A presente pesquisa se propõe a analisar de que modo o conceito dramatúrgico de peça-paisagem de Gertrude Stein, criado na década de 1930, pode ser relacionado ao conceito de paisagem sonora de Raymond Murray Schafer, criado, por sua vez, no fim dos anos 1970. Por meio da revisão das ideias de Stein acerca do teatro do seu tempo, do estudo da sua proposta dramatúrgica própria, das características gerais presentes nos seus textos, e da análise de trecho de uma de suas peças, foi possível verificar a grande importância que a autora dava à sonoridade do que escrevia para tornar possível a construção de instigantes ambientes sônicos por meio da enunciação verbal na cena teatral. Também foi verificada a frequente aproximação dos textos de Gertrude Stein com o aspecto de ruído conforme descrito por Raymond Murray Schafer, apontando para a possibilidade de recepção de suas peças através de um hedonismo do som destituído de qualquer significado semântico.
Resumo: Investiga-se a contribuição de dois visionários das vanguardas do final do século XIX, e da primeira metade do século XX, Jarry e Artaud, e de como elementos do teatro de Jarry estão semeados no pensamento Artaudiano. Das marionetes aos manequins, Jarry e Artaud redefinem um novo paradigma de uso da voz. A partir de um estudo comparativo dos textos de Jarry e Artaud, a pesquisa analisa as concepções teatrais de ambos, apontando os elementos relativos ao uso da voz na cena. Conclui-se que diversas das ideias que Jarry formula a partir da sua paixão pela marionete, encontram ressonância no pensamento de Artaud. Em Jarry, a busca por um teatro abstrato, o leva a idealizar um ator-máscara com uma voz-máscara. Em Artaud, a sua busca o leva a um teatro metafísico, onde a atuação se torna encarnada e a voz encantatória. Ambos rompem com a voz do teatro realista que é pura semântica, e reivindicam uma voz sonora, musical e rítmica.
Resumo: Com o objetivo de compreender e refletir sobre as possibilidades e funções do repertório sonoro na cena teatral é que pesquiso três atuais espetáculos do grupo Circo Teatro Udi Grudi de Brasília por reconhecer neles densa peculiaridade com relação aos estudos sonoros que o grupo emprega em seus trabalhos.
Resumo: Neste artigo, discutiremos as relações entre som e imagem no cinema, tendo como objeto o filme 2 ou 3 Choses que Je Sais D’Elle (1967) de Jean-Luc Godard. Inicialmente, identificaremos práticas hegemônicas de conexão entre som e imagem cinematográficos para que possamos, então, apontar os dissensos estéticos provocados por Godard. O diretor, através do uso de procedimentos conceituais de criação sonora e articulação entre som e imagem, tece um território acústico complexo que solicita um processo de decifração pelo ouvinte/espectador. Os acontecimentos sonoros mesclam sensorialidade, memória, emotividade, significação e, mesmo, imagem, constituindo multiplicidades que definimos como Territórios Acústicos. Analisaremos como o território acústico de 2 ou 3 Choses que Je Sais D’Elle desenha novas formas de articulação entre som e imagem e solicita, com isso, novas formas de relação entre ouvinte/espectador e o cinema.
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