Egressa do PPG em Artes Visuais, Khetllen Costa fez parte das 25 mulheres contempladas com a premiação nacional
Silvana Macedo e Khetllen Costa na premiação em Brasília.
Foto: Divulgação
Na última quinta-feira 14, aconteceu a cerimônia de entrega do Prêmio Capes de Tese 2023, em Brasília, reconhecido como o maior mérito para teses de doutorado no Brasil. A pesquisadora Khetllen Costa, do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), foi uma das vencedoras na área de Artes com a tese "Ressonâncias de Afetos - Raízes Afro-indígenas Retratadas".
Khetllen recebeu o prêmio junto com a professora que orientou seu trabalho, Silvana Barbosa Macedo. Os autores dos trabalhos escolhidos recebem bolsas de até um ano para estágio pós-doutoral no país, além de certificado e medalha. Os orientadores ganham um prêmio de até R$3 mil, acompanhado de certificados que também são concedidos aos coorientadores e aos programas de pós-graduação onde as teses foram defendidas.
“Foi a realização de sonho enquanto artista-pesquisadora que me trouxe muita felicidade em participar desse grande evento da pesquisa, me senti honrada em integrar o grupo de 25 mulheres pesquisadoras que receberam o Prêmio Capes de Tese”, compartilha Khetllen. Ela complementa: “Principalmente por ser descendente afro-indígena e por ser premiada por meio da pesquisa acerca da história das mulheres da minha família, que se assemelha à história de outros lares no Brasil”.
A pesquisadora conta que a conquista não é só dela, é de um coletivo de mulheres que nunca imaginaram adentrar esse universo acadêmico, “como minhas ancestrais, as mulheres artistas afrodescendentes e indígenas com quem estabeleci diálogos poéticos na construção da tese”. Além disso, Khetllen também atribui o prêmio ao corpo discente e docente do PPGAV que “me ofereceu o suporte teórico e prático para o desenvolvimento da pesquisa e por fim da Universidade do Estado de Santa Catarina”.
A relação dos 49 selecionados, representando cada área de avaliação, foi oficialmente publicada no Diário Oficial da União e divulgada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), em 31 de agosto. Além da premiação principal, 97 doutores receberam menções honrosas por suas notáveis contribuições por meio de suas teses.
Nascida em Manaus, de uma família afro-indígena, Khetllen mudou-se para Florianópolis para realizar seu doutorado, incorporando suas experiências e narrativas pessoais à pesquisa vencedora. A tese explora a ausência de fotos de suas ancestrais africanas e indígenas nos arquivos familiares, expandindo-se para uma investigação em busca de retratos de mulheres afrodescendentes e indígenas entre o final do século 19 e a primeira metade do século 20 no Brasil.
A pesquisa destaca o "apagamento simbólico" dessas mulheres nos arquivos e constrói narrativas visando valorizar as identidades, culturas e subjetividades das mulheres retratadas. “Todos os meus esforços são para adensar essa construção coletiva da valorização de corpos não brancos de mulheres dentro das artes visuais”, afirma a artista. A defesa da tese ocorreu em 2022 na Udesc Ceart. O trabalho de Khetllen encontra-se disponível para consulta no site da Biblioteca Universitária da instituição, dividido em duas partes.
Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
Por Luiza Vianna, estagiária de Jornalismo, sob supervisão da jornalista Heloíse Guesser.
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