Na última quinta-feira, 24, três estudantes de graduação do Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) foram contemplados com o
Prêmio Jovem Pesquisador(a) do Ceart. Em primeiro lugar, ficou a aluna Maria Clara Máximo de Souza, do curso de Design Gráfico, com uma pesquisa orientada pela professora Luana Maribele Wedekin sobre o
Palazzo della Ragione, um dos principais monumentos culturais da cidade de Padova, na Itália.
Outros três alunos também receberam menção honrosa por suas pesquisas, todas apresentadas durante o
32º SIC – Seminário de Iniciação Científica da Udesc. No Centro de Artes, Design e Moda, o Seminário aconteceu em outubro com a participação de 54 estudantes de iniciação científica, sendo 16 do Departamento de Artes Cênicas, sete das Artes Visuais, sete do Design, 13 da Moda e 11 do Departamento de Música.
As pesquisas desenvolvidas e apresentadas pelos alunos integram projetos de pesquisas coordenados por professores da universidade, nas diversas áreas do conhecimento. Ao todo, foram apresentamos os resultados de trinta projetos de pesquisa desenvolvidos na Udesc Ceart. “Este conjunto de projetos mostra a diversidade e riqueza dos trabalhos que estão sendo realizados no nosso centro”, afirma Viviane Beineke, diretora de Pesquisa e Pós-Graduação da Udesc Ceart.
Os trabalhos apresentados foram avaliados por pesquisadores convidados, em conjunto com a Comissão de Pesquisa da Udesc Ceart, que conta com docentes representantes dos cinco departamentos. O Prêmio Jovem Pesquisador é uma prática das instituições que participam dos programas de Iniciação Científica, como a Udesc, e os estudantes premiados podem inclusive participar de concursos nacionais de pesquisa.
Premiados
Maria Clara Máximo de Souza, do curso de Bacharelado em Design Gráfico, foi premiada em 1º lugar com o trabalho "Em busca das fontes iconográficas de Aby Warburg: O
Palazzo Della Ragione de Padova". O projeto está vinculado à pesquisa
"Em busca das fontes iconográficas de Aby Warburg: uma peregrinação epistemológica", coordenada pela professora Luana Maribele Wedekin, do Departamento de Design e vinculada ao Grupo de Pesquisa História da Arte: Imagem-acontecimento.
De acordo com a pesquisa, o alemão Aby Warburg (1866-1929) foi um importante historiador e estudioso do Renascimento, tendo realizado o inacabado
Atlas Mnemosyne (1929), no qual reuniu mais de mil obras organizadas em 63 pranchas referentes a temas pagãos no Renascimento. Assim, o objetivo da pesquisa foi compreender a presença de monumentos no
Atlas Mnemosyne, especialmente o
Palazzo della Ragione, um dos principais monumentos culturais da cidade de Padova, na Itália, construído aproximadamente em 1218 e sede de antigos tribunais da cidade.
Afrescos do palácio contam com a presença de temas astrológicos em diferentes contextos do Renascimento e, segundo a pesquisa, o ciclo astrológico presente no
Palazzo della Ragione é considerado um dos maiores e mais complexos já conhecidos.
"Composto por três faixas localizadas acima nas paredes do Salone, inicia-se pelo signo de Áries e é finalizado no signo de Peixes. Além disso, estão associadas imagens de apóstolos católicos, animais, símbolos astronômicos e imagens referentes a ofícios praticados no mês representado por aquele trecho do ciclo. Visto isso, é evidente o uso dessas representações para a orientação de tempo das pessoas na época, considerando que cada trecho do ciclo astrológico estava vinculado a um mês do ano e percebendo também a posição do grande relógio de sol localizado no centro do ciclo, que refletia a posição astronômica quando o sol nascia, era refletida a sua posição astronômica no momento", afirmam Maria Clara e Luana no resumo da pesquisa apresentada, que segue como tema do Trabalho de Conclusão de Curso de Maria Clara.
Já
Caio Villa de Lima, do curso de Licenciatura em Artes Visuais, foi premiado com o 2º lugar, sob orientação da professora Jociele Lampert. O trabalho
"A prática de pintura em sala de aula a partir dos pigmentos da terra", que contou também com a participação da doutoranda Tharciana Goulart da Silva, está vinculado ao projeto "O estúdio de pintura como um laboratório de ensino e aprendizagem em artes visuais, do Grupo de Pesquisa [Entre] Paisagens.
A pesquisa versa sobre o uso de pigmentos da terra no trabalho da artista Silvia Carvalho (Florianópolis-SC) e o uso destas tintas manufaturadas nos cursos de Licenciatura e no Bacharelado em Artes Visuais da Udesc. "Ao pesquisar o trabalho de Silvia percebi que atualmente a manufatura de tintas é uma opção para quem rejeita o uso descartável dos materiais e deseja uma relação direta com o material, bem como, é uma possibilidade para pensar o uso de materiais alternativos em cursos de Artes Visuais", afirma Caio no resumo do trabalho.
