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Notícia

27/04/2020-18h16

Secretaria federal de saúde indígena divulga projeto da Udesc Oeste sobre Covid-19

Vídeo foi coordenado pelas docentes Francielli Girardi e Clarissa Silva, da Enfermagem - Imagem: Divulgação 

O projeto audiovisual "Covid-19, fala Kaingang!", que foi desenvolvido pelo Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), será utilizado pela Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, para prestar orientações sobre a doença e formas de prevenção nas comunidades indígenas. Confira o vídeo.

Coordenado pelas professoras Francielli Girardi e Clarissa Bohrer da Silva, do Departamento de Enfermagem da Udesc Oeste, o material audiovisual é bilíngue e teve, na produção, apoiadores e integrantes da Terra Indígena Kaingang do Toldo do Chimbangue, de Chapecó.

"O material será amplamente divulgado em todo território nacional pela Secretaria Especial da Saúde Indígena", destaca Francielli. Segundo ela, a ideia surgiu a partir da necessidade de proteger as comunidades indígenas, "buscando respeitar seus preceitos tradicionais".



Aldeias já sofrem com doença

Francielli, que é doutora em Saúde Coletiva, também atua como pesquisadora em saúde indígena e destaca que existem aproximadamente 500 mil indígenas residindo em cerca de 500 terras indígenas no País, conforme dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A docente explica que, diante dos números atuais da Sesai, é possível perceber que essa população já está sendo atingida. "Em 24 de abril, foram confirmados 42 casos de Covid-19 e quatro óbitos entre os índios no Brasil. Em Santa Catarina, já temos dois casos suspeitos", relata. "A ONG Instituto Socioambiental (ISA) criou uma plataforma online na qual é possível monitorar o avanço do vírus pelas reservas indígenas."

De acordo com a docente, a proximidade entre comunidades indígenas e as cidades catarinenses facilitam o contato dos índios com a Covid-19. "Além disso, a organização tradicional indígena favorece o agrupamento entre familiares, o que potencializa a disseminação do vírus nas aldeias", ressalta.

Outra questão é o impacto socioeconômico da quarentena nas comunidades, "pois a renda dos indígenas advém da venda de artesanatos na cidade". O fato de indígenas estarem impossibilitados de sair das aldeias pode resultar na escassez de alimentos.

Mais informações

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail fragirardi@gmail.com.

Confira todas as ações desenvolvidas pela Udesc no combate à pandemia do novo coronavírus no site udesc.br/coronavirus.

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