Priscila está no Canadá desde setembro do ano passado. Fotos: Arquivo pessoal
Estão abertas até 29 de abril as inscrições para estudantes e pesquisadores brasileiros interessados em atuar – estudando ou pesquisando – por até seis meses, entre julho deste ano e 1º de fevereiro de 2017, em instituições de ensino canadenses, com bolsas de estudos fornecidas pelo país de destino.
O
Programa Líderes Emergentes nas Américas (Emerging Leaders in the Americas Program, ELAP), do governo do Canadá, oferece dois tipos de bolsas – para pesquisador ou aluno de graduação, mestrado e doutorado – com uma particularidade importante: o professor da instituição pretendida, que vai receber o candidato, é que deve fazer a inscrição.
Ou seja, para serem contemplados, os interessados devem fazer contato com professores de universidades canadenses.
Aperfeiçoamento teórico
Foi o que fez no ano passado a mestranda da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Priscila Keller Pires, que desde setembro está em Montreal, capital da província de Quebéc, a maior do país e a única de língua francesa.
Estudante do Mestrado Acadêmico em Administração da Udesc, ofertado no Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), em Florianópolis, Priscila está fazendo aperfeiçoamento teórico na Escola de Negócios John Molson, da Universidade Concordia, umas da 17 instituições de ensino superior de Quebéc.
A experiência ocorre com bolsa de estudos do programa canadense, para pesquisadora, relacionada ao seu projeto de dissertação: um estudo que visa mensurar os valores individuais dos estudantes catarinenses de Administração e verificar, com base nesses valores, qual a propensão deles terem um comportamento mais sustentável.
Sua ideia inicial com a viagem era mais ambiciosa: ela pretendia coletar dados para fazer um estudo comparativo, mas o prazo curto inviabilizou a aprovação do processo no rigoroso comitê de ética da instituição canadense.
Priscila e sua orientadora, a professora Graziela Dias Alperstedt, optaram então pelo aperfeiçoamento teórico, iniciando uma nova pesquisa independente, com tema similar, em parceria com uma pesquisadora de outra IES local – a Universidade McGill.
Orientação
Priscila conta que encontrar um orientador no exterior não foi tão difícil. Como ela tinha o tema da pesquisa bem definido, fez contato com professores canadenses que tinham publicações a respeito e, de quatro e-mails enviados, um respondeu positivamente.
Aos interessados em participar do processo ainda este ano, a mestranda – que em março retorna à Udesc Esag para defender sua dissertação – ressalta a importância do domínio do idioma (inglês ou francês, dependendo da instituição pretendida) e da celeridade na busca pela bolsa: "Como é a instituição canadense que faz a aplicação, é importante fazer contato com professores da instituição de destino o quanto antes", afirma.
Em seus primeiros dias na Universidade Concordia, Priscila conta que teve o apoio de um conhecido da Udesc Esag: o administrador público Rubens Lima Moraes, que concluiu graduação e mestrado no centro de ensino, e atualmente cursa doutorado em Ciência Política na instituição canadense.
Aprendizado
Sobre os ganhos que a experiência trouxe ao seu mestrado, Priscila comenta que o Canadá "é um dos países com maior preocupação quanto ao fortalecimento do comportamento sustentável nas universidades", o que lhe deu oportunidade de conhecer diferentes práticas desenvolvidas com esse intuito na Universidade Concordia.
Entre elas, a pesquisadora cita o "Sustainable Hub" (grupo de discussão sobre sustentabilidade, em todos os níveis da instituição, que congrega a comunidade universitária e de Montreal), a regulamentação ambiental de prédios e programas de fortalecimento cultural, e política de respeito a diversidade.
Ela também destaca a existência de um fundo de apoio financeiro para projetos de alunos e servidores que empreendem em iniciativas sociais e ou ambientais, como o
restaurante People`s Potato, apoiado e financiado pela universidade desde 1999, que utiliza alimentos orgânicos, plantados por um grupo de voluntários no verão, para oferecer almoços gratuitos ao longo do ano .
"Conhecer as práticas em andamento em Montreal me ajudou muito a compreender o papel da universidade no desenvolvimento do comportamento sustentável dos alunos. Com certeza, aqueles que aqui estudam, tendo contato e colocando em prática ações sociais, ambientais e culturalmente mais sustentáveis, serão profissionais mais preocupados com a coletividade", afirma Priscila.
Assessoria de Comunicação da Udesc Esag
Jornalista Gustavo Cabral Vaz
E-mail: gustavo.vaz@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8281