Notícia

Foi lançada neste mês a Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística: um guia das boas práticas clínicas, elaborada por fisioterapeutas de diversas partes do País, com apoio da Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva (Assobrafir) e do Grupo Brasileiro de Estudos em Fibrose Cística (GBEFC).

O desenvolvimento do guia, inédito no Brasil, contou com a participação de profissionais de destaque da área, dentre elas a professora Camila Santos Schivinski, do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A docente é autora de um dos cinco capítulos e uma das organizadoras da obra.

A iniciativa também teve participação do professor Marlus Karsten, da Udesc Cefid, que é diretor Científico da Assobrafir e contribuiu para a finalização do projeto e sua publicação em um periódico de circulação nacional.

Divulgada como suplemento especial da Revista Assobrafir Ciência, a recomendação foi lançada durante o 7º Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Fibrose Cística, realizado pelo Grupo Brasileiro de Estudos de Fibrose Cística, entre 1º e 4 de maio, em Campinas, São Paulo.

Segundo a Assobrafir, o trabalho é "resultado da junção de profissionais que disponibilizaram seus conhecimentos para aprimorar colegas que estão em busca de atualização e aprendizado contínuo".

A publicação é composta por cinco partes:

• Avaliação do paciente com Fibrose Cística, de autoria de Camila Schivinski.
• Técnicas de remoção de secreção das vias aéreas, de autoria de Maria Ângela Gonçalves de Oliveira Ribeiro.
• Terapia inalatória, de autoria de Evanirso Silva Aquino.
• Exercício físico e sistema musculoesquelético: do lactente ao adulto, de autoria de Márcio Vinícius F. Donadio.
• Exacerbação, complicações respiratórias e situações especiais na Fibrose Cística, de autoria de Bruna Ziegler.

Marco para a fisioterapia

Para o presidente da Assobrafir, o fisioterapeuta Flávio Maciel Dias de Andrade, o guia "é um marco para fisioterapia respiratória pediátrica brasileira, uma vez que servirá de base para instituição de protocolos fisioterapêuticos cientificamente embasados, seguros e resolutivos, que contribuirão para melhora da qualidade da assistência fisioterapêutica destinada a pacientes com fibrose cística".

Já a fundadora e presidente do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, a psicóloga Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, destaca que, com a leitura do manual, os profissionais saberão exatamente como conduzir o tratamento fisioterapêutico de uma pessoa com fibrose cística (FC).

"Devemos contribuir para que o paciente entenda que ele se trata para viver, e não, necessariamente, deve viver para se tratar, e que ele pode e deve viver com qualidade, realizando sonhos e conquistando metas", afirma Verônica, que foi diagnosticada com a doença somente aos 23 anos de idade.  

Sobre a doença

A fibrose cística é uma doença genética, cuja principal característica é o acúmulo de secreções espessas nas vias condutoras de órgãos e sistemas, especialmente os pulmões.

Não existe cura, mas avanços recentes na área permitem que os pacientes vivam por mais tempo e com muito mais qualidade, sendo essenciais, para tanto, o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento multidisciplinar. 

Núcleo de pesquisa e extensão

Docente do Departamento de Fisioterapia da Udesc Cefid, Camila é coordenadora do Núcleo de Fisioterapia Aplicada a Pneumologia Pediátrica (Nufipp), que é vinculado ao Laboratório de Fisioterapia Respiratória (Lafir) e ao programa de extensão Brincando de Respirar.

Camila e acadêmicas ligadas ao Nufipp participaram do 7º Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Fibrose Cística. As pesquisadoras do núcleo tiveram nove trabalhos selecionados e dois premiados, dentre 250 trabalhos apresentados no evento.

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