Reuniões do MusiCS 2024
Coordenação: Cristina Emboaba/ Bolsistas:Lincoln Espíndola e Vinicius Manhães
Palestra e rodada de conversa com os professores. Dr. Humberto Amorim (UFRJ) e Dr. Paulo Martelli sobre Em busca do elo perdido: Quincas Laranjeiras e as partituras pioneiras para violão no Brasil
Sinopse: Um panorama geral das partituras para violão que foram produzidas ou circularam no Brasil desde a primeira metade do século XIX, entre manuscritos, impressos, revistas, álbuns e cópias, com foco na produção para violão solo de Joaquim Francisco dos Santos (1873-1935), o “Quincas Laranjeiras”. Do compositor, serão apresentadas 20 partituras e registros audiovisuais, 15 dos quais inéditos. Tangencialmente, a palestra também aborda a presença de peças para violão em acervos brasileiros e europeus, discute as possibilidades de levantamento, catalogação, edição e difusão deste repertório, em diálogo com algumas das principais pesquisas em torno do tema. Palestra destinada a pesquisadoras (es), professoras (es), estudantes ou leigas (os) interessadas (os) no repertório e na(s) história(s) do violão no Brasil.
Humberto Amorim
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 2007, é Doutor em Musicologia, Mestre em Práticas Interpretativas e possui três graduações na área musical, além do Máster em violão clássico pela Universidade de Alicante (ESP). Já realizou concertos, palestras e lançamentos em 14 países e publicou dois livros pela Academia Brasileira de Música: Ricardo Tacuchian e o Violão (2014) e Heitor Villa-Lobos e o Violão (2009), este último considerado pela crítica “a maior pesquisa realizada sobre o assunto no Brasil” (Revista Violão Pro, 2009). Dentre as premiações e bolsas que recebeu, destacam-se 07 prêmios em concursos nacionais e latino-americanos e o fomento de instituições como o CNPq (2005), FUNARTE (2012), Fundação Porosus (2014) e Biblioteca Nacional (2015). Seu DVD, Tacuchian por Humberto Amorim(2015), foi gravado em locações históricas de 05 países (França, Itália, Espanha, Argentina, Brasil) e apresenta as partituras integrais do compositor disponibilizadas em PDF. Como pesquisador, já publicou mais de 40 artigos sobre as origens e os personagens pioneiros do violão no Brasil e, de suas pesquisas presenciais em dezenas de acervos latino-americanos e europeus, resultaram a descoberta de manuscritos de Villa-Lobos e do Guitarrista Moderno, o mais antigo periódico a publicar peças para violão no Brasil (1857). Em 2023, fundou o Memorial do Violão Brasileiro, com milhares de partituras, artefatos e instrumentos relacionados aos personagens e repertórios pioneiros do instrumento no Brasil.
Paulo Martelli
Concertista de carreira internacional e com diversos prêmios em concursos, Paulo Martelli é doutor em música pela UNESP, com mestrados e formações na Manhattan School of Music, na Julliard School (Nova York) e pós-doc na UFRN. Seus trabalhos incluem publicações de livros, CD’s e apresentações em alguns dos palcos mais importantes do mundo (incluindo o Carneggie Hall). É o idealizador e diretor da série Movimento Violão.
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Palestra e rodada de conversa com o prof. Dr. Fabrício Mattos sobre New Stages: revisitando o entendimento de palco e performance em eventos de música.
