A oficina é destinada a mulheres, não-binários e pessoas trans, não sendo necessário ter experiência anterior com a criação artística.
Imagem: Divulgação.
A iniciativa parte da pesquisa de mestrado em teatro realizada no Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) pela atriz e ministrante Júlia Prudêncio, em parceria com a
Coletiva Carochinhas. A oficina "Histórias de heroínas: onde vive o Barba Azul?" aborda o tema “era uma vez” do conto clássico “Barba Azul” e tem objetivo de discutir as realidades de ser e estar no mundo atual e também de se atentar a localizar quem ameaça aprisionar ou exaurir as “nossas” forças internas pessoais. As práticas serão realizadas à distância e online entre os dias 9 e 30 de outubro.
As inscrições vão até esta quinta-feira (1º) e podem ser realizadas através
do formulário. Há uma contribuição consciente dos valores de R$ 15,00 à R$ 50,00, e além disso, são oferecidas duas bolsas de gratuitas para mulheres negras ou indígenas, mães solos de filhos menores de idade em condição de vulnerabilidade econômica (baixa renda ou desempregada), pessoas trans ou travestis que se interessem pela oficina. Por conta da pandemia do novo Coronavírus, os encontros coletivos serão realizados virtualmente nas sextas-feiras do mês de outubro, das 14h às 17h, por meio do aplicativo
Zoom.
A mestranda Júlia Prudêncio fala sobre as práticas que pretende realizar junto ao grupo: “As práticas criativas que realizaremos nos levam a olhar de novo para os espaços que habitamos cotidianamente, ressignificando-os a partir dos elementos do conto de fadas, mapeando as descobertas de onde nossas histórias pessoais e o faz de conta se tocam. A partir desses pontos de contatos descobertos vamos para criação de cenas, sempre de forma coletiva e sob a condução da ministrante”.
O conto de origem francesa “Barba Azul” escrito e publicado por Charles Perrault, conta a história de um homem rico e assustador por sua aparência diferente e uma barba azul e também por possuir um grande mistério: ele havia se casado três vezes e todas suas esposas desapareceram sem deixar rastros. Novamente ele se interessa pela filha de um vizinho e vai até a família pedir a mão da moça, sendo recebido com espanto. Porém a mulher se encanta com sua capacidade de comunicação e riqueza e aceita o pedido, se tornando sua quarta esposa. Um dia, Barba Azul faz uma viagem de trabalho e pede que sua companheira guarde a chave de um quarto e que nunca o abra, mas ela tomada pela curiosidade, decide ver o que era escondido e descobre o terrível segredo de seu marido.
Júlia começou o trabalho com o conto no ano de 2016, enquanto realizava o trabalho de conclusão do curso de bacharelado em Artes Cênicas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Rapidamente eu e meus colegas percebemos a relação da narrativa com nossa realidade no tocante ao assunto da violência de gênero. Desde então o trabalho cênico com o conto pauta-se na mistura da ficção e da realidade, a fim de proporcionar um ambiente de reflexão crítica e de trocas de saberes de resistência”, conta.
A pretensão é que a oficina seja primordialmente um espaço de encontro e troca de saberes de resistência feministas, apoio às participantes para que não estejam sozinhas ao enfrentar o “Barba Azul” de suas vidas e que criem redes, troquem conhecimentos e achem alternativas para lidar com ele no dia a dia. Para o final do projeto, é planejada uma mostra das cenas criadas entre as participantes da oficina, com a intenção de avaliar as práticas. Além disso, a ministrante da palestra pretende analisar suas metodologias e formas de condução das práticas artísticas que compõem a oficina, para submeter seus procedimentos à teorias sobre pedagogias de caráter feminista.
“É importante dizer que ao longo de todo esse processo não buscamos cobrar um resultado rigorosamente estético dentro dessa ou daquela linguagem artística. Estamos interessadas em proporcionar um ambiente de livre exploração e criação, de compartilhamento, de descobertas e de trocas, partindo sempre da subjetividade de cada participante, das histórias e trajetórias que traz consigo. Esta é uma prática tanto para atrizes quantos para principiantes”, enfatiza a mestranda.
Esta é quarta realização da oficina, mas a primeira vez de forma virtual. Júlia Prudêncio, ainda se dispõe a conversar e responder possíveis dúvidas de quem tenha receio em realizar a prática, via mensagem direta na página do
Instagram da Coletiva Carochinhas.
SERVIÇO
O que: oficina de teatro "Histórias de heroínas: onde vive o Barba Azul?", de Júlia Prudêncio e Coletivo Carochinhas.
Quando: de 9 a 30 de outubro de 2020;
Horário: 14h às 17h;
Onde: Plataforma Zoom;
Período de inscrição: até 1º de outubro;
Inscrições: formulário Google
Número de vagas: 24
Valor: Contribuição consciente no valor entre R$ 15,00 e R$ 50,00 e oferecimento de duas bolsas gratuitas seguindo os critérios: mulheres negras ou indígenas, mães solos de filhos menores de idade em condição de vulnerabilidade econômica (baixa renda ou desempregada), pessoas trans ou travestis.
Assessoria de Comunicação da Udesc Ceart
E-mail: comunicacao.ceart@udesc.br
WhatsApp:(48) 3664-8350.