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Notícia

23/12/2022-17h57

Professora da Udesc ganha prêmio Jabuti por livro sobre arte africana e afro-brasileira contemporânea

Premiados na solenidade do Prêmio Jabuti 2022. Foto: Divulgação
E é com esta notícia que finalizamos este ano: a professora Célia Maria Antonacci, aposentada em abril deste ano pelo Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), recebeu o 64º Prêmio Jabuti na categoria Artes, no eixo Não Ficção - o mais tradicional prêmio literário brasileiro e referência no mercado editorial – pela sua obra “Apontamentos da arte africana e afro-brasileira contemporânea: políticas e poéticas”.

A cerimônia de premiação foi realizada em 24 de novembro no Theatro Municipal de São Paulo. O livro produzido por Célia busca repensar o espaço para a arte africana e afrobrasileira, através de uma cartografia afetiva de artistas e obras que dialogam entre si e estabelecem uma visão radical de representações e concepções do mundo contemporâneo.

Neste sentido, a obra se entrelaça à trajetória profissional da professora, marcada por pesquisas realizadas sobre arte urbana, grafite, tatuagens e arte africana contemporânea. A escrita do livro se inicia em 2011, a partir de pesquisa de pós-doutorado realizada pela professora em Paris, França, no Centro de Estudos do Mundo Africano (Centre d’ études des mondes africains - CEMAf), além de viagens à África, conversas e depoimentos de artistas que compõem a obra.

Segundo a apresentação do livro, publicado pela editora Invisíveis Produções e com edição de Daniel Lima, “com o olhar crítico para mais de 30 artistas africanos e afrobrasileiros, o livro contribui enormemente para a aliança entre a teoria crítica da arte e a produção artística da diáspora negra. Um livro que alarga as perspectivas singulares da nossa visão do que é arte, como se produz e para quem". 

Com 320 páginas, o livro dialoga a todo momento com apontamentos de artistas, suas obras e trajetórias, como por exemplo Rosana Paulino, Sidney Amaral, Tiago Gualberto, Priscila Rezende, Aline Motta, Sérgio Adriano, Arthur Bispo do Rosário, Ernest Mancoba, Djadji Diop, Alfred Auguste Janniot, entre muitos outros.

Segundo a professora, o livro surge também a partir das falas destes artistas presentes na publicação, aos quais Célia também atribui o prêmio: “É um prêmio coletivo. Porque é a partir das obras, das poéticas que eles fazem com uma grande inserção política, e dessa disponibilidade com que estiveram de me receber e de dialogar comigo é que esse livro pode surgir”, afirma.

"O que mais me encanta nesse projeto é que eu estou por conseguir o que eu sempre quis, que é a divulgação dessas obras. A polinização desses trabalhos, a discussão sobre o racismo, as questões sobre a negritude e a colonização, e a integração dos povos. O livro não é um ponto final, mas é uma porta aberta para que muitas outras pessoas se interessem e escrevam, e quem sabe muitas universidades comecem a adotar nas suas disciplinas, nos seus conteúdos, nas suas políticas, a discussão sobre essas artes", pontua Célia Antonacci.

O Conselho Estadual de Cultura (CEC) de Santa Catarina aprovou uma moção de aplauso à professora, pela obra contemplada com o prêmio. Confira aqui.

Sobre a professora

Célia Maria Antonacci é mestra e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, professora desde a década de 90 no Centro de Artes, Design e Moda da Udesc. Aposentada em abril de 2022, lecionou no Departamento e no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais.

Pesquisadora dos processos artísticos contemporâneos, no mestrado pesquisou as manifestações urbanas dos grafites, e no doutorado as tatuagens contemporâneas e as nazi-tatuagens como códigos de intolerâncias políticas e sociais.

Já publicou os livros Grafite, Pichação & Cia (1993), Teorias da Tatuagem, Corpo Tatuado: uma análise da loja Stoppa tatoo da Pedra (2001) e As Nazi-tatuagens inscrições ou injúrias no corpo humano? (2006). Em suas pesquisas, realiza vídeos e publica artigos sobre os temas em poeticascontemporaneas.com

Sobre o Prêmio Jabuti

Conforme divulgado pelo Prêmio Jabuti, este ano a premiação teve recorde de inscritos: foram 4.290 livros, um aumento de 25% em relação à edição anterior. Segundo o site da premiação, que é realizada desde 1958, o Jabuti é um “patrimônio cultural do país”, “responsável por reconhecer e divulgar a potência da produção nacional, com a valorização de cada um dos elos que formam a cadeia do livro, dialogando com os diversos públicos leitores e, junto com eles, assimilando as mudanças da sociedade” .

O prêmio abrange 20 categorias, as quais integram quatro eixos - literatura, não ficção, produção editorial e inovação. Cada uma das categorias apresenta dez finalistas, que depois são selecionados para as cinco obras finalistas que concorrem à premiação final. A lém da obra de Célia, os demais finalistas da categoria Arte são as seguintes publicações: "Catálogo da Mostra Amotara - Olhares das Mulheres Indígenas (2a. Edição)", de Joana Brandão Tavares; "Direito, Arte e Negritude", de Rebeca de Souza Vieira e Veyzon Campos Muniz; "Não vão nos matar agora", de Jota Mombaça; e " seLecT Floresta", de Paula Alzugaray.

Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
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