Professor Pedro Castilho ministrou o curso de desenradamento
em São Sebastião, São Paulo. Foto: Márcio (Viva)/CMA ICMBio
De 25 a 29 de novembro, o professor Pedro Volkmer de Castilho, vinculado ao
Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Laguna, ministrou o curso de treinamento para desenredamento de grandes cetáceos. A capacitação foi promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), em São Sebastião, litoral de São Paulo.
Durante o curso, o professor ensinou oito profissionais do Instituto Argonauta e projeto Baleia Jubarte que já possuem treinamento, mas ainda não são habilitados, estratégias e técnicas de retirada dos apetrechos de pesca do corpo de animais capturados nas redes, além de propor medidas seguras tanto aos animais como para o desenredador.
Segundo Castilho, o desenredamento é uma técnica utilizada para retirar equipamentos de pesca presos em mamíferos aquáticos, como as baleias, minimizando tanto o sofrimento e impactos à saúde desses animais, como também os riscos a quem executa. O objetivo é evitar a morte ou a perda de bem-estar de espécies marinhas de grande porte e ameaçadas de extinção.
"Os enredamentos causam a comoção da população, mas é importante salientar que uma tentativa de efetuar o procedimento sem a técnica ou treinamento poderá implicar no aumento de riscos aos envolvidos, bem como à baleia", destaca.
Docente do Departamento de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas da Udesc Laguna, Pedro Castilho compõe o grupo de instrutores capacitados e habilitados pelo Center for Coastal Studies (CCS), de Provincetown, nos Estados Unidos, para capacitar e habilitar instituições brasileiras na realização de procedimentos de desenredamento.
A atividade é regulamentada pela Portaria Conjunta MMA/IBAMA/ICMBio nº 03/2024 e faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação de Cetáceos Marinhos Ameaçados de Extinção (PAN), coordenado pelo CMA/ICMBio.
Ao citar a importância da prática, o professor explica que ela serve para evitar que novos enredamentos aconteçam. “Para algumas espécies ameaçadas, cada indivíduo faz muita diferença em diversos aspectos, sejam eles ecológicos, genéticos e ecossistêmicos. Então, quando salvamos um deles, reestabelecemos o cenário de manutenção. A prevenção é a melhor prática”, explica Castilho.
Além da Udesc, apoiaram a iniciativa o Instituto Argonauta, projeto Baleia Jubarte, VIVA Instituto Verde e Azul, projeto Baleia à Vista e REVIS Alcatrazes.
Sobre o professor
Pedro Volkmer de Castilho atua na área de Ecologia e Zoologia, com ênfase em Arqueozoologia, Morfologia, Osteologia e Tafonomia de Mamíferos Marinhos. Além de atuar como docente na Udesc Laguna, trabalha atualmente como coordenador do Trecho 1 do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e desenvolve parcerias técnico-científicas com diversas organizações.
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