Sinopse: o presente projeto de doutorado (Ph.D), apresentado à Royal Academy of Music/University of London em 2023, analisa como layouts e dinâmicas alternativos podem influenciar a compreensão e conceitualização, por parte dos performers, de palco e performance. Numa breve análise dos eventos atuais de performance musical e os espaços em que ocorrem, fica evidente que muitos permanecem permeados por valores sociais e estéticos que respondem a realidades do passado, e que podem não atender aos ideais e necessidades da sociedade atual. Além disso, a pesquisa histórica identificou uma grande dependência de ideias e conceitos provenientes do ambiente teatral na definição de aspectos primordiais de atuação em outras artes performáticas - performance musical inclusa - o que, apesar das óbvias conexões históricas, podem não mais oferecer suporte estrutural e conceitual para o desenvolvimento de novas práticas nestas áreas. Com isso em mente, esta pesquisa buscou oferecer uma série de reflexões e ideias práticas e conceituais para a produção de eventos de performance musical em nossos dias, com o objetivo de caminhar em direção a uma prática que seja mais relevante para o mundo culturalmente fluido e tecnologicamente em evolução em que atuamos. A metodologia combinou pesquisa histórica e conceitual com o desenvolvimento de um modelo prático para a produção de eventos musicais em ‘espaços vazios’, culminando em uma série de eventos experimentais com layouts especificamente desenhados para cada conceito. A conclusão do projeto apresenta um mosaico de possibilidades de conceitualização de palco e performance, as quais, aliadas à abertura conceitual oferecida por ‘espaços vazios’, podem apresentar um caminho alternativo ao desenvolvimento da performance musical no século 21. A presente apresentação abordará os principais aspectos conceituais deste projeto, assim como uma breve análise da metodologia utilizada e da conclusão e seus desdobramentos estéticos, comerciais e acadêmicos em curso conectados ao material e ao conhecimento produzidos.
Fabrício Mattos
Iniciou sua vida na música aos seis anos de idade tocando em bailes de carnaval com seu pai, o saxofonista Elio Mattos. Sua trajetória com o violão clássico teve início com Dirceu Saggin, graduando-se posteriormente na EMBAP, Curitiba, sob tutela de Luiz Cláudio Ferreira. É mestre em performance musical pela Royal Academy of Music de Londres, e recentemente formou-se Doutor (Ph.D) em Performance Musical pela mesma instituição, pesquisando a influência espaços, layouts e dinâmicas de performance na terminologia em performance musical, e tornando-se assim o primeiro músico latino-americano da história a obter tal título nesta instituição. Foi premiado em diversas ocasiões, com destaque para o ‘Julian Bream Award’, conferido em Londres pelo lendário violonista britânico Julian Bream. Mattos lançou diversos álbuns solo em sua carreira, e realiza concertos e turnês por todo o mundo, desde grandes centros musicais por toda a Europa até países com tradição de concertos emergente como China, Vietnã, e Mianmar. Fabricio Mattos dedica-se tanto ao repertório de violão tradicional quanto à encomenda e estreia de obras de compositores vivos, por parte do WGC-Worldwide Guitar Connections, do qual é fundador e diretor artístico. Desde a fundação do WGC, em 2011, Fabricio Mattos encomendou e estreou mais de trinta obras para violão solo e música de câmara, colaborando com compositores contemporâneos de diversas linguagens musicais. Atualmente Fabricio tem também trabalhado como diretor criativo e curador em diversos projetos para instituições como a Ibero & Latin American Music Society, a Asociación Argentina de Laúdes y Guitarras Antiguas, a BBC Radio, e o Ministério de Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), tendo recentemente também contribuído com um capítulo para o prestigioso The Routledge Companion to the Sound of Space a ser publicado em 2024. Fabricio é co-fundador e diretor criativo do New Stages Creations, e professor de violão no London Youth Conservatoire.
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Palestra e rodada de conversa com o prof. Dr. Antenor Ferreira sobre o filme TÁR: Hierarquias de poder, política e regentes.
Sinopse: No filme TÁR, o diretor Todd Field vale-se do universo da música orquestral como pano de fundo para refletir sobre as diversas estruturas de poder. Inversamente, o objetivo deste artigo é utilizar o filme para discutir os bastidores das relações políticas vinculadas à função de regente de orquestra. Assim, no decorrer deste texto, alguns momentos do filme serão analisados e confrontados com acontecimentos históricos envolvendo personalidades reais do contexto da música de concerto. A inten-ção é considerar como a função de regente foi transformada, passando da postura autocrática para uma conduta colaborativa. A literatura técnica da área de regência será objeto de comparações. A fundamentação das reflexões sobre poder e política se dará em escritos de Norberto Bobbio e Hannah Arendt. Em conclusão, observa-se que, não obstante à desejada modificação no com-portamento do regente preconizada na literatura, no Brasil, as relações de poder entre políticos e regentes permanecem praticamente inalteradas.
