O grupo de pesquisa musicAR: artisticidade. cultura. educação musicaltem, no centro de seus estudos, a performance musical – isto é, a música acontecendo e o que se passa com e entre as pessoas, enquanto a música acontece. É um interesse ontológico, a guiar nossa atenção muito mais para a artisticidade que constitui o ser humano, do que para características técnicas e morfológicas da execução instrumental e vocal, ou para códigos e grifos da linguagem musical ou, ainda, para aquilo que resulta da performance em produto musical.
Nossos interesses na performance musical consideram-na, por princípio, uma experiência humana constituída de simbolismos, os quais, contextualizados histórica cultural e politicamente, atribuem sentidos às práticas musicais. A importância de situar historicamente as performances musicais está explicitada em nossa logomarca, a Sankofa – a galinha olhando para trás, com um ovo no bico - um símbolo do povo africano Ashanti, situado majoritariamente nos países de Gana, Burkina Faso e Togo na atualidade. A Sankofa significa olhar para trás, para ir para frente[1]. Ou seja, conhecer e valorizar o passado é posto pelo povo Ashanti como condição para ir adiante, se desenvolver, o que tem íntima afinidade com nosso entendimento de que conhecer e valorizar a História, é condição para compreender o tempo presente e poder agir com efetividade crítica, no mundo – um princípio ético-político-pedagógico de Paulo Freire que também fundamenta nossos estudos, na promoção de uma pedagogia musical crítica.
É nesta direção que nossas pesquisas têm perspectiva decolonial, isto é, primamos por abordagens epistemológica e metodologicamente atentas às singularidades históricas dos contextos socioculturais investigados, levando em consideração – ou, sem deixar no passado histórico – a incidência da colonização sociocultural da modernidade patriarcal cristã supremacista europeia. Paradigma que disseminou em nosso território latino americano, por séculos, uma concepção euro centrada de música e, a partir dela, um determinado modo de se relacionar com música e com educação musical. Propomos oxigenar, deixar ventos de outras paragens nos soprar outras escutas do que seja música e educação musical, ideia representada em nossa logomarca pelo AR no termo musicAR, indicando, ao mesmo tempo, que assumimos a música não como um substantivo, mas sim, como um verbo.
Esta é uma concepção de música fundamentada em Christopher Small, para quem todo ser humano é constituído de musicalidade. Isto nos coloca implicadas/os com esta questão: o que compete a uma pedagogia musical se seu sujeito de atuação é constituído de artisticidade?
Esta e outras questões adjacentes podem ser encontradas nas nossas pesquisas e reflexões, aqui na aba “pesquisas”. De modo geral, esses estudos se situam nestas duas linhas de pesquisa, com as quais o grupo musicAR: artisticidade. cultura. educação musicalestá cadastrado no CNPq: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9684589118242223
a. Performance musical. Produção de subjetividades. Educação musical
b. Interseccionalidades de gênero, classe, racialização, geração, religião e sexualidades na educação musical.
Você pode participar de nossos encontros de leitura, escrevendo para artisticidadepesquisa@gmail.com
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