Projetistas e Construtores do Centro tombado da Laguna: os arautos da Modernidade lagunense.
Esta ação de iniciação científica objetiva empreender o reconhecimento dos projetistas e construtores responsáveis pelos processos referentes aos projetos de edificações para a área central lagunense aprovados pela Prefeitura Municipal de Laguna entre 1920 e 1970, depositados no Arquivo Público Municipal. Destarte, deste decorrem os seguintes objetivos específicos: sistematizar a documentação dos referidos processos, a partir da identificação de seus respectivos profissionais responsáveis - projetistas e construtores - e da distinção da licença profissional de cada um; investigar a origem e a formação de cada projetista e/ou construtor identificado e integrar tais profissionais ao histórico do desenvolvimento urbano do Centro tombado e à história da cidade; inventariar e caracterizar a produção de cada projetista e/ou construtor identificado; verificar a sobrevivência e o status da conservação, na área central lagunense na realidade contemporânea, das edificações inventariadas; e promover a valorização e a preservação do patrimônio legado pelos projetistas e construtores com vistas a sua transmissão no futuro. A consecução de tais objetivos inclui a pesquisa bibliográfica e iconográfica (acerca da história urbana de Laguna, visibilizando a sua área central no século XX; sobre a história da arquitetura brasileira e catarinense novecentista e as linguagens arquitetônicas); o exame de projetos (individualizados, sistematizados e avaliados por cada profissional); o levantamento de dados em arquivos (do CREA e do CAU) e in loco no Centro tombado (abrangendo inventário, registro fotográfico e entrevistas); e, então, o cotejamento e a análise crítica dos dados em prol da discussão e da publicação dos resultados.
Coordenadora: Profª. Danielle Rocha Benício
Término: 07/2021
As sobrevivências art déco em Tubarão: o reconhecimento da arquitetura em prol de sua preservação.
Esta ação de iniciação científica objetiva empreender a análise crítica das obras de arquitetura art déco sobreviventes em Tubarão. A partir deste escopo, além de ponderar as definições basilares da linguagem estética art déco, decorrem os seguintes objetivos considerando especificamente tal produção art déco existente na referida cidade: averiguar sua localização e seu arco temporal de manifestação; identificá-la e caracterizá-la; examinar sua implantação e sua contextualização; verificar seu estado de conservação na Contemporaneidade; e contribuir para seu reconhecimento, sua valorização e sua preservação. Este empreendimento parte da hipótese que há sobrevivências art déco em Tubarão, manifestas principalmente na área central, núcleo primitivo, e no bairro Oficinas, entre 1940 a 1969; a despeito disso, elas não são suficientemente conhecidas e, assim, não são devidamente preservadas: encontram-se em evidente processo de descaracterização e desaparição. Todavia, essas mesmas sobrevivências art déco apresentam importantes valores estético, histórico e utilitário, na dupla perspectiva per si e in toto, constituindo-se em imprescindíveis documentos do passado a compor o legado patrimonial no presente. Assim, a citada análise crítica constitui uma pesquisa que se baseia no método de abordagem hipotético-dedutivo, posto que se inicia com a percepção de uma lacuna de conhecimentos sobre o Art Déco tubaronense. Ademais, a construção dessa hipótese decorre da vivência nesta realidade urbana. Esclarece-se que esta pesquisa recorre aos métodos de procedimentos histórico e estudo de caso; e emprega as técnicas de coleta de dados, através da documentação indireta, abrangendo a investigação documental e bibliográfica, e da documentação direta, abarcando a realização de observações e de entrevistas.
Coordenadora: Profª. Danielle Rocha Benício
Término: 07/2021
O Ornamento no século XIX: o antigo e os usos do passado.
