Listamos algumas pesquisas acadêmicas recentes sobre a luz na cena para aprofundar o pensamento sobre esta linguagem.
Aqui você pode encontrar artigos sobre iluminação cênica para ler agora mesmo:
Pequeno Mostruário do olho do espectador: Da percepção do visual cênico
Christine Richier, Tradutora: Priscila Costa
Resumo: Este artigo debate o funcionamento do encontro entre a representação e o olho do espectador. Este pequeno Mostruário explora as condições de percepção do olho do espectador, com o objetivo de compreender as interações entre o olho e a luz em cena.
Do visível ao visual: poderes do blecaute na Magie Nouvelle
Véronique Perruchon, Tradutora: Nadia Moroz Luciani
Resumo: A Magie Nouvelle é uma arte ilusionista, da qual algumas variações cênicas se apoiam em ilusões de ótica e na perturbação das referências. O blecaute trazido à sua cena oferece um ambiente propício para revelar as aparições mais irreais: os corpos no palco, livres das restrições do real, provocam o encontro com o sentimento mágico. Através de uma experiência sensorial, o espectador mergulha em um universo irracional e cativante que tem o poder evocatório da imagem aberta (Georges Didi-Huberman). O blecaute imersivo tem a faculdade de transformar a opacidade da tela do visível até adquirir as qualidades do visual. Espetáculos como Vibrations (2010) e Notte (Cia 14:20) ou ainda Les Limbes (Cia Mosntre[s], 2014) permitirão demonstrar suas ocorrências. No entanto, se essa abordagem mágica do blecaute parece das mais novas, sua mobilização marcou a história da magia. Esse artigo vai se debruçar, portanto, num primeiro momento, sobre uma recontextualização do uso do blecaute na história da magia, antes de apresentar as modalidades e os desafios contemporâneas próprios à Magie Nouvelle.
A dramaturgia da luz strehleriana
Antonio Palermo
Resumo: Luz, Strehler fez dela uma componente fundamental de seus espetáculos, atuando com transparência, sobreposição de camadas, sombra. Faz parte de uma era teatral, dos anos 1950 aos 1990, e se desenvolveu de uma forma muito pessoal, tornando-se um ponto de referência. Herdeiro de uma cultura avant-garde e europeia, o imaginário strehlerian foi forjado num ambiente milanês, atravessado, a partir dos anos 1920, por artistas - cenógrafos e artistas visuais - muito atentos aos problemas do espaço e da luz. Na prática de Strehler, a iluminação não se articula apenas com a cenografia, mas também com a interpretação, na qual ela se torna parceira, ou com o ritmo musical. Pode ser considerada como uma ferramenta dramatúrgica a serviço da mise-en-scène.
Práticas laboratoriais e a história na cena: tecnologia e iluminação na cena épica de Piscator
Carina Maria Guimarães Moreira, Berilo Luigi Deiró Nosella
Resumo: O presente artigo apresenta algumas reflexões e resultados a partir da prática integrada de pesquisa desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa em História, Política e Cena – GPHPC/UFSJ, em suas dimensões de investigação, formação e difusão. Para tal, apresentamos as bases teóricas de pesquisa – a partir da noção de cena dialética e sua relação entre a cena e a história no trabalho do diretor Erwin Piscator (1893-1966) – e as práticas laboratoriais que resultaram no experimento cênico Confere. Nesse conjunto, destacam-se os procedimentos desenvolvidos no GPHPC/UFSJ quanto à prática cênica e no Núcleo de Estudos de Técnicas e Ofícios da Cena – Netoc quanto ao desenvolvimento da iluminação cênica para esse espetáculo e seus aspectos históricos e épicos, pensados concomitantemente ao momento do desenvolvimento tecnológico da iluminação elétrica e seus impactos na cena.
Cristina Grazioli, Tradutor: Berilo Luigi Deiró Nosella
Resumo: O artigo segue o pressuposto do potencial de “animação” pela luz, oferecendo um reconhecimento de possíveis significados da relação luz / figura. Diferentes exemplos desta paisagem serão abordados: desde as consonâncias entre os dois territórios, passando pelas relações dramatúrgicas mais íntimas, até o conceito de “atores de luz”.
