Região do Rio Grande do Sul após as inundações.
Foto: Ana Medeiros
Com objetivo de analisar o papel das comunidades e as fragilidades estatais na reação às enchentes que afetaram 95% dos municípios do Rio Grande do Sul em maio deste ano, a aluna Ana Medeiros e a docente Renata Wolf, do curso de Administração Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Balneário Camboriú, estão desenvolvendo um estudo de análise das fortes chuvas no município de Porto Alegre, associando as ações do Estado e da comunidade durante o desastre climático.
Na pesquisa nomeada “Uma análise dos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e a capacidade do Estado em lidar com evento extremo: um estudo de caso para Porto Alegre”, o objetivo será compreender a relação entre as mudanças climáticas ocorridas na região com as ações promovidas pelo Estado em suporte às populações afetadas, durante e após a inundação.
A professora e a estudante do
Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí (Cesfi) apresentaram os resultados parciais da pesquisa durante o 4º Seminário Catarinense de Educação em Redução de Riscos e Desastres, realizado pelo Grupo Coordenado em Gestão de Riscos e Desastres (
Ceped) da Udesc no início de novembro, em Florianópolis. A previsão é de que a investigação seja finalizada em março de 2025.
Segundo a aluna Ana Medeiros, a iniciativa surgiu por ela já trabalhar como voluntária em projetos sociais no Rio Grande do Sul, quando ajudou a reconstruir lares das vítimas atingidas pelas fortes chuvas. “Nesse estudo pude unir as duas maiores atividades que desempenho, a pesquisa e o trabalho voluntário”, diz.
Durante a produção do artigo, a acadêmica destaca que, além da pesquisa bibliográfica, também está realizando entrevistas virtuais com residentes das regiões mais atingidas pelas enchentes e com entidades que prestaram atendimento durante as chuvas.
Segundo Ana, até então, os relatos obtidos reforçaram a importância da união comunitária, como a ajuda entre entidades e a própria população. Um dos resultados obtidos a partir das entrevistas está a percepção da facilidade que as organizações sociais tiveram em alcançar e atender as pessoas vulneráveis. Ao mesmo tempo, o estudo identifica a dificuldade do Estado em romper a barreira burocrática e de fiscalização mesmo em cenários de crise.
Ana explica ainda que algumas estratégias adotadas por organizações da sociedade civil foram essenciais durante a fase dos resgates. "O cenário seria totalmente diferente se não fosse o trabalho das organizações. Não teríamos reconstruído tantos lares”, cometa.
Com grande parte das entrevistas já realizadas, a orientadora do estudo, Renata Wolf, destaca quais serão os próximos passos. “Agora nosso objetivo é realizar a análise dos dados, conciliando prática e teoria, para publicarmos em uma revista e levar nossos resultados ao alcance da sociedade”, explica.
Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas com as autoras pelo e-mail ana.cdsm@edu.udesc.br e renata.peris@udesc.br.
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