Grupo de Estudos em Animais Silvestres existe desde 2003 na Udesc Lages - Foto: Divulgação
Pelo menos 11 animais silvestres estão abrigados no Hospital de Clínica Veterinária do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages. O último a ser atendido foi um veado campeiro, socorrido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) depois de ser atropelado na BR-282, no início do mês. Ele acabou morrendo devido à gravidade dos ferimentos.
O trabalho especializado é uma ação conjunta realizada pelo professor Aury Nunes de Moraes, juntamente com dois alunos do curso de Mestrado em Ciência Animal, Maria Helena Baldini e Bruno Lunardeli. Os profissionais do hospital também dão suporte ao atendimento.
O setor abriga ainda o projeto de extensão de Acompanhamento de Animais Silvestres do Planalto Catarinense e conta com a colaboração de bolsistas e alunos do Grupo de Estudos em Animais Silvestres (Geas), da Udesc Lages. Em todo o ano passado, foram atendidos 85 animais, número que já foi superado este ano, segundo o professor.
"A caça é proibida, mas ainda assim há quem desrespeite. Cada animal que você salva é um reprodutor e contribui para continuação da espécie", afirma Moraes. Segundo ele, entre os animais mais comuns que chegam ao hospital, estão papagaios, tucanos de bico verde, curicacas, quero-queros, raposas, veados, bugios e alguns animais exóticos como porquinhos da índia, coelhos e calopsitas.
Além de prestar atendimento, os integrantes do Geas se reúnem semanalmente em seminários e palestras para aprimorar conhecimento na área. O grupo existe desde 2003 e foi criado pelos próprios estudantes. Já a disciplina é oferecida pelo curso de Medicina Veterinária desde 1996.
Como funciona o atendimento
Todo animal silvestre que é recolhido pela Polícia Ambiental, pelo Ibama, pela PRF ou pela concessionária responsável pela BR-116 na região e precisa de cuidados médicos é encaminhado para o Hospital de Clínica Veterinária da Udesc Lages, onde passa por tratamento e, inclusive, por cirurgia nos casos necessários.
Além do atendimento, o grupo trabalha na tentativa de reintrodução das espécies em seus habitats naturais. "Nós cuidamos dos animais e preparamos para a reintrodução. Aqueles que não têm condições de soltura são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Florianópolis", explica Moraes.
Nos próximos meses, os estudantes do mestrado têm a missão de ensinar uma coruja-de-igreja a voar em cativeiro. O animal chegou ao hospital em julho, com fratura exposta, passou por cirurgia e colocação de pinos e está em fase de recuperação, o que deve dificultar o processo. "Ela nunca voou. Era pequena quando chegou aqui", lembra a aluna Maria Helena Baldini.
O aumento no número de animais feridos é um desafio para o grupo. Atualmente, a maior dificuldade do setor é falta de espaço. Segundo Moraes, a direção do hospital autoriza a realização de todos os procedimentos clínicos e cirúrgicos sem custo, o que é fundamental na recuperação dos animais. O professor está em busca de apoio, parcerias e recursos para o projeto a fim de melhorar a qualidade do atendimento.
Assessoria de Comunicação da Udesc Lages
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