Cristiele (à dir.) e sua orientadora, professora Tamara,
ao final da apresentação do trabalho. Foto: Divulgação
A literatura fantástica, como a do universo Harry Potter, é uma ferramenta pedagógica que pode enriquecer o ensino de Geografia. Essa foi a conclusão do estudo realizado pela aluna Cristiele Nilles, no seu trabalho final do curso de Licenciatura em Geografia, do
Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), apresentado nesta quarta-feira, 19.
O estudo, com o título "Literatura fantástica nas aulas de Geografia: abordagens a partir da saga Harry Potter" foi orientado pela professora Tamara de Castro Régis e propõe o uso da história do bruxo mais famoso do mundo como recurso didático para motivar alunos e ajudar na compreesão de conceitos geográficos fundamentais.
A análise se concentra em vários componentes geográficos presentes na narrativa, incluindo a descrição detalhada de paisagens, a representação de diferentes culturas e comunidades através dos personagens e locais, e as interações complexas entre ambiente natural e a sociedade mágica, especificamente em torno do livro "Harry Potter e o Cálice de Fogo".
Cristiele defende que os elementos fictícios da saga, como os mapas do mundo mágico, os diferentes habitats das criaturas, até mesmo as complexas redes de transporte mágico, podem ser entrelaçados com conteúdos geográficos reais, como localização, uso da terra, urbanização e conservação, repassados em sala de aula.
Tudo isso seriam recursos para melhorar a compreensão da disciplina por estudantes.
Para agora licenciada em Geografia, a introdução de Harry Potter nas aulas de Geografia oferece múltiplas oportunidades de discussões entre estudantes, além de desenvolver habilidades críticas e criativas. "A popularidade da saga garante um alto nível de engajamento dos alunos, o que pode facilitar a aprendizagem", considera.
Harry Potter e novas tecnologias
Para a autora, incorporar a saga Harry Potter nas aulas de Geografia também abre a porta para o uso de tecnologias de mapeamento, como GIS e mapeamento digital, permitindo aos alunos criarem representações visuais dos espaços dentro daquele universo mágico. "Isso não apenas ajuda a visualizar a geografia fictícia de maneira concreta, mas também habilidades de manuseio de ferramentas tecnológicas importantes para o campo da geografia", afirma Cristiele.
A estudante defende que os educadores podem oferecer uma educação integral e envolvente para os alunos em sala de aula, a partir da integração entre literatura e ciência.
Da vida pessoal para o trabalho na universidade
Cristiele conta que os livros e filmes da saga Harry Potter tiveram um impacto significativo ao longo da sua vida. Aos 12 anos de idade, por exemplo, por conta de fatores emocionais como ansiedade e insegurança, Cristiele teve dificuldade de enfrentar os desafios da vida escolar. No entanto, a partir da leitura da saga Harry Potter, além dos filmes, a estudante percebeu a importância da coragem, amizade e perseverança diante das adversidades. "À medida que me envolvia com o mundo mágico da história, percebi uma transformação gradual da minha autoestima e na maneira como eu enxergava as minhas próprias capacidades", relata.
Já na universidade, a estudante foi incentivada por professores a unir a saga ao campo da Geografia, como ferramenta de ensino em sala de aula. "Conectar Harry Potter com a Geografia é uma oportunidade de explorar como esta série de livros e filmes aborda conceitos geográficos, como a noção de espaço, lugar e identidade cultural, e como esses elementos podem ser aplicados ao mundo real da sala de aula", conclui.
Assessoria de Comunicação da Udesc Faed
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