Museu



Foto panorâmica


Detalhe dos móveis


Sala da direção

Aqui, reconstituímos uma típica saleta de diretora. Na cultura escolar, ser convocado a este ambiente era quase certamente sinônimo de punição e castigo. Muitos professores aproveitavam o respeito que esse ambiente exercia sobre os alunos para ameaçá-los. Muitas vezes a mínima menção a esse espaço bastava para estabelecer a ordem em sala.

Por meio de seus móveis e das memórias dos visitantes, a saleta reconstruída no MESC guarda essa aura de solenidade e recolhimento. Fazem parte dos móveis expostos: um conjunto de poltronas com mesinha, um arquivo com gaveteiro e porta deslizante, um armário porta-bandeiras, além de uma escrivaninha, ocupada por Antonieta de Barros, diretora do Instituto Estadual da Educação (IEE) em 1950, quando esse era situado no espaço onde atualmente está o Museu da Escola Catarinense.

Escrivaninha que foi originalmente ocupada por Antonieta de Barros


Antonieta de Barros

Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, em 11 de julho de 1901. Formou-se em Português e Literatura pela Escola Normal Catarinense em 1921 (na época situada no Palácio Cruz e Sousa). Antes mesmo de concluir sua graduação, fundou o “Curso Primário Particular Antonieta de Barros”, para atender à comunidade carente. Foi fundadora e diretora do Jornal “A Semana” em Florianópolis, entre os anos de 1922 e 1927, onde publicou artigos ligados à educação, cultura, política e à condição feminina e racial da população catarinense. Em 1930, dirigiu a revista quinzenal “Vida Ilhoa” e escreveu artigos para jornais  locais. Entre 1941 e 1945, Antonieta foi professora no Instituto Estadual de Educação Dias Velho, onde em 1950 veio a ser diretora.

Em 1934, Antonieta aceita o convite do Partido Liberal Catarinense e torna-se a primeira mulher negra a ser eleita para uma cadeira na Assembleia Legislativa. Concorreu à deputada estadual nas eleições de 1945 e como primeira  suplente  pelo  (PSD) lutou pela valorização do magistério, exigindo curso para o provimento dos cargos. Defendeu a concessão de bolsas para cursos superiores para alunos  carentes. Cumpriu  seu mandato até 1951, quando veio a falecer por complicações da diabetes. Antonieta  de  Barros  foi, portanto, personagem  importantíssima  na  formação  cultural  e política da Capital e do Estado de Santa Catarina e em sua Saleta no MESC recebe a homenagem do artista Laércio Luiz, que lhe confeccionou um busto em bronze.




Fontes consultadas:

SOUZA, Adriana Maria de. Antonieta de Barros: Uma vida voltada para a educação. FAED/UDESC: Florianópolis, 2013. Artigo.

 
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