface da composição contemporânea com a música tradicional japonesa gagaku e honkyoku (shakuhachi solo), tanto na composição quanto na performance. Dentre os Mestres orientados por Irlandini na UDESC destacam-se as dissertações analíticas sobre obras de compositores da Música Nova como George Crumb, Marlos Nobre e Steve Reich. As músicas de Irlandini tem sido ouvidas no Brasil, Itália, Estados Unidos, Japão, Argentina e Holanda. Em 1985, Egberto Gismonti produziu o LP Azul e Areia, de improvisações pianísticas de Irlandini para o seu selo CARMO. Desenvolveu pesquisa de pós-doutorado na UNIRio no ano acadêmico 2023-2024, que incluiu pesquisa como Fellow da Japan Foundation junto ao Reigakusha Gagaku Ensemble em Tóquio. Durante atividade de pós-doutorado, entre 1999 e 2002, Irlandini foi pesquisador no Center for Research in Electronic Art and Technology (CREATE) e no Departamento de Música da University of California, Santa Barbara (UCSB). Foi também Lecturer na mesma instituição, UCSB, lecionando disciplinas de composição e música do século XX para alunos de graduação e pós-graduação em 1998 e 1999, e compositor visitante na Jacobs School of Music da Indiana University, Bloomington, em 2007, onde lecionou composição para alunos de mestrado, realizou recital/palestra, e teve diversas obras apresentadas em recital monográfico e outros concertos na mesma ocasião. Estudou composição com Hans-Joachim Koellreutter, no Rio de Janeiro; Franco Donatoni, em Biella e em Siena (Accademia di Musica Chigiana) na Itália; Stephen L. Mosko e Brian Ferneyhough na California. Estudou piano clássico no Rio de Janeiro com Estela Caldi, Luiz Henrique Senise e Nereida Nogueira. Titulação: Doutorado (Ph.D.) em Composição pela University of California, Santa Barbara, UCSB, 1998; Mestrado (M.F.A.) em Composição pelo California Institute of the Arts, CalArts, Valencia, California, 1990; Bacharelado (B.M.) em Piano – Performance, pela Universidade do Rio de Janeiro, UNI-RIO, 1987.
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