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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Psicologia e Educação (Edição Julho/2022)

COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS, O SENTIR E O SABER

Escrito por Gilmar de Oliveira

 Assista a Palestra Educacional Emocional: Somos Muros ou Somos Pontes - https://youtu.be/awpnyf6NwXA

 

Este é o último (juro que é!) dos artigos que dediquei na descrição das competências socioemocionais como base de uma Educação Libertadora e