A obra aborda tradição, cultura e religiosidade afro-brasileira contadas por meio de fotos, testemunhos e fatos
Capa do livro. Imagem: Divulgação.
A fotógrafa Virginia Yunes graduada e doutora em Artes Visuais pelo Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde é professora de Fotografia, lança neste sábado, 19 de dezembro, às 19h, por meio de uma live no Facebook, o livro de sua autoria “Catumbi de Itapocu: Tradição e Fé na Cultura Popular Afro-brasileira”. O livro é fruto do Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura/2019, promovido pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) em parceria com o Governo de Santa Catarina que Yunes foi contemplada.
Nele é relatada a experiência de Virgínia ao viajar até Itapocu, em 2019, quando além de participar, ela teve o propósito de registrar a celebração do chamado “Natal dos Pretos”, como também é chamada a dança Catumbi, uma tradição religiosa afro-brasileira em homenagem à Nossa Senhora do Rosário, considerada como padroeira dos africanos escravizados e seus descendentes. “Lá eu experienciei, do ponto de vista etnográfico, um importante momento de escuta e um mergulho num universo que até há pouco tempo era desconhecido para mim. Foi um privilégio viver e registrar momentos expressivos dessa grande riqueza histórica, simbólica e cultural, e agora poder compartilhar”, conta.
De acordo com a autora, a origem da Catumbi remonta ao tempo da escravidão brasileira, e “a sua história permanece viva há várias gerações, revelando-se um importante símbolo de fé, resistência e organização popular”. Em 2018, ela foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina. Tal reconhecimento, segundo Yunes “reafirma a identidade negra no Brasil, ao valorizar a sua ancestralidade africana, as suas traduções interculturais e hibridismos”.
O Catumbi como traz diversos de simbolismos, assim como diversas manifestações culturais, que integra elementos sagrados do catolicismo, de matrizes africanas e da cultura portuguesa. É possível encontrar nela representação de momentos históricos, valores, saberes e crenças, incorporados e arranjados de forma hibrida, tal como é a dinâmica da cultura. Reúne elementos de diversas manifestações, como o “Terno de Reis” (visitas de casa em casa), o “Divino Espírito Santo” (símbolos, adereços, pomba na bandeira, coração) ou as “Congadas” (cortejo e a dança), entre outros. Importante é perceber o poder da memória na conservação e reelaboração o passado.
No livro, as imagens são apresentadas numa ordem cronológica ao lado de textos, que reproduzem parte de entrevistas feitas com pessoas da comunidade de Itapocu, e o significado de seus símbolos, ajudando, o leitor a entender a sequência do ritual. No livro, segundo a autora, ela mostra a preocupação em “(re)afirmar a sua identidade, dando voz e visibilidade”, explica Virgínia.
“Virginia Yunes nos apresenta neste livro suas fotos do Catumbi, uma festa para os olhos e para a alma. A sua visão nos conduz para a beleza e o entusiasmo do Natal em Itapocu, que interrompe, modifica e chega até mesmo inverter o ritmo e o espaço da vida da comunidade. Onde o sagrado deixa seu lugar e vem para o mundo, entra nas casas, transforma a frieza das ruas em passarelas coloridas e alegres”, cita a socióloga Cleidi Alburquerque no posfácio.
Serviço
O que: Live de lançamento do livro “Catumbi de Itapocu: Tradição e Fé na Cultura Popular Afro-brasileira”.
Onde: no
perfil de Virginia Maria Yunes, no Facebook.
Quando: sábado, 19 de dezembro, às 19h.
Na galeria de imagens: fotos de Virgínia Yunes,sobre a dança Catumbi.
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