Notícia

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em parceria com o Instituto de Estudos de Gênero (IEG/Ufsc), da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e o Instituto Federal de Santa Catarina (Ifsc), realiza a 13ª edição do Seminário Internacional Fazendo Gênero (FG13), com tema “Contra o fim do Mundo - Antifascismo, Anticolonialismo e Justiça Climática”. O evento acontece presencialmente, de 29 de julho a 2 de agosto, no campus da Ufsc, em Florianópolis.

Já são mais de 6 mil inscritos no Fazendo Gênero 13, que tem como proposta criar um espaço de diálogo que inclua pesquisadores, artistas e ativistas, possibilitando trocas interdisciplinares e formação de redes internacionais. A programação conta com minicursos, mesas redondas, simpósios temáticos, atividades culturais, feiras e mostras. Destaques na programação estão as participações das quatro conferencistas deste ano: Amina Mama, Adriana Guzmán, Débora Diniz e Mestra Joana (confira abaixo).

O Fazendo Gênero acontece desde 1994 e passou a de evento nacional à internacional em 2000. Até o momento foram realizadas 12 edições. O objetivo do FG13 é promover um ambiente de interlocução entre a academia, o meio artístico e o ativismo, tendo como foco a questão de gênero.

Débora Figueiredo, professora da Ufsc e uma das organizadoras do evento, destaca a urgência de uma plataforma de enfrentamento ao fim do mundo, de pessoas feministas comprometidas com a justiça em seus vários aspectos. "Uma agenda contra o fim do mundo é uma agenda de cuidado mútuo e coletivo e de construção plural e democrática, buscando o bem viver para todas as pessoas”, destaca.
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Na parceria entre a Udesc e demais instituições, a universidade estadual conta com a participação de estudantes na monitoria do evento, além da realização de mostras e apresentações culturais, coordenadas junto à Udesc Ceart, onde apresentações, mostras e exposições acontecerão.
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Conferencistas
Amina Mama, referência mundial nos estudos de gênero. Nascida na Nigéria,atualmente é professora do departamento de Gênero, Sexualidade e Estudos Feministas na Universidade da Califórnia. Educadora, pesquisadora e organizadora feminista transdisciplinar. A pesquisadora combate o neocolonialismo, a militarização e a extração violenta de recursos do Sul Global, e relaciona questões de gênero, subjetividades e corpos. Amina é a fundadora da revista Feminist Africa. Entre suas obras mais influentes estão: "A luta oculta: respostas estatutárias e voluntárias do setor às mulheres negras e à violência doméstica em Londres"; "Além das Máscaras: Raça, Gênero e Subjetividade", e "Gerando Ciências Sociais Africanas".

Adriana Guzmán, indígena do povo Aymara, educadora popular reconhecida por movimentos indígenas e movimentos feministas latino-americanos. Guzmán é membra da organização Feminismo Comunitário Antipatriarcal (Bolívia), Feministas Abya Yala e Rede Constitucionalista Crítica. É autora dos livros " Descolonizar la Memoria, Descolonizar los Feminismos ", " Un feminismo útil para la lucha de los pueblos " e " El tejido de la Rebeldia - ¿Qué es el feminismo comunitario ?". Adriana também é e co-apresentadora do programa de rádio trilíngue " Warmi Pacha Warmi Jallpa " sobre mulheres e território.

Débora Diniz, conferencista, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis Instituto de Bioética. É reconhecida nacional e internacionalmente por seus projetos em bioética, feminismo, direitos humanos e saúde. Dedicou sua vida à defesa dos direitos das mulheres, dos LGBTQIA+ e de outras minorias marginalizadas. Conhecida na luta pela descriminalização do aborto no Brasil, trabalhou incansavelmente para garantir acesso igualitário à saúde e reprodutiva e aos serviços de planejamento familiar para todas as pessoas, especialmente para aquelas em comunidades marginalizadas e em situações de vulnerabilidade. Ela publicou "Zika: Do sertão nordestino à Ameaça Global", obra que ganhou o Prêmio Jabuti de Ciências da Saúde.

Mestra Joana, ou Joana D'arc da Silva Cavalcante é uma artista popular pernambucana. É a única mulher, até os dias atuais, a coordenar e apitar o batuque de uma Nação de Maracatu de baque virado, a "Nação Encanto do Pina", além de liderar dois outros grupos: "Baque Mulher" e "Mazuca da Quixaba". Joana foi, por anos, coordenadora e coreografa da ala dos agbês da Nação Porto Rico. Como professora de maracatu - fundamentos, batuque e dança - e de dança dos Orixás, tem viajado desde 2008 para o Sul e Sudoeste do Brasil divulgando seus conhecimentos e formando novos batuqueiros. Cavalcante também participou do Rencontre Internationale de Maracatu/2016 , em Paris, na França, como professora de dança e de agbê. Como única mestra de Maracatu de baque virado, serve de inspiração a muitas mulheres, batuqueiras e/ou moradoras da comunidade, que lutam pela igualdade e empoderamento em diversos lugares e espaços.

Mesas redondas
Nos dias do evento cerca de 45 mesas redondas acontecm. Segundo a organização essas mesas "são espaços de discussão e debate entre pessoas conhecedoras dos temas". Nelas estarão presentes deputadas, vereadoras, professoras, ativistas e artistas. "As mesas são ótimas oportunidades para se informar e compartilhar ideias", destaca a organização.

O FG13 será transmitido pela TV UFSC.

Mais informações podem ser encontradas no site do evento. Acompanhe também as atualizações pelo instagram @‌fazendo_genero.

Assessoria de Comunicação da Udesc
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