A Constituição Federal de 1988 foi um marco para a educação brasileira. Nossa Carta Magna garante à população direitos fundamentais para o acesso à cidadania, e têm na educação pública, gratuita e de qualidade um dos pilares fundamentais para a conquista da equidade e justiça social.
Passadas mais de três décadas de sua promulgação, são ainda muitos os desafios para os direitos fundamentais garantidos pela constituição serem colocados em prática. Vivenciamos nos últimos anos inúmeros ataques à educação pública e a servidoras e servidores públicos. Movimentos e ações são orquestradas pelo capital e pela política neoliberal para a precarização do trabalho e para a privatização das instituições públicas, visando ampliar os lucros para o setor privado. Tem como consequência o abismo social que divide e separa a população.
Este cenário reflete e acompanha a construção histórica do país, na qual o racismo e as subjugações de classe, gênero, sexualidade, deficiência, idade, origem, corporalidade, linguagem, dentre outras, estruturam discriminações e preconceitos fundantes das relações sociais e das instituições.
O contexto da pandemia de covid-19, que teve início em 2020, explicitou ainda mais este cenário. Acompanhamos o aumento do empobrecimento da população brasileira ao mesmo tempo em que os lucros e a concentração de riqueza de um pequeno e privilegiado grupo social foram potencializados. E o que a universidade pública tem a ver com isso?
A universidade pública brasileira carrega consigo o sonho e a missão da transformação social através da educação. É pela garantia do acesso à educação pública, gratuita e de qualidade a toda população, com ações afirmativas visando reparações históricas, com condições de permanência a estudantes, com políticas de valorização de servidoras e servidores, com ações dialógicas e dialéticas com a sociedade, que a universidade contribui não apenas para a formação de profissionais, mas para a formação de cidadãs e cidadãos críticos e conscientes de seus papéis na coletividade social.
A universidade pública também é responsável por grande parte do desenvolvimento científico e tecnológico no país, e por ações de alto impacto e relevância social. Este compromisso ficou ainda mais explícito durante a pandemia, com diversas pesquisas sendo realizadas para o combate ao coronavírus, com ações diretas na fabricação de equipamentos de proteção para profissionais da saúde, com adaptações de ações de ensino, pesquisa, extensão e administração ao formato remoto para atendimento a estudantes e comunidade externa. E o Centro de Artes da Udesc compõe este panorama de compromisso artístico, científico, tecnológico e social da universidade pública brasileira.
Esta é a perspectiva primeira que uniu professoras/es, técnicas/os e estudantes na construção de um projeto coletivo para o nosso Centro de Artes, e que move esta candidatura: a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade; da autonomia universitária e da gestão democrática do ensino superior como princípios fundantes, filosóficos, políticos e pedagógicos, orientando todo o projeto de gestão CEART + VIVO.
Este é um projeto coletivo de gestão, guiado por eixos fundamentais. A partir destes eixos, pretendemos construir um plano de gestão para os próximos 04 anos do nosso centro, em diálogo e com a participação de todas e todos que compõem nossa comunidade acadêmica, através do debate de ideias e propostas que possam fazer o nosso CEART + VIVO.
Tivemos muitas lutas e muitas conquistas na última gestão do CEART, evidenciando o protagonismo de nosso centro no âmbito artístico e cultural de Santa Catarina, e a excelência das atividades de ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão de nossos departamentos. Temos ainda muito para avançar e muitos desafios pela frente. E para isso, contamos com o apoio e com o engajamento de todas e todos na construção do plano de gestão para o CEART que queremos, um CEART + VIVO!
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