A Montagem de 2019 do curso de Teatro da Udesc traz em cena desta vez, o universo de Eugene
Ionesco, escritor e dramaturgo francês (1909 – 1994). “A Cantora Careca” é uma obra pertencente à
corrente batizada de Teatro do Absurdo, e se caracteriza por sua linguagem verbal “non sense” e sua
veia irônica, levando os personagens a diálogos absurdos que impossibilitam a comunicação entre os
mesmos.
Alongamento Sol Menor é um solo onde se vê um corpo buscando uma ideia em dança. Em uma linguagem pós-dramática, as melodias e ruídos que passam pelo corpo do ator embalam junto aos objetos e tecidos, a trama dessa dança que é um trabalho solitário em público. O espetáculo dialóga entre a improvisação em dança e o teatro autobiográfico, passando pelos principais estilos coreográficos que fazem parte da pesquisa de Vinicius Huggy: a dança expressionista e a performance contemporânea.
Arapuca é o corpo transgênero não-binário em cena. Baseado na obra de Paul B. Preciado, questiona
as leituras do eu frente ao outro em relação a performance do corpo e o papel do gênero no ser e no
estar na atualidade.
"Até a próxima esquina" cria imagens que pontuam e constroem agenciamentos para o coletivo, apresentando como ação central o desejo de se relacionar, de criar alianças e negociar. Os corpos se movem como um, encontram os sinais e pistas por todas as partes. São olhos, orelhas, focinhos, todos funcionando em conjunto. É desta forma que se misturam, se espalham, se estendem por onde passam e vão criando territórios. Como um bando, cardume, manada e enxame criam linhas de fuga para outros fluxos de desejo que sempre vazam para um outro território. Extrapola a cidade, extrapola o lugar e cria zonas autônomas temporárias. Até a próxima esquina ocupa, invade, acontece nas bordas e come pelas beiradas.
O Cabaret Casa de Tolerância é um night club fictício de striptease New Burlesque, onde os performers
vão mostrar muito além de seu corpo burlesco. Strippers decadentes, advogados corruptos, operários à
beira de um ataque de nervos, dançarinas desesperadas, cantoras gospel em crise e diretores
extravagantes dividem com a plateia suas confissões em formato de striptease. Esta pesquisa começou em 2014 como projeto para a disciplina de Direção Teatral I e II, ministrada pelo professor José Ronaldo Faleiro, durante a graduação em Artes Cênicas do diretor Marlon Spilhere. O Cabaret já se apresentou em diversos espaços alternativos e em 2019 retomou seu trabalho trazendo o work in progress em New Burlesque de volta para os palcos da cidade.
O espetáculo é baseado no texto do dramaturgo português Tiago Rodrigues (2008) e tem como tema a escola, refletindo sobre as relações de poder e as tensões inerentes ao ambiente escolar que envolve professorxs, alunxs, diretorxs, pais e mães em um complexo jogo de relações humanas e institucionais. Trabalhando aspectos de encenação como a coralidade, a musicalidade e o trabalho sobre objetos tipicamente “escolares”, a encenação pretende dialogar com o universo adolescente na escola, retratando estes maus alunos com a complexidade latente que o tema “escola” evoca nos tempos atuais.
A peça propõe uma reconstrução artística do personagem histórico Diógenes de Sinope, filósofo da Grécia antiga e maior expoente da escola de pensamento conhecida como cinismo. Diógenes é conhecido até hoje como o filósofo mais maluco, irreverente, folclórico e ousado da históra, ele empreendeu sua vida numa luta incansável contra os valores e instituições de uma sociedade que considerava corrupta. Vivendo em pobreza extrema e voluntária, seus únicos bens eram um manto velho, um cajado e um alforge. Diz-se que costumava passar as noites dentro de um barril, e era pejorativamente chamado de "cão", pois morava nas ruas, tal como os cães, desprezando os bons hábitos e as convenções sociais.
“Dócil Pérfida e A Verdadeira Fiel” emerge a partir de um processo dramatúrgico feminista e fala dos lugares dados e mantidos nas visualidades e escutas sociais. Enquanto mapeamentos poéticos do lugar de fala da própria atriz, Thaís Gonçalves Santo, sob direção e adaptação de Camila Harger Barbosa, a peça propõe complexificar dois opostos perfis de uma mesma mulher, quase nunca sendo totalmente verdadeiros em suas utopias. Problematizando as contradições da macro política de extermínio dos corpos no contexto nacional, com intuito de promover diálogo e fruição artística com os espectadores, bem como consolidar a experimentação teatral em formação da atriz e dramaturga e da diretora, dramaturga e produtora. Um trabalho feito por mulheres.
A peça é inspirada pelo livro "O fantástico na ilha de Santa Catarina" do escritor e antropólogo Franklin Cascaes e traz para a cena elementos da cultura de Florianópolis, como a pescaria, o mar e o pescador, bem como as histórias fadóricas envolvendo as bruxas, o diabo e as crendices populares. Na peça, as bruxas roubam uma lancha baleeira e partem em direção às Índias. Durante o caminho realizam inúmeras estripulias até o cantar do galo, que indica que devem voltar ao seus estados normais de vida, a não ser que queiram ser bruxas para sempre.
Um mundo sem fundo. Cornucópia. Tebas sem homens que oprimam as mulheres. Ator que substitui e é substituído por Artaud. SignO_peste: ANTÍgona é um remundo com conexões que criam eixos possíveis da existência que sobressaem a dualidade das coisas. Diversas Antígonas. Nenhum políticomito-corruto. Signo peste propõe a arte relacional como o primevo encadeamento das coisas e das não coisas.
Serviço:
O QUÊ: 1° Festival de Teatro José Ronaldo Faleiro.
QUANDO: 09 a 13 de março.
ONDE: Udesc Ceart, Avenida Madre Benvenutta, nº 2.007, Bairro Itacorubi, Florianópolis.
QUANTO: Evento gratuito e aberto à comunidade.
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Telefones: (48) 3664-8350