Estudantes investigaram acontecimentos misteriosos
na Ilha de Cotijuba, no Pará. Arte: divulgação
O
podcast Ilha do Diabo, uma produção conjunta de estudantes do curso de História do Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), já conta com os quatro episódios publicados em plataformas digitais. A produção realizada durante a disciplina de Imagem e Som, sob coordenação da professora Ana Luiza Mello Santiago Andrade, a partir de aprofundado trabalho de pesquisa, retrata a história em torno de Cotijuba, uma das ilhas da capital do estado do Pará, conhecida como a "Ilha do Diabo". Com os títulos "O começo", "O Barata: o sargento ocultado", "A fuga" e "O esquadrão", os episódios podem ser conferidos na íntegra no
Spotify ou no
Youtube.
A ilha de Cotijuba foi o local de instalação de um antigo educandário, em 1933. Quase 20 anos depois, a área foi transformada em presídio por militares. De acordo com a pesquisa realizada pelos estudantes, o local isolado e de difiícil acesso permaneceu um mistério até a fuga de 16 detentos, que trouxe a tona horrores que passaram a classificar Cotijuba como "Ilha do Diabo".
No podcast, a narrativa mergulha nas profundezas dessa história real para revelar um passado marcado por um educandário transformado em prisão onde crianças, adolescentes e até mesmo presos políticos eram submetidos a condições desumanas. O trabalho de pesquisa envolveu investigação de documentos, jornais da época e entrevistas de campo."
Para produção dos episódios, a turma foi dividida em equipes de pesquisa, roteiro, checagem, gravação, edicão, narração, marketing e divulgação. A ideia foi simular a experiência de trabalho em uma produtora audiovisual.
Sobre a Ilha do Diabo
Em 1968, um educandário na Ilha de Cotijuba foi transformado em presídio por militares. Isolado e de difícil acesso, o local permaneceu um mistério até a fuga de 16 detentos. Segundo a pesquisa dos estudantes, foi em 1951 que Cotijuba ganhou destaque como "A Ilha do Diabo", um lugar caracterizado por violência, abusos e segredos. Na época, jornais denunciaram que a ilha estava cheia de mistérios, tornando-se cada vez mais hostil. Além disso, denunciaram casos de fome, miséria e abusos no local.
Em 1970, as denúncias voltam a surgir: a fome e os maus tratos continuam marcando a instituição desde o educandário até a penitenciária. Em 1976, ocorreu a fuga dos detentos. O grupo conseguiu dominar a escolta, roubar uma lancha e desaparecer. Esse foi o motivo principal que levou a uma intensa investigação do presídio, que fechou as portas em 1978.
Assessoria de Comunicação da Udesc Faed
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