A pesquisa proposta pretende analisar, identificar e problematizar o papel dos teóricos Gottfried Semper, Owen Jones e John Ruskin na construção da ideia de ornamento na Arquitetura no século XIX, a partir do discurso de suas principais obras teóricas, a saber: Semper - Die vier Elemente der Baukunst (1851) e Der Stil in den technischen und tektonischen Künsten, oder, Praktische Aesthetik (1860 e 1863); Ruskin - The nature of gothic: a chapter of the Stones of Venice (1892) e The seven lamps of Architecture (1849); e Jones - The grammar of ornament (1856). Argumenta-se que, apesar dos autores se tornarem centrais na construção de uma teoria do ornamento na Arquitetura, estiveram não menos embasados em um olhar eurocêntrico sobre a produção ornamental dos povos antigos do oriente, o qual indubitavelmente deve ser problematizado. Este estudo segue os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso francesa, bem como o norte advindo dos estudos pós-coloniais. Dedicado a estudar o tema do Ornamento, o presente projeto tem como recorte específico as teorizações deste elemento elaboradas em meados do século XIX na Europa Central. Parte-se do pressuposto que tais teorizações contribuíram em demasia para a renovação de um discurso sobre a Arquitetura e para a construção de uma posterior historiografia da Arte. Pretende-se selecionar os discursos de três dos mais importantes teóricos da época sobre o tema, a saber, John Ruskin, Gottfried Semper e Owen Jones. Entende-se que tais autores elaboraram doutrinas em que o Ornamento é um elemento central, senão mais importante, na tarefa – crucial à época – de propor alternativas à crise expressiva da Arquitetura. Todos os três compartilhavam de uma epistemologia, num primeiro olhar, historicista, no sentido de que o estudo da história, das culturas do passado, não se encerrava em si mesmo, antes, era base ferramental para a elaboração de propostas que serviriam para orientar a prática artística. Dentre as culturas do passado estudadas, as referências na história antiga, ou seja, nos povos da antiguidade, tornaram-se centrais, haja vista o avanço das descobertas arqueológicas, bem como das pesquisas em História da Arte, a qual, por sua vez, também se via também norteada por uma epistemologia historicista. Deste modo, este projeto de pesquisa apresenta como questão preliminar investigar os discursos de Ruskin, Semper e Jones acerca da ornamentação das culturas antigas, procurando compreender o modo como eles se constituíram como teoria do conhecimento para o campo da Arquitetura. Os estudos pós-coloniais das últimas décadas têm trazido importantes contribuições ao campo da História das Artes, e dentro dele às recentes investigações sobre o tema do ornamento. Muitas pesquisas têm procurado realocar o tradicional esquema de centro e periferia, dominante no discurso histórico, e com isso questionar os modelos históricos interpretativos, em grande medida criados nos séculos XVIII, XIX e XX, pautados em uma modernidade europeia hegemônica. É nesta perspectiva teórica que este estudo está fundamentado, ou seja, no reconhecimento de que, os modelos interpretativos propostos pelos três teóricos em questão assentam-se em um olhar eurocêntrico, hegemônico, que reconhece cânones históricos de criação artística seja na Grécia clássica, seja na Europa central cristã, em detrimento das culturas tidas como “primitivas” ou “arcaicas” do Oriente. O problema principal é compreender o modo como esses teóricos usaram o passado em seus discursos, elaborando uma teoria do conhecimento eurocêntrica sobre ornamento e arquitetura. Apesar de serem referências centrais sobre o tema, além de principais fontes para o estudo do ornamento antigo, parte-se do pressuposto que nestes teóricos, assim como ao longo do século XIX, visões da Antiguidade foram construídas e reformuladas visando atender a interesses e pontos de vista distintos, como, por exemplo, a afirmação e construção de identidades modernas.
Coordenadora: Profª. Alice de Oliveira Viana
Término: 12/2021
Psicanálise como ferramenta auxiliar no projeto arquitetônico e sua importância para as relações interpessoais presentes na arquitetura.
A arquitetura e a psicologia apresentam diversos pontos de intersecção, desta forma pode ser uma ferramenta fundamental no ‘fazer arquitetônico’, contudo percebe-se um déficit na formação profissional dos arquitetos em relação ao conhecimento da subjetividade presente no processo projetual, uma vez que a escola utiliza métodos de ensino que utilizam a racionalidade como foco do projeto arquitetônico. Porém, a arquitetura não trabalha com ferramentas exatas pois exige o conhecimento e compreensão de diversas variáveis além da arquitetura propriamente construída, como a subjetividade presente no usuário, no próprio arquiteto e na relação entre ambos. Portanto esta pesquisa busca entender as diretrizes que a psicanálise, área mais específica dentro da psicologia, poderia fornecer ao projeto arquitetônico permitindo ao arquiteto criar ambientes mais condizentes com as necessidades e desejos do usuário, a partir disto haveria a necessidade de buscar e compreender conceitos psicanalíticos que facilitem o entendimento das variáveis presentes no projeto arquitetônico e por fim a partir dos resultados encontrados explicitar a importância da intersecção entre as duas disciplinas aqui expostas para o processo projetual, além de expor o déficit existente nas grades curriculares dos cursos de arquitetura em relação ao ensino da psicologia como ferramenta auxiliar para o profissional da arquitetura. A fim de buscar os resultados esperados a pesquisa utilizaria análise bibliográfica de autores relacionados a ambas as áreas do conhecimento aqui apresentadas, além de entrevistas com arquitetos, clientes, professores e estudantes de arquitetura para que se possa compreender melhor as relações presentes no processo de projeto.
Coordenadora: Profª. Michelle Souza Benedet
Término: 08/2021
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