Dodi Tavares Borges Leal
Resumo: O texto sintetiza o primeiro ano de trabalho do ILUMILUTAS, projeto de pesquisa e extensão ligado ao curso de graduação em Artes do Corpo em Cena da Universidade Federal do Sul da Bahia, no Campus Sosígenes Costa. Fundado em 2018, o grupo tem como marca o cruzamento dos estudos da iluminação cênica com os processos sociais, desempenhando ações de investigação teórica e de suporte artístico laboratorial das matizes de luz e gênero, luz e sexualidade, luz e classe social, luz e processos étnico-raciais, etc. Sendo o primeiro projeto pedagógico de iluminação cênica no país dedicado exclusivamente aos processos sociais, o ILUMILUTAS destaca-se por assumir a pesquisa das visualidades da cena a partir de corporalidades não-hegemônicas, instaurando no campo da luz uma episteme tecnopolítica e uma pedagogia sócio-crítica.
Metáforas da luz em Vestido de Noiva, a luz subjetiva
Eduardo de Souza Teixeira, Robson Corrêa de Camargo
Resumo: Este texto tem por objetivo compreender a imagem cênica produzida no jogo entre luz e trevas apresentado nas rubricas do texto do espetáculo Vestido de Noiva, do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues (1912-1980). Estes apontamentos realizados pelo autor são evocações de fragmentos de memórias que determinam a ação dramática e o estabelecimento da subjetividade como protagonista da cena, e também se apresentam como uma expressão arquetípica vivida no drama da personagem principal Alaíde. Para tal fim, apoia-se nas indicações (rubricas) do texto publicado, no expressionismo, na mitologia e nos conceitos de arquétipo tal como exposto pela psicologia analítica de Carl G. Jung (1875-1961).
Iluminação teatral em contextos escolares: uma proposta didática
Laura Maria de Figueiredo
Resumo: Este artigo aborda o potencial da iluminação artificial para práticas de ensino de teatro em contextos escolares, a partir dos conceitos relacionados às perspectivas da pedagogia do espectador de Flávio Desgranges e reflexões de Walter Benjamin sobre jogo infantil e brinquedo. Apresento um dispositivo didático para subsidiar o aprendizado inicial das relações entre luzes e cores por meio de uma maquete que simula o ilusionismo do palco de boca de cena, para propiciar leituras possíveis surgidas a partir da presença da luz como recurso cênico expressivo. Esse artefato foi desenvolvido para aulas de teatro para crianças e jovens em contextos escolares e inspirado nas ideias de Benjamin, reconhecido teórico do Teatro Épico de Brecht e pensador da educação infantil. A maquete propõe o espírito de brinquedo e brincar com luz, espaço e cor e possibilita a aproximação entre alguns tópicos básicos sobre iluminação teatral, corpos, objetos e espaço cênico que fazem parte dos conhecimentos que propiciam o desenvolvimento do espectador épico, seguindo as proposições de Desgranges.
Luiz Renato Gomes Moura
Resumo: O objeto de estudo deste artigo está centrado na problematização de como a experimentação da iluminação cênica na sala de ensaio colabora com a criação dos atores. A argumentação está fundamentada pelas experiências da Companhia de Teatro Engenharia Cênica, do estado do Ceará, em diálogo com os conceitos de atuação polifônica de Ernani Maletta e visualidade de Eduardo Tudella, com o objetivo de levantar questões a respeito de como as relações entre iluminação e atuação podem ser investigadas na gênese da criação da cena.
A iluminação cênica como dispositivo da experiência cinestésica
Marina Souza Lobo Guzzo, Dolores Galindo, Daniele Milioli
Resumo: Este artigo pretende evidenciar a luz e as tecnologias de iluminação cênica como um dispositivo capaz de modificar e contribuir para a experiência cinestésica nas artes da cena, aqui entendida como percepção do movimento. A partir de uma cartografia pelo tema nas artes, especificamente na dança e no circo e do avanço das tecnologia de iluminação, desde o final do século XIX até os dias de hoje, pretende-se estabelecer uma relação com o ato-perceptivo proposto por Gilles Deleuze e Félix Guattari e o aparato tecnológico da cena, evidenciando os mecanismos de iluminação como parte central para a experiência cinestésica dos artistas e do público.