Antenor Ferreira é compositor, percussionista, pesquisador ( bolsa produtividade, nível PQ2 – CNPq) e professor associado da Universidade de Brasília. Possui pós-doutorado pela Universidad de Granada, 2019 (bolsa Fundación Carolina y Grupo Tordesillas); pós-doutorado pela University of California, Riverside, 2015 (bolsa CAPES); doutorado em música pela ECA-USP, 2009 (bolsa CAPES). É autor dos livros "Estruturações Harmônicas Pós-tonais" (Edunesp, 2006) e "Análise Musical como princípio composicional" (Editora da UnB, 2014). Organizou os livros: "Music, Speech and Mind" (ABCM, 2019); Music in an Intercultural Perspective (Strong Editions, 2016) e “A mente musical em uma perspectiva intercultural” (EdUnB, 2015). Desde 2018 coordena o Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional (MediaLab-UnB).
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Flora Ferreira Holderbaum sobre sua tese de doutorado Pensar as vozes – vocalizar o Logos: das possibilidades de emergência de outras vocalidades.
Sinopse: O trabalho na sua tese de doutorado “Pensar as vozes – vocalizar o Logos: das possibilidades de emergência de outras vocalidades” deu-se sobre a intenção de compor um método textual de pesquisa a partir do modelo vocal da conversação enquanto componente vocálico do saber verbal. A ideia de incorporar componentes vocálicos no texto acadêmico como exercício de re-incorporação do saber, foi uma das guias da pesquisa, inspirada pelo livro de Adriana Cavarero, Por mais de uma voz: filosofia da expressão vocal (2014). A voz falada e trocada em diálogo é entendida enquanto dramaturgia ética de uma cartografia afetiva e de uma análise musical de obras de compositoras para voz, na atualidade.
Flora Holderbaum é Doutora em Música pela USP e Pós-doutoranda em Música pela Unespar/PR. É artista da voz, professora e compositora. Atua com o instrumento vocal e suas interseções com a música experimental e eletroacústica e vem se aprofundando nos campos da tecnologia do áudio, gravação, mixagem, masterização e síntese sonora. Sua pesquisa atual gira em torno da música vocal eletroacústica em obras de compositoras. Entre 2019 e 2020, atuou como Professora Colaboradora do Departamento de Artes da Universidade Federal Fluminense ministrando disciplinas como Fundamentos da Música e Experiências Artísticas com Meios Tecnológicos. É Professora Colaboradora em Tecnologia Musical no Departamento de Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) desde setembro de 2020. Ministra disciplinas como Introdução à Tecnologia Musical, “Introdução á Gravação”, "Música Eletroacústica" e “Sound Design para Teatro”. Seus artigos e trabalhos criativos podem ser encontrados em: linktr.ee/floraholderbaum
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Luciana Hamond sobre Feedback mediado por tecnologia em aulas de piano.
Sinopse: relato sobre o eixo pesquisa-ensino e extensão voltadas para o uso de tecnologia em aulas de piano. Sua pesquisa de doutorado teve como foco o uso de tecnologia no desenvolvimento de performance e otimização do ensino e aprendizagem de piano. Já em sua pesquisa de pós-doutorado utilizou tecnologia no desenvolvimento de improvisações ao piano. Ambas as pesquisas foram inspiradas nas suas experiências como intérprete, produtora fonográfica e compositora. Suas pesquisas aplicaram a tecnologia, particularmente do software DAW (digital work station), nos contextos de ensino de piano de nível superior e de utilização em projeto de extensão. O uso de tecnologia tem o potencial de aumentar a consciência da performance e otimizar a aprendizagem e ensino ao piano de parâmetros musicais específicos e auxiliar na improvisação e composição ao piano.
