Palestrante atua na Fundação Catarinense de
Educação Especial - Fotos: Divulgação
Estudantes e professores do curso de
Licenciatura em Educação Física, do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), acompanharam uma palestra sobre o Transtorno do Espectro de Autismo (TEA), com a professora Jéssica Sousa Mendes Vieira, que atua na
Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE).
Vinculado ao projeto de ensino Educação Física Escolar: Experiências de prática pedagógica na formação de futuros professores, o evento ocorreu em 3 de maio e foi organizado pelas professoras Beatriz Dittrich Schmitt e Viviane Preichard Duek, que lecionam as disciplinas Educação Física Adaptada e Estágio Curricular Supervisionado V: educação especial.
Jéssica falou na apresentação sobre o perfil cognitivo e as práticas baseadas em evidências relacionadas ao TEA, a partir de sua atuação profissional na FCEE.
Atendimento multidisciplinar
"No caso dos atendimentos multiprofissionais para educandos com diagnóstico de TEA, observamos que os benefícios são ampliados à medida que as equipes de profissionais (educação física, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas, psicólogos etc) utilizam estratégias similares entre si", destaca a professora. "A incompatibilidade entre estratégias adotadas implica em prejuízos para o individuo."
A FCEE tem como missão capacitar profissionais em todas as instituições catarinenses subsidiadas, como, por exemplo, as Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). "Essas instituições utilizam saberes sobre o perfil cognitivo e práticas baseadas em evidências", afirma Jéssica.
A palestrante explicou o conceito de TEA e questões relacionadas à comunicação social, ao espectro e ao perfil cognitivo, associado diretamente ao neurodesenvolvimento.
Perfil cognitivo
"O perfil cognitivo abarca a teoria da mente, a coerência central, as funções executivas, o processamento visual e as alterações sensoriais", explica a professora.
Conforme a palestra, o TEA é classificado em Grau I, II e III. "O Grau I exige apoio, o Grau II exige apoio substancial e o Grau III exige apoio muito substancial. "As terminologias utilizadas para caracterizar o transtorno mudaram com o passar dos anos e não se utilizam mais os termos autismo leve, moderado e severo."
A apresentação também compartilhou dados atuais sobre a FCEE, que tem prontuários médicos de todos os educandos, dos bebês aos idosos. Segundo ela, o educando com TEA mais idoso vinculado à fundação tem 74 anos.
Práticas baseadas em evidência
"Quanto às práticas baseadas em evidência, a diretriz para atendimento de TEA da FCEE apresenta 28 estratégias, que são comprovadas cientificamente a partir do perfil cognitivo e o objetivo a ser atingido."
Outros pontos abordados na palestra foram:
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Perfil cognitivo: relacionado à teoria da mente, bem como comportamentos manifestados e a importância de um ambiente neutro com menos estímulos visuais;
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Coerência central: dificuldade em unir informações e tendência ao hiperfoco;
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Funções executivas: habilidade para executar ações sequenciadas (atividades como escovar os dentes é composta por uma sequência de movimentos);
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Processamento visual: só falar não é tão eficaz, então é necessário mostrar o passo-a-passo de forma visual e adotar estratégias de comunicação alternativa;
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Alteração sensorial: podem ser hiposensoriais ou hipersensoriais (às vezes, são hiposensíveis a um estímulo e supersensiveis a outro).
Mais informações
Mais informações sobre o curso de Licenciatura em Educação Física da Udesc Cefid podem ser obtidas no
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