Tecnologia na iluminação cênica e a capacitação profissional: autonomia/procedimentos automatizados
Pedro Dultra Benevides
Resumo: A tecnologia na iluminação cênica passou por sucessivas e constantes atualizações nos últimos anos, e um dos propósitos da indústria tem sido a fidelização de seus usuários. O presente texto apresenta uma reflexão sobre as influências desse contexto na capacitação dos profissionais. Reflito se a tecnologia pode condicionar a automatização dos procedimentos destinados à referida atividade artística. Para tanto, reúno fatos referentes à implantação dos sistemas de controle digital no Brasil; e, em seguida, exponho alguns procedimentos utilizados por artistas e técnicos envolvidos na iluminação. Por fim, especulo se mais influências promovidas pela tecnologia podem trazer consequências relevantes para o desenvolvimento de projetos de luz no teatro.
Manipulador: uma relação entre espaço, luz e objeto
Rafael Cardoso Jacinto, Rebeca Lenize Stumm
Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir uma poética baseada na luz como materialidade a ser manipulada pelo artista, para compor espaços de luz e de visualidades, em ambientes expositivos. Por meio de objetos em situações de propagação da luz, a discussão transita não só por questões que identificam o potencial da luz a fim de modificar o ambiente, como também propõem o artista como um manipulador de objetos/luz. Além disso, a pesquisa se baseia no levantamento de discussões acerca de trabalhos em que a luz protagoniza o acontecimento artístico e propõe também ampliação de perspectivas da ação do artista como um manipulador, envolvido em um processo poético, no contexto da arte contemporânea.
O Escuro no Teatro: da violência à ecosofia
Véronique Perruchon, Tradutor: José Ronaldo Faleiro
Resumo: Este artigo aborda a dimensão mais profunda do escuro em cena. O trabalho se propõe responder à questão subjacente ao tema, qual seja, como falar do escuro em sua dimensão mais profunda? Para tanto a sua escrita se pauta em espetáculos de renome internacional criados na França.
Entre luz e sombras: o processo de criação do espetáculo Segredos e Sombras
Saulo Germano Sales Dallago, Wesley Martins da Silva, Francisco Guilherme Oliveira Júnior
Resumo: Este trabalho objetiva descrever as etapas do processo de criação do espetáculo Segredos e Sombras, produzido em Goiânia/GO no ano de 2017, abordando a utilização da iluminação cênica, do teatro de sombras e da projeção audiovisual como componentes estéticos desta montagem. Buscando teorias acerca do design de luz para a cena e do teatro de sombras contemporâneo, a pesquisa demonstra desafios e descobertas na trajetória de elaboração da peça, adaptada a partir do conto A Causa Secreta, de Machado de Assis, além de novas perspectivas de auto iluminação, projeção e controle de sombras não intencionais na cena advindas a partir da segunda temporada do espetáculo, em 2019.
Vagalume urbano: veste iluminada que acende o teatro nas ruas das cidades
Regilan Deusamar Barbosa Pereira
Resumo: A formação histórica que confere humanidade ao corpo social se encontra obscurecida pela mercantilização da cultura e das artes. A iluminação opressiva dos centros urbanos ou a penumbra das regiões periféricas igualmente contribuem para a desvalorização das humanidades, refletindo somente arbitrários interesses globalizadores. O sujeito da história acende o indivíduo que constrói integrado à coletividade. Portanto, será verificada tanto a fabricação como o uso de vestes com faixas refletivas em passeios ciclísticos noturnos com o objetivo de apropriação dos materiais luminosos para conferir ações artísticas à urbanidade. O fundamento teórico está no estudo da cidade (Argan, 2005) e de sua construção (Sennett, 2013).