Luciana Hamond
Natural do Rio de Janeiro, Luciana Hamond é pianista, compositora, pesquisadora e professora de piano dos cursos de Música do Departamento de Artes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, Brasil. Completou o doutorado em Educação Musical pela University College London (UCL) Institute of Education, em Londres, Inglaterra, tendo recebido uma Bolsa de Doutorado Pleno no Exterior pela CAPES, com o tema “feedback mediado por tecnologia em aulas de piano de ensino superior”. Realizou seu pós-doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em colaboração com a Dra. Anna Rita Addessi da Universidade de Bolonha (Itália), utilizando a tecnologia MIROR para improvisação ao piano.
Como intérprete e produtora fonográfica, lançou seu primeiro CD com obras do compositor mineiro Edmundo Villani-Côrtes em 2010, disponibilizando as gravações nas plataformas de streaming em 2019. Em 2016, Luciana começou a construir um processo de composição baseado em improvisações ao piano, que, junto com os anos de 2018 e 2020, constituem as três fases composicionais da pianista. Todas as composições foram improvisações realizadas ao piano, gravadas e depois transcritas. O propósito dessas improvisações foi transformar os momentos de desafio - o doutorado, o autoconhecimento e a pandemia – em criatividade, por meio de sua música. Em 2023, lançou seu primeiro single, "Doação - Donation", composta em Cuiabá e está disponível nas plataformas de Streaming. Em 2024 lançou seu segundo single “Medo – Fear” inspirada nas 5 primeiras notas da obra Apocalipse de Solentiname do compositor Gilberto Mendes.
Atualmente, Luciana é coordenadora do Curso de Graduação em Licenciatura em Música na UFMT. Ela também lidera o grupo de pesquisa Piano e Tecnologia (PIANOTEC), registrado no CNPq. Idealizou e coordenou os projetos de extensão: Piano em Foco e Trilhas para Vídeos, primeira parceria entre os cursos de música e de cinema da UFMT.
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Palestra e rodada de conversa com a profa. Dra. Camila Werling sobre Música, cidade e significações: práticas musicais blumenauenses na segunda metade do século XX.
Sinopse: a tese apresentada ocupou-se do mapeamento dos territórios sonoros e investigou as sonoridades que preencheram os diferentes espaços do tecido urbano, configurando a paisagem física e aural da cidade de Blumenau-SC. A pesquisa delimita seu recorte temporal entre os anos de 1950 a 2000, tendo como princípio de demarcação o centenário de fundação da cidade. As orientações teóricas e metodológicas que apoiaram este estudo foram constituídas a partir da aproximação de diferentes campos epistemológicos, tendo a Musicologia Histórica como referência no diálogo com a História do Tempo Presente, a História Cultural e a Antropologia. A pesquisa caracterizou-se pela diversidade das fontes consultadas, entre as quais destacam-se jornais e periódicos, decretos e leis, relatórios oficiais, além de programas de concerto, registros fonográficos, audiovisuais e iconográficos. As expressões musicais da cidade em questão, foram consideradas, sob análise, como parte das construções de identidade e representações locais, em que se revelam igualmente as noções de tradição e modernidade constituídas pelas práticas musicais.
Camila Werling
Possui graduação em Música - Licenciatura pela Universidade Regional de Blumenau - FURB (2011), mestrado e doutorado em Musicologia pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2016 e 2023). Atua como docente na Universidade Regional de Blumenau (FURB) na disciplina de Flauta Doce e Teoria e Precepção. Além da atuação universitária é docente na Escola de Música do Teatro Carlos Gomes e professora de flauta no município de Blumenau no Programa de Musicalização Bandas e Fanfarras. Flautista de formação integrou a Orquestra da FURB e Jazz Band e o Coro da Universidade. Participou ainda dos grupos Confraria do Samba, Sopratutto e na Banda Fridas.
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