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Aos 12 anos, Quézia dos Santos Góes saiu de Curitiba para morar em Florianópolis com o pai, em uma nova experiência de vida.

Oito anos depois, a acadêmica da sétima fase do Bacharelado em Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) terá uma situação semelhante outra vez, mas no exterior: fará intercâmbio de cinco meses na Universidade Ashland, nos Estados Unidos, a partir do fim de julho, em busca de conhecimentos em basquetebol que a levem à carreira de técnica profissional.

Quézia ficou em primeiro lugar na seleção do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), de Florianópolis, para o edital do Programa de Mobilidade Estudantil (Prome) que a Udesc abriu no primeiro semestre deste ano.

O Prome regulamenta o apoio financeiro e a mobilidade de alunos de graduação entre a Udesc e universidades estrangeiras conveniadas, dando passagens aéreas, seguro-saúde no país de acolhimento e ajuda de custo de seis parcelas mensais de 600 euros ou dólares.

Atual campeão da NBA

O destino escolhido, Ashland, é uma cidade de 20 mil habitantes do estado do Ohio, distante apenas uma hora de carro de Cleveland, onde vivem quase 400 mil pessoas e fica a sede do Cavaliers – essa franquia conquistou a maior liga profissional do esporte no mundo, a NBA, pela primeira vez neste mês e tem um dos melhores jogadores da atualidade, o ala LeBron James. 

No intercâmbio, Quézia cursará as disciplinas de Nutrição Humana, Fisiologia do Exercício e Psicologia do Esporte, voltada para quem quer ser técnico. Ela ficará no alojamento estudantil e ainda não sabe quem será sua colega de quarto, mas a ideia é dividir com uma americana.

Fluente em inglês, a estudante explica que um fator que motivou a escolha pela Universidade Ashland é poder aprender mais sobre basquete e praticá-lo no país que é referência mundial. "Pode ser uma porta de entrada para eu conseguir mostrar meu trabalho e voltar mais tarde", diz.

Nos EUA, há universidades públicas e particulares. Quézia estudará em uma instituição particular que é relativamente menor se comparada às públicas do país, mas, no contexto das universidades brasileiras, é maior do que a Udesc, por exemplo.

Sonho de infância realizado

Não será a primeira vez que a acadêmica estará em solo estadunidense. Em janeiro do ano passado, passou 12 dias em Orlando, na Flórida, com a turma do Baby Basquetebol, projeto da Udesc Cefid que utiliza a metodologia de basquete aplicada nos Estados Unidos.

A aluna, que sempre quis morar nos EUA, já tinha tentado o intercâmbio outras três vezes e chegou a ficar em segundo lugar. "Foi por muito pouco, mas eu acredito que tem hora certa para tudo. Acabei vivendo uma fase muito legal no basquete aqui", aponta Quézia.

Essa vontade começou na infância, quando passou a conhecer a cultura local em filmes, séries e livros. Incentivada pelo pai, ela agora embarcará para realizar o sonho de infância. Apesar de atrasar um semestre na graduação, sabe que o contato com o esporte de que tanto gosta compensará.

"A cultura do esporte é muito grande nos Estados Unidos. Lá, ter uma boa trajetória como atleta pode significar uma bolsa de estudos no ensino superior", enfatiza.

A adaptação em um lugar novo não preocupa a estudante. Quando lembra a mudança de cidade na adolescência, garante que não teve problemas para se adaptar. Antes de vir para Florianópolis, costumava visitar o pai e acabou fazendo amizade com as crianças da igreja que frequentava.

Experiência, aprendizado e metas

Desde que iniciou a graduação, Quézia participa de duas ações esportivas da Udesc Cefid: treina a equipe de basquete do Projeto de Iniciação ao Esporte (Piesp), com meninos de 14 e 15 anos, e auxilia o time feminino da categoria sub-12 e sub-13 no Baby Basquetebol.

"É muito legal ver a evolução das crianças, não só como atletas, mas como pessoas", conta. Entre treinos, torneios e viagens, diz que se aproximou muito das crianças e o time é "como uma família".

Segundo Quézia, a turma deste ano do Piesp é interessada e não falta aos treinos. "Eu coloquei a regra de que não pode ter nota baixa e os meninos correram atrás. Muitos melhoraram as notas para poder jogar basquete", observa. 

Antes de entrar nos projetos, a estudante não queria trabalhar com crianças por achar que não tinha jeito ou paciência. "Eu acabei me apaixonando por ensinar. Ver as crianças jogando e colocando em prática algo que eu ensinei é muito gratificante." 

Quézia sempre gostou de esporte e fez voleibol e handebol antes de começar a jogar basquetebol aos 14 anos. Depois de começar a estudar em outra escola, parou de praticar a modalidade durante um tempo. "No terceiro ano, não aguentei a pressão do vestibular e voltei a jogar para esquecer. O basquete era a minha válvula de escape", recorda. 

Depois de se formar no Bacharelado em Educação Física da Udesc Cefid, na metade de 2017, pretende ser técnica de basquete nos Estados Unidos e treinar todas as fases, desde o elementary (começo do ensino fundamental) ao universitário.

"Eu tive muitas oportunidades pela Udesc, me apaixonei ainda mais pelo basquete e por ser técnica. Cresci muito como profissional dentro do projeto, o que eu sei hoje veio do Baby Basquetebol", reconhece Quézia.

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Assessoria de Comunicação da Udesc Cefid*
E-mail: comunicacao.cefid@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8622

* Esta reportagem foi apurada e escrita pela estagiária do setor, Isadora Vicente, sob supervisão e edição do jornalista Rodrigo Brüning Schmitt