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Notícia

04/07/2024-17h11

Pesquisa de doutora em Artes Visuais pela Udesc aborda a conversa como prática artística

Trabalho é um dos indicados à premiação nacional de teses organizada pela Capes.

Foto: arquivo pessoal
“É muito legal pensar que professores, tanto da história da arte quanto do ensino das artes visuais, olharam para essa tese e viram contribuição e relevância nela para a pesquisa de todo o programa”, destaca Priscila Costa Oliveira. Intitulada "Conversas: práticas artísticas dialógicas e colaborativas", a pesquisa da egressa é uma das indicadas pelo Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Udesc ao Prêmio Capes de Tese 2024.

O trabalho foi selecionado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) para concorrer à premiação que é conhecida como "Oscar da Ciência Brasileira". A tese, defendida em julho de 2023, teve orientação da professora Maria Raquel da Silva Stolf.

A pesquisa buscou compreender a conversa como método e prática de escrita, observando possibilidades de procedimentos e plasticidades no campo das Artes Visuais , mostrando que, enquanto alguns meios artísticos se manifestam em formato de objeto em exposições, as conversas se manifestam como um ato em si. Ao longo do projeto é trazido à luz como as conversas dão espaço para as relaç ões existirem, e streitam laços e criam a sensação de vínculo e ligação.

Para saber mais sobre o trabalho, conversamos com a doutora em Artes Visuais Priscila Costa Oliveira, que explicou como foi o processo de produção e escrita – conversas faladas e não faladas que fizeram parte da sua tese de doutorado.

Esta matéria inaugura uma série que irá apresentar as teses indicadas pelos programas de pós-graduação do Ceart ao Prêmio Capes de Tese deste ano.

Desenvolvimento, perda e conquista da conversa

“Esta é uma pesquisa em arte, sobre conversa. É ao mesmo tempo uma prática, uma ação, uma escrita-transcrita-transcriada, um registro e um dispositivo” – assim Priscila apresenta sua tese de doutorado, que discorre sobre a comunicação em forma de conversa, quando esta deixa de ser apenas algo trivial e passa a ser movimento, torna-se arte.

O projeto nasce de uma necessidade de debater a artisticidade usando a conversa como método de pesquisa, investigando as possibilidades, fluxos e questões que outras estruturas verbais, como o discurso e o diálogo, não têm. “Eu queria ler sobre isso, mas não conseguia encontrar materiais bibliográficos que fossem satisfatórios”, conta Priscila sobre sua vontade de usar a conversa para estudar arte.

A temática da conversa como prática artística acompanha a trajetória acadêmica da pesquisadora desde o mestrado em Artes Visuais, cursado também na Udesc. Dessa forma, a tese resulta de experiências e estudos que vão muito além do tempo do doutorado: segundo a autora, as reflexões apresentadas no texto partem de conversas e produções artísticas (ações, instalações, formações, peças sonoras, processos curatoriais etc.) da última década.

Ela conta que foram cerca de dez anos se apropriando de espaços públicos na cidade, como praças, calçadas e ruas, juntando -se à presença de outros indivíduos (artistas ou não) que tinham o que compartilhar, construindo laços e, é claro, conversando. Nesse período, Priscila ainda se deparou com um acontecimento que tornou a possibilidade des s es encontros presenciais praticamente nula – a pandemia.

“Com a chegada da Covid-19 eu tive que reorganizar e me adaptar a esse trabalho, e aí eu passo a utilizar mais das mídias digitais e da tecnologia”. Foi a partir de conversas online e podcasts que a pesquisadora conseguiu se conectar com pessoas que se encontravam além das limitações de Florianópolis, chegando a lugares como Rio de Janeiro, Salvador e, até mesmo, Los Angeles.

Um dos aspectos inovadores da tese é a abordagem da conversa como prática artística, algo ainda considerado novo e desafiador no cenário acadêmico, conforme explica Priscila. A pesquisadora argumenta que a conversa pode ser, além de uma metodologia válida, também uma forma de operação de trabalho significativa dentro das artes.

Ela ainda destaca a importância de pensar na conversa não apenas como um método convencional, mas como uma maneira de gerar desconforto produtivo dentro do campo das artes. "Colocar a conversa como primeira camada é um passo importante para reconhecer a arte não como uma forma menor, mas como uma prática igualmente válida às tradicionais, como instalações, pinturas ou esculturas", ressalta.

A pesquisadora acrescenta que, a partir dessa tese, espera-se que outros programas possam adotar uma postura mais aberta à diversidade de metodologias e formatos de apresentação. “Eu fico muito grata pelo programa ter essa abertura”, diz Priscila, que revela querer continuar a pesquisa e seu trabalho acadêmico.

A tese pode ser acessada neste link.

Núcleo de Comunicação da Udesc Ceart
Por Matheus Alves, estagiário de Jornalismo, sob supervisão da jornalista Carolina Dall'Agnese
E-mail: comunicacao.ceart@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8350


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