Estudo das possibilidades de iluminação cênica no Theatro José de Alencar
Walter Façanha Freitas, Francimara Nogueira Teixeira, Gilson Brandão Costa
Resumo: Esse artigo é um estudo das possibilidades relacionadas à iluminação cênica em um teatro monumento, o Theatro José de Alencar. O estudo foi desenvolvido partir de três etapas de coleta de dados: visita em campo, pesquisa documental e entrevistas. Para tal, foi criado e utilizado um guia, fundamentado em teóricos, como Simões (2015), Barroso (2002) e Camargo (2000), a fim de discutir e relacionar possibilidades cênicas na execução de projetos luminotécnicos. A pesquisa documental buscou informações históricas sobre as estruturas cenotécnicas do referido teatro. Das entrevistas se colheu dados empíricos envolvendo a iluminação cênica para, através de análise comparativa com as estruturas luminotécnicas avaliadas, encontrar um repertório de possibilidades técnico-artísticas para o referido teatro, a partir das visitas realizadas. Através do levantamento e da análise das possibilidades de iluminação cênica desse equipamento, esse estudo acredita poder contribuir assim para fortalecer o Theatro José de Alencar, ao produzir uma pesquisa que pode auxiliar os profissionais que se utilizam dele com subsídios técnicos mais precisos para a realização de seus projetos e criações.
Uma luz para o Teatro Brasileiro
Ivo Godois, Vera Collaço
Resumo: O Vieux-Colombie foi uma proposta inovadora tanto no espaço cênico como para a formação do ator. Iniciado pelo Francês Jacques Copeau em 1913, teve em seu aluno, Louiz Jouvet um de seus grandes disseminadores. Este também praticou experimentos com iluminação cênica. Como diretor passou pelo Brasil demonstrando espetáculos que continham qualidades também na iluminação, o que pode ter provocado interferência na montagem da peça Vestido de Noive realizada pelo grupo carioca Os Comediantes.
A luz cênica como visão espiritual: Gordon Craig e o design por símbolos
Alberto Luiz Morgado, Paulo César Balardim Borges
Resumo: O seguinte trabalho investiga a concepção de iluminação cênica de Gordon Craig e sua influência na cena contemporânea. Para tanto, são levadas em consideração as sombras como forma de expressão, a influência de Richard Wagner e o pós-impressionismo. Por fim, analisamos a produção de Dido and Aeneas, marco da iluminação cênica moderna.
Por uma história do pensamento sobre o fazer da iluminação cênica moderna: a cena além do humano
Berilo Luigi Deiró Nosella
Resumo: O presente artigo, um dos resultados parciais de pesquisa de pós-doutoramento sobre uma história do fazer e do pensamento da iluminação cênica moderna, apresenta algumas questões relativas a tal proposição e estabelece algumas bases do pensamento da iluminação em cena entre finais do século XIX e início do XX. Para tal, articula, com base sobretudo em Adolphe Appia e Gordon Craig, a relação entre os avanços propiciados pela iluminação elétrica e reconfigurações das tradições do teatro de figuras (marionetes), como estudado por Cristina Grazioli, numa proposição de modernização da cena, considerando-se os modos de produção, tanto da iluminação quanto da cena, em seus contextos culturais.
A experiência da cor-luz: um ambiente cênico de Hélio Oiticica para um show de Gilberto Gil
Cássia Maria Fernandes Monteiro
Resumo: Neste artigo investigamos de que maneira a cor-luz e os aspectos vivenciais da performance contribuem ao percurso poético do artista Hélio Oiticica durante a criação da ambientação cênica do show Gilberto Gil in Concert realizado Nova Iorque [1971]. Como eixo conceitual buscamos suporte nos estudos da cor de Wassily Kandisky, no conceito de iluminação cênica de Denis Bablet e no traçado poético dos escritos de Oiticica. A partir dos documentos iconográficos, considerando a interlocução estética decorrente do momento tropicalista, pretendemos esclarecer de que maneira neste show a materialidade do som, da luz e da cenografia ativam a imagem para a participação vivencial no ambiente.
