Arte: Divulgação
A pluralidade de formas, cores e a singularidade das obras da artista plástica Fayga Ostrower são prestigiadas na exposição “Fayga Ostrower: Muito além dos Universos”, que integra a 26ª Edição do Projeto Armazém. Gratuita e aberta ao público, a mostra tem sua abertura oficial nesta quinta-feira, 5 de outubro, às 17h30, na Galeria Jandira Lorenz, localizada dentro do Departamento de Artes Visuais (DAV) do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Em cartaz até 8 de novembro, a mostra reúne 20 gravuras da artista, pertencentes ao acervo do Projeto Armazém, através do incentivo do Instituto Fayga Ostrower. Nesta sexta, 6, a exposição conta com a presença de Noni Ostrower, filha da artista, para uma conversa sobre as obras às 17h30. Além disso, está programada uma feira de gravuras organizada pela equipe do projeto para o dia 7 de novembro, das 11h às 19h.
“Muito além dos Universos”, uma homenagem à artista pelo centenário de nascimento (1920-2020), é uma realização da Galeria Jandira Lorenz e do Projeto Armazém, idealizado e coordenado pela professora do DAV Juliana Crispe. O programa de doação de obras de Fayga para o Brasil, organizado pelos filhos da artista, Noni e Carl Robert Ostrower e promovido pelo Instituto Fayga Ostrower, visa garantir o acesso democrático à arte.
A exposição busca mostrar o pensamento de vanguarda e a importante atuação de Fayga no cenário nacional da arte, tendo curadoria da egressa do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV), Francine Goudel, e das professoras da Udesc Ceart Juliana Crispe e Sandra Favero.
Além de sua atuação como artista, as contribuições de Fayga Ostrower como educadora e teórica das artes são amplamente reconhecidas e continuam sendo objeto de estudo até os dias atuais. A exposição procura expressar a gratidão pelas doações, ao mesmo tempo em que busca destacar a singularidade das obras produzidas em um período da história brasileira em que a gravura se apresentou de forma expressiva, desmistificando a concepção de que se tratava de uma forma de arte menor e menos válida, segundo os organizadores.
As curadoras da mostra afirmam que Fayga buscou entender e apresentar como se dá o ato de criar, os processos, os valores subjetivos e essenciais dos seres humanos, partindo dos seus conhecimentos práticos e teóricos. "Suas pesquisas defendiam que todas as pessoas têm potencial criativo. Ela procurou levar o conhecimento artístico para além dos espaços institucionalizados voltados a arte, promovendo entre trabalhadores/operários o estímulo e o interesse pela criação", complementam.
A exposição e as atividades educativas são realizadas pelo Projeto Armazém e pela Galeria Jandira Lorenz, com o apoio do Instituto Fayga Ostrower, bem como a colaboração de projetos da Udesc Ceart, incluindo o grupo de pesquisa Articulações Poéticas, o grupo de pesquisa Compor, o Projeto Integrado do DAV e o PPGAV.
Escolas interessadas em conhecer a exposição e realizar atividades podem agendar visitas no período matutino, através do e-mail
galeriajandiralorenz@gmail.com ou do telefone (48) 99952-3971. As ações educativas para a mostra incluem visitas mediadas e oficinas, desenvolvidas por um grupo de docentes e discentes do curso de Artes Visuais da Udesc.
Sobre a artista
Fayga Perla Krakowski nasce em Lodz, na Polônia, em 14 de setembro de 1920. Em 1921, sua família muda-se para Wuppertal, na Alemanha, onde mora até 1933. Naquele ano, seu pai, Froim Krakowski, e depois o restante da família, fogem refugiados para a Bélgica, amedrontados pela condição de judeus imigrantes na Alemanha nazista. Permanecem ilegalmente na Bélgica até conseguirem visto para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 1934. Em 1938, Fayga conhece o historiador Heinz Ostrower, militante e preso político na Alemanha, deportado ao Brasil pelos nazistas em 1937. Casa-se com ele em 1941 e tem dois filhos, Carl Robert e Anna Leonor (Noni).
