Vestido exposto em museu da África do Sul é destaque
na pesquida da África Subsaariana - Foto: Divulgação
Duas pesquisas sobre os acervos têxteis do continente africano se destacaram nos trabalhos da disciplina de História e Moda, do Bacharelado em Moda do
Centro de Artes (Ceart), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Florianópolis. Os trabalhos foram realizados no segundo semestre de 2020, por estudantes da segunda fase do curso.
De acordo com a professora da disciplina, Mara Rúbia Sant'Anna, "não há um conhecimento muito grande sobre essas regiões [africanas]", além de existir "uma noção bem pobre de que não haveria uma cultura, um trabalho a ser investigado nesse campo dos acervos têxteis".
Em contraponto, os grupos se destacaram por apresentar "uma pesquisa bastante pertinente" das informações dos acervos e dos museus onde se encontram e do contexto político e social daquelas regiões.
As alunas, contudo, acreditam que ainda existem mais materiais a serem encontrados. Segundo Maria Helena Haskel, do grupo da África Subsaariana, seria possível ter muito mais acesso a esses materiais "levando em consideração o tanto de cultura que tem naquele lugar".
Jainara dos Santos, que pesquisou a África Mediterrânea, ponderou que seu grupo encontrou "uma quantidade razoável" de materiais, mas, ao comparar com os acervos europeus, por exemplo, a quantidade "ainda é ínfima".
Um dos obstáculos em ambas as pesquisas foi coletar informações sobre as peças. Quando algo era encontrado, muitas vezes estava em museus europeus e não africanos. As estudantes concluíram que isso é uma das consequências da colonização europeia nos países da África. "A forma de colonização também está na questão de expropriar bens culturais e artísticos", afirma Jainara.
Peças de destaque
As estudantes Fernanda Luiza Santiago da Silva, Hanah Desmet, Helena Moreira da Silva e Jainara Cristina dos Santos pesquisaram os acervos têxteis dos países da África Mediterrânea: Argélia, Egito, Líbia, Marrocos e Tunísia. Dentre as peças que encontraram, está um vestido egípcio com pregueado, retirado de uma tumba, que tem entre 5,1 mil e 5,5 mil anos.
O vestido chama atenção por conservar as pregas originais, "processo que é muito difícil conseguir atualmente, se comparada a duração que o plissado [técnica de costura] permanece nas peças", segundo a pesquisa.
Os 48 países ao sul do Deserto do Saara, região da África Subsaariana, foram tema da pesquisa das graduandas Amanda Manso, Amanda Camargo de Moura, Maria Helena Haskel, Tainá Versteg de Jesus e Laís Dalle Laste.
A peça que se destacou foi um vestido exposto no Iziko South African National Gallery (Isang), museu da África do Sul, "por ser um traje mais atual, comparado aos outros que acabam sendo muito mais antigos", de acordo com Amanda Manso.
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