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O Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), inaugurou a Unidade de Estabilização da Fauna Marinha do Sul Catarinense, a primeira do gênero na região, na tarde desta quinta-feira, 9, na Praia do Gi, em Laguna.

A obra de R$ 718 mil foi custeada pela Petrobras como parte de uma condicionante ambiental da extração de petróleo e gás natural do pré-sal e integra o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. A Udesc também receberá verbas para a manutenção da estrutura.

O espaço de 600 metros quadrados, que será usado para resgate, tratamento e reabilitação de aves, répteis e mamíferos marinhos, terá uma equipe de profissionais de Biologia, Medicina Veterinária e Oceanografia.

"O objetivo dessa unidade é o tratamento da fauna marinha que necessite de ajuda. Depois que os animais resgatados passam pelo processo de primeiro atendimento e estabilização, eles são encaminhados para o centro de reabilitação em Florianópolis", explica o coordenador do local, professor Pedro Volkmer de Castilho, do Laboratório de Zoologia da Udesc Laguna.

"Também fazemos o monitoramento diário atrás de animais mortos para realizar a necrópsia com o objetivo de determinar se a causa mortis está relacionada com a extração de recursos naturais", acrescenta.

Além disso, acadêmicos de Engenharia de Pesca e de Ciências Biológicas (Biologia Marinha e Biodiversidade) da Udesc Laguna terão aulas na unidade e estudantes de Medicina Veterinária do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), de Lages, farão excursões ao local.

Projeto de grande importância 

O professor Castilho também destaca a importância da unidade de estabilização para SC e o País. "Eu trabalho com a recuperação de fauna marinha há, pelo menos, 20 anos e posso dizer que o Estado nunca teve uma estrutura destinada para essa finalidade."

"Sempre vivemos de improviso, e essa é a primeira vez que vamos ter, no Brasil, uma rede de recuperação consolidada, de qualidade, com condições de fazer um bom atendimento e poder gerar informações comparáveis com qualquer pesquisa no mundo."

O vice-reitor da Udesc, Leandro Zvirtes, prestigiou a inauguração e considerou o projeto fantástico, já que "une pesquisa e extensão e aproxima a universidade da sociedade", beneficiando a comunidade de Laguna e região.

"Quando você aproxima a universidade da sociedade, as pessoas se sentem parte da instituição. Projetos como esse fazem a Udesc ser mais desejada pela comunidade onde se encontra", ressalta Zvirtes.

Atendimento e prevenção

A unidade de estabilização será uma espécie de pronto-atendimento de animais marinhos resgatados em praias da região de Laguna que estejam doentes ou tenham entrado em contato com lixo ou poluição humana.

O local também conta com salas para educação ambiental, laboratórios de pesquisa, escritórios administrativos, alojamento e sistema de tratamento e de coleta de água da chuva.

As soluções sustentáveis seguem resolução do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), enquanto o projeto arquitetônico é de autoria do professor Jader Afonso Savi Mondo, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Udesc Laguna, e teve participação de alunos do curso.

O prédio foi construído em um terreno de 30 mil metros quadrados doado pela Prefeitura de Laguna à Udesc em 2013 e fica ao lado do restaurante-escola.

A área restante será usada futuramente para construções de outras estruturas, como galpões para veículos náuticos, tanques experimentais e museu. Essas obras ainda não têm prazo para iniciar.

Monitoramento de possíveis impactos

De acordo com a condicionante ambiental, a Petrobras deve financiar o monitoramento dos possíveis impactos que as atividades de exploração do pré-sal podem ter na vida marinha da região que vai do Rio de Janeiro até Santa Catarina, com 2,1 mil quilômetros de extensão, e o atendimento aos animais resgatados.

Conduzido pelo Ibama, o projeto tem coordenação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que fez parcerias com instituições públicas e privadas para monitorar a costa nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. A Udesc, por exemplo, é responsável pela área de 55 km entre Imbituba e Laguna, da Praia do Luz até a Praia do Mar Grosso.

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