Cursa Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas em 1947, onde estuda xilogravura com o austríaco Axl Leskoscheck e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros. Em 1955, vive por um ano em Nova York com Bolsa de estudos da
Fundação Fullbright. Recebe numerosos prêmios, entre eles o Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957), o Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958), e nos anos seguintes os Prêmios nas Bienais de Florença, Buenos Aires, México, Venezuela e outros.
Entre os anos 1954 e 1970, desenvolve atividades docentes na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer dos anos 1960, leciona no
Spellman College, em Atlanta, EUA, na
Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, na pós-graduação de diversas universidades brasileiras.Publica diversos livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles Criatividade e Processos de Criação (1978), o amplamente conhecido Universos da Arte (1983), Acasos e Criação Artística (1990) e A Sensibilidade do Intelecto (1998).
Em 1983, é realizada no Museu Nacional de Belas Artes uma retrospectiva dos 40 anos de sua obra gráfica, e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. Durante anos, Fayga desenvolve também cursos para operários e centros comunitários. Deixa um precioso acervo, resultante de seis décadas de produção artística. Seus trabalhos se encontram nos principais museus da Europa e das Américas. Falece no dia 13 de setembro de 2001, no Rio de Janeiro. Em 2002, é criado o Instituto Fayga Ostrower, com o objetivo de preservar sua obra e memória.
Sobre o Projeto Armazém
O Projeto Armazém realiza exposições de artistas convidados e de seu acervo, seminários, oficinas e feiras de arte. Idealizado pela professora Juliana Crispe, tem seu título inspirado na primeira edição, que aconteceu no Museu Victor Meirelles, em 2011, em Florianópolis. O museu foi a casa natal do artista e se tornou um bar e armazém durante parte da primeira metade do século 20. Além das relações com o espaço físico do local, o projeto faz referência direta ao grupo Fluxus e ao texto de Arthur C. Danto, “O Mundo como Armazém: Fluxus e Filosofia”, no livro “O que é Fluxus? O que não é! O porquê”. Desde sua primeira edição, já recebeu a participação de artistas com produção no Brasil e no exterior, e foi ao longo dos anos formando um acervo de obras significativas.
Serviço
O quê: Exposição “Fayga Ostrower: Muito além dos Universos - 26ª Edição do Projeto Armazém”;
Quando: Abertura em 5 de outubro, às 17h30;
Período de visitação: De 6/10 a 8/11, das 13h às 18h;
Onde: Galeria Jandira Lorenz - Departamento de Artes Visuais (DAV) da Udesc Ceart - Av. Me. Benvenuta, 2007, Itacorubi, Florianópolis/SC;
Quanto: Gratuito e aberto à comunidade.
*As escolas interessadas em conhecer a exposição e realizar atividades podem agendar visitas no período matutino, através do telefone (48) 99952-3971 ou do e-mail galeriajandiralorenz@gmail.com. As ações educativas para a mostra incluem visitas mediadas e oficinas, desenvolvidas por um grupo de docentes e discentes do curso de Artes Visuais da Udesc Ceart.
O quê: Projeto Integrado com Noni Ostrower (filha de Fayga Ostrower);
Quando: 6 de outubro, às 17h30;
Onde: Galeria Jandira Lorenz - Departamento de Artes Visuais (DAV) da Udesc Ceart;
Quanto: Gratuito e aberto à comunidade.
O quê: Feira da 26ª Edição do Projeto Armazém;
Quando: 7 de novembro, das 11h às 19h.
Onde: Galeria Jandira Lorenz - Departamento de Artes Visuais (DAV) da Udesc Ceart;
Quanto: Gratuito e aberto à comunidade.
Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
E-mail: comunicacao.ceart@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8350