Cibele Forjaz Simões
Resumo: Este artigo faz um levantamento histórico das primeiras pesquisas e aplicações práticas da energia elétrica no teatro, primordialmente a partir da invenção das lâmpadas de arco-voltaico (1849) e incandescente (1879), para analisar as mudanças que a energia elétrica possibilita para a arte do espetáculo, em sua relação com o surgimento da encenação. O eixo central é a transformação da função da iluminação cênica, de instrumento da visibilidade a elemento estrutural e estruturante da escrita cênica, constituindo-se como linguagem.
Iluminação cênica e estudos acadêmicos: teoria, praxis e imagem
Eduardo Augusto da Silva Tudella
Resumo: Este texto se origina na expectativa de sugerir possíveis trilhas para o estudo da iluminação cênica, considerando sua recente incursão na academia, incorporando observações acerca de noções teóricas da imagem e projetando possibilidades de pesquisa teórica associada a instâncias da formação do(a) artista que trabalha nessa área. Tais reflexões podem indicar a abordagem da iluminação cênica como aspecto unificador da cena.
Luz e sombra: construções imagéticas de Dom Casmurro na TV
Evelin Gomes da Silva, Paulo Custódio de Oliveira
Resumo: O presente artigo aborda sobre as correspondências interartísticas e a relação entre a Arte, a Literatura e a Televisão. O objeto de análise será a microssérie Capitu (2008), uma adaptação audiovisual dirigida por Luiz Fernando Carvalho do livro Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis. A proposta é discutir as construções imagéticas do narrador na televisão, tendo como referência o estudo da luz e da sombra na composição do personagem.
Felipe Braccialli, Mário Ferreira Piragibe
Resumo: Este artigo apresenta a análise de duas cenas cômicas em que existe relação entre ator e iluminação cênica e dessa interação é sugerido uma dupla cômica em cena, sendo metade da dupla representado por um ator e a outra metade por efeito(s) luminoso(s). A luz-personagem se torna, então, a percepção da presença da iluminação cênica como sugestão de um personagem. O efeito luminoso ganha subjetividade e personalidades aproximadas ao humano. As cenas são descritas e analisadas durante o artigo, e em seguida são comparadas na tentativa de discutir as semelhanças e diferenças de utilização do recurso, abrindo assim, a possibilidade de novas experimentações cênicas de luz-personagem.
O percurso contínuo do processo criativo da luz
Jociel Carvalho Teixeira, Fernando Lira Xímenes
Resumo: Este artigo propõe um olhar reflexivo da iluminação cênica como uma linguagem artística que compõe a cena e que está inserida em um processo criativo contínuo e evolutivo. Partindo do pensamento de Salles (2016) sobre a construção da obra de arte, relacionando aos conceitos de Camargo (2015) e de outras vivências como as de Vasquez (2015), aliando à prática do trabalho profissional do iluminador. Desta forma, o objetivo desse artigo é repensar e questionar sobre a forma que a luz é pensada, executada e inserida, através da análise da prática de criação e a execução da iluminação, destacando algumas experiências com a operação de luz no trabalho Máquina Fatzer – Diga que Você Está de Acordo (2014).
Jose Jackson Silva
Resumo: Neste trabalho busco refletir sobre o processo de aprendizagem em Teatro, em geral, e sobre o aprendizado em iluminação cênica, em especial, a partir da experiência de uma turnê nacional no projeto Palco Giratório, ocasião na qual pude vivenciar as contradições, conflitos e dificuldades em iluminar um espetáculo teatral em 43 cidades distintas pelas cinco regiões do país. Constatando, na prática, que o objetivo diário de um agente da cena, que se aventura nos palcos brasileiros, é a capacidade genuína de aprender a aprender.
Laura Maria de Figueiredo
Resumo: Este artigo descreve algumas das articulações entre espaço, luz e corpos nos palcos e que resultam em signos visuais, atmosferas dramáticas ou outras configurações significantes na cena. Por meio desta leitura procuro apontar alguns dos elementos materiais que constituem bases técnicas para analisar o fenômeno poético da luz cênica.
Notas sobre a luz performativa em Darwin
Nadia Moroz Luciani
Resumo: Este artigo relata o processo de criação do projeto de iluminação cênica para o espetáculo Darwin com suas características colaborativas e performativas. Pretende ainda apresentar as características de uma possível luz performativa aplicadas ao processo de criação na concepção participativa do espetáculo e defender a atuação do operador de luz como performer que atua no espetáculo executando a luz em sua expressão e linguagem, interferindo na cena e interagindo com as outras sensorialidades e demais performers da encenação. Para isso, confronta o conceito de teatro performativo de Josette Féral com a possibilidade de considerar a operação da luz como ato performativo e sua criação e expressão como elemento constitutivo da performance no conceito de Marvin Carlson, defendendo, assim, o conceito elaborado e definido como performatividade da luz.
Diálogos de luz: A performance do iluminador e a performatividade da luz
Natasha Kerolen Leite da Silva
Resumo: Minha fonte de Energia Pesquisante parte do meu fazer artístico, como artista-iluminadora-pesquisadora, e essa questão se deu enquanto uma poética pessoal, pela qual fui traçando meu caminho em direção ao processo criativo, focando na busca da visibilidade poética do ato de iluminar. Isto é, a poética elemental é um dispositivo que traduz o meu processo criativo enquanto iluminadora e uma estratégia de trabalho, a qual tratei como uma poética a fim de compreender no fazer artístico uma performatividade na esquematização do ofício. Esta estratégia que se transformou em dispositivo metodológico e didático surgiu quando tracei um paralelo entre os elementos da natureza e a operacionalização no/do processo criativo como performance através dos inúmeros diálogos de luz.
A iluminação cênica em contextos de formação: Apps e equipamentos digitais na era da indústria 4.0
Pedro Dultra Benevides, José Mauro Ribeiro
Resumo: O descompasso dos processos de ensino em Artes Cênicas, com o surgimento das tecnologias digitais, sinaliza que os processos de capacitação profissional estão desatualizados, especialmente em áreas impactadas pela atualização tecnológica, como o Design de Iluminação. O artigo pretende refletir sobre a urgência de se pensar em aproximações na fronteira tecnológica e apontar caminhos para o dilema identificado na Universidade, ainda dependente do legado do século XIX. Conclui-se que as tecnologias portáteis podem se tornar aliadas nas práticas pedagógicas e promover o interesse de todos.
A escrita e a não escrita da luz
Roberto Gil Camargo
Resumo: O objetivo deste estudo é analisar as dificuldades que há em traduzir por palavras os efeitos da luz no teatro. Partindo das diferenças conceituais entre a luz e a iluminação, o artigo propõe-se a investigar a questão da luz enquanto escrita e não escrita, tomando como exemplo o caso da chamada “luz atmosférica”, em que as duas instâncias (escrita e não escrita) se fazem presentes de forma mais explícita. O texto toma como referência teórica estudos de Iluminação Cênica, Arquitetura, Análise do Discurso e Análise Sociocognitiva.
A Luz Montagem Uma análise comparativa dos mecanismos de edição utilizados no teatro e no cinema
Renato Machado
Resumo: Quando comecei a freqüentar os ensaios da peça Sangue Bom da Cia. Pequod de Teatro de Animação, deparei-me com uma grande quantidade de diferentes ambientes cenográficos que se moviam em estruturas possuidoras de rodas, fazendo a ação da peça se deslocar por diferenciados espaços internos da narrativa, bem como ocupar o palco em toda a sua extensão num movimento contínuo onde as imagens se encadeavam em sucessão levando o espectador de cena a cena, quase como se houvessem cortes no espaço e no tempo. Comecei então a perceber que a proposta narrativa se assemelhava muito a forma de construção cinematográfica. Fiquei me perguntando qual seria o papel da iluminação e do iluminador cênico dentro de tal estrutura. Foi aí que surgiu a idéia de pensar as possibilidades inerentes a iluminação cênica como um mecanismo de edição, tornando-o fundamental na aproximação possível entre estas duas distintas formas narrativas: o teatro e o cinema.
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