Laboratório de Estudos da Contemporaneidade

"O pequeno e imperceptível presente da visão de mundo histórica se converteu em um presente sempre muito amplo que tendencialmente contém tudo aquilo que somos capazes de lembrar e antecipar." (Hans Ulrich Gumbrecht)

Instagram: https://www.instagram.com/lec.faed/

A contemporaneidade diz respeito a uma relação com o próprio tempo e com a temporalidade: uma experiência de profundo e complexo envolvimento com o presente, ao passo em que estimula a constante reflexão crítica.

Envolver-se na experiência social da contemporaneidade demanda que os estudos históricos estejam atentos a aspectos de difícil compreensão e, por vezes, traumáticos e contraditórios do tempo presente, pressupondo a atenção às urgências e aos debates públicos mais intensos que atravessam nossas vivências. 

O LEC - Laboratório de Estudos da Contemporaneidade - reúne diferentes projetos de investigação em torno de tais atitudes epistemológicas. Seu objetivo é o de articular projetos de pesquisa, de extensão e de ensino que aceitam o desafio da contemporaneidade: compreender as permanências e convivências de diferentes temporalidades no presente, o que pode ser percebido em trajetórias individuais e coletivas, buscando a construção rigorosa e consistente de uma História do Tempo Presente.

Linguagens, identificações, culturas políticas e sociabilidades atravessam as relações estabelecidas entre diversas sociedades, bem como entre grupos e redes, com suas contraditórias conexões e interações no tempo presente. Isso ainda significa explorar os trânsitos e conflitos sociais e culturais que pressupõem diferentes escalas de observação dos fenômenos históricos.

Diante disso, o laboratório articula os seguintes focos de interesse, majoritariamente voltados para a compreensão da sociedade brasileira no tempo presente:

• Relações políticas sob a forma de regimes autoritários, processos de transição política e suas conexões internacionais, bem como os diferentes conflitos em torno da democracia.
• Instituições, violência de Estado e Direitos Humanos, principalmente nos contextos de ditaduras no Brasil e na América Latina, com suas implicações nos limites dos processos democratização.
• Engajamentos, militâncias e ativismos políticos transnacionais, incluindo práticas como a religiosidade e distintas sociabilidades em diferentes escalas e âmbitos.
• Movimentos sociais, tradições e culturas políticas, organizações partidárias e sociais, mobilizações e conflitos no âmbito dos mundos do trabalho.
• Cultura audiovisual, expressões gráficas e elaborações estéticas contestatórias em diferentes espaços de sociabilidade: cidades, internet, imprensa, entre outros.

Os projetos que integram o laboratório são a base para diferentes atividades: investigação científica, constituição de acervos, funcionamento de grupos de estudos, intervenções públicas junto aos meios de comunicação e organização de eventos, bem como para a divulgação de resultados de investigações na forma de livros, capítulos de livros, artigos de periódicos e textos em anais de congressos, em nível nacional e internacional.

Histórico:

Inicialmente direcionado ao Estudo de Cidades, o LEC foi criado em 2007, a partir da iniciativa de professores e acadêmicos da UDESC vinculados ao Grupo de Pesquisa Memória e Identidade, que foi formado em 1996 sob a liderança do Prof. Dr. Luiz Felipe Falcão. 

O grupo já havia desenvolvido várias atividades, no âmbito do Núcleo de Estudos Históricos (NEH): auxílio na organização do “Seminário Internacional Michel Foucault: Perspectivas”, ocorrido em 2004; participação no curso de especialização em nível de pós-graduação lato sensu História Social no Ensino Fundamental e Médio; desenvolvimento de pesquisas sobre memória da cidade, e sobre os diferentes projetos de identidade local e regional (gauchismo, açorianismo, germanidade e italianidade); organização de palestras (como as efetuadas por ocasião dos trinta anos dos movimentos de 1968, dos vinte anos da última anistia política no Brasil, e dos sessenta anos do golpe militar de 1964); estruturação de mesas redondas, de comunicações coordenadas e de simpósios temáticos nos Encontros Estaduais e nos Simpósios Nacionais promovidos pela Associação Nacional de História (ANPUH), bem como em outros eventos científicos; e incentivo a publicações dos trabalhos dos integrantes do grupo.

Seus integrantes estiveram envolvidos diretamente na articulação e na elaboração das propostas que constituíram os cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em História da UDESC.