E
Nícolas de Córdova Dorvalino, do curso de Licenciatura em Artes Cênicas, participa do projeto
"Teatro e prisão: práticas de infiltração das artes cênicas em espaços de vigilância", coordenado pelo professor Vicente Concilio, do Grupo de Pesquisa Pedagogia das Artes Cênicas. Nícolas apresentou a pesquisa "Dramaturgia coletiva: tensões da liberdade artística no sistema socioeducativo", recebendo o 3º lugar do Prêmio Jovem Pesquisador(a).
A pesquisa aborda o processo pedagógico realizado no Centro de Internação Feminina (CIF), do Departamento de Administração Socioeducativa (DEASE), em Florianópolis, onde foi desenvolvida a escrita de uma dramaturgia coletiva própria junto às adolescentes privadas de liberdade, a partir de jogos teatrais, improvisação, cirandas e outras linguagens cênicas.
Menções honrosas
Além dos três estudantes e trabalhos premiados, também foram destacados com menção honrosa os trabalhos de Monique Philippe Guimarães de Freitas Lima, do curso de Design Industrial, Vinicius Jario Pereira e Vívian Silva Fiori, ambos do curso de Licenciatura em Música.
Monique Lima apresentou a pesquisa
"Geração de exercícios didáticos utilizando o grid em perspectiva como ferramenta facilitadora na expressão bidimensional", orientada pelo professor Célio Teodorico dos Santos. A pesquisa está vinculada ao projeto "Processos de Desenho Manual e Computadorizado como Forma de Expressão Bidimensional no Design e no Ensino de Graduação", do Núcleo de Estudos Semióticos e Transdisciplinares (Nest).
O trabalho realizado nos últimos dois semestres visou a criação, adaptação e refinamento de atividades voltadas ao desenho bidimensional manual e computadorizado, tarefa que tem como objetivo ilustrar as propostas na futura publicação do projeto de pesquisa. Cada bolsista do projeto ficou responsável por um aspecto, e Monique foi encarregada da função de desenvolver exercícios de desenho em perspectiva utilizando um
grid pré elaborado, como ferramenta facilitadora na construção dos desenhos à mão livre e digitais.
Já
Vinícius Pereira apresentou o trabalho
"Cartografia de flautas no território brasileiro: levantamentos das ocorrências e características de seus agentes e suas expressões musicais", orientado pela professora Valeria Maria Fuser Bittar, do Grupo de Pesquisa Música, Cultura e Sociedade (Musics). A pesquisa está vinculada ao projeto “Músicos, Música e Instrumentos: investigação da performance na música histórica e na música popular tradicional", coordenadora pela orientadora.
A pesquisa buscou mapear culturas que trazem flautas como instrumentos protagonistas em suas manifestações musicais em parte do território brasileiro. Foram estudadas, por exemplo, as flautas que compõem as agrupações musicais conhecidas como “Bandas de Pífano”, ou “Zabumbas”, presentes no interior da região Nordeste brasileira; as flautas que compõem o folguedo chamado Caboclinho, encontradas em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba; e as flautas denominadas canudos, taquaras e gaitas, típicas do Norte de Minas Gerais, na região do rio Jequitinhonha. As informações coletadas serão divulgadas em um site do projeto.
Por fim,
Vivian Fiori apresentou o trabalho
"Música, composição e gravação: o uso de tecnologias em atividades de composição colaborativa na escola básica", vinculado ao projeto “Práticas criativas em educação musical: interfaces teóricas e metodológicas” (CNPq/Fapesc), coordenado pela professora Viviane Beineke. A pesquisa está vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas Inventa Educação Musical.
A pesquisa envolveu atividades desenvolvidas de forma remota junto a alunos de uma Escola Básica, durante o estágio curricular obrigatório da acadêmica Vívian Fiori, realizado no período de ensino remoto emergencial em função da pandemia de Covid-19. O projeto envolveu atividades de arranjo e composição em pequenos grupos de estudantes utilizando plataformas digitais.
"Durante o desenvolvimento desta pesquisa, observou-se que os estudantes trouxeram seus próprios recursos e conhecimentos tecnológicos, demonstrando o quanto já estão inseridos no contexto digital. Além disso, os espaços de diálogo sobre o processo de composição de cada grupo evidenciaram a importância do trabalho colaborativo, mesmo em situações em que o distanciamento físico nos impede de desenvolver experiências musicais presenciais", afirma Vívian no resumo do projeto.
Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
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