Notícia

Rosana Bortolin, professora do Departamento de Artes Visuais (DAV) do Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), apresentará a obra em cerâmica Ninho Furado na exposição internacional “CERAmini: 2nd International Exhibition of Contemporary Ceramics”, que ocorre no dia 11 de abril, na Turquia. A professora é a única artista brasileira selecionada para o evento.

A artista e professora, que se sente lisonjeada por ter sua obra exposta no evento, afirma que os trabalhos selecionados estão inseridos no campo da arte contemporânea, e que, em seus modos de operar, “os artistas utilizam tanto as novas tecnologias quanto modos tradicionais”.

A obra exposta, com 20 cm de altura, 20 cm de largura e 5 cm de profundidade, foi modelada manualmente com técnica própria de Bortolin, que utilizou apenas o dedo para sobrepor camadas de argila. Essa técnica foi desenvolvida pela professora durante a pesquisa poética da série “Habitar Ninhos”, que pode ser consultada em detalhes na sua dissertação de mestrado Ninho, casa e corpo, a partir da observação dos casulos e ninhos de animais que utilizam a argila como matéria-prima.

A obra foi feita com argila branca, na Rússia, em 2017, quando a artista participou do “1st International Symposium on Ceramics” no Centro de Arte Cerâmica da cidade de Yam Gavrilov. O forno utilizado para queima foi à lenha, na temperatura de 1080ºC, com redução de atmosfera com crina de cavalo – técnica conhecida como Horse Hair Raku. Nesse método a peça é retirada ainda incandescente do forno e, sobre a mesma, são colocados delicadamente crinas de cavalo. A queratina presente na crina provoca o efeito de desenhos sobre a superfície polida da obra.

Sobre o evento

A “Ceramini: International Exhibition of Contemporary Ceramics”, que tem como sede a Abant İzzet Baysal University Faculty of Fine Arts, na Turquia, é um evento planejado para que ocorra a cada quarto anos, sendo esta sua segunda edição. Em 2014, primeiro ano do evento, a exposição contou com trabalhos em cerâmica de 167 artistas de países como Alemanha, Coréia do Sul, Rússia, Israel, Brasil, Japão, Malásia, Hungria, entre outros.

Em sua primeira edição, o evento despertou o interesse de um grande número de acadêmicos, artistas e visitantes da exposição. Este ano o evento conta também com conferência e workshop. Segundo a professora Rosana, “o meio oriente sempre teve grande tradição na arte cerâmica, há valorização e respeito pelos artistas que trabalham com essa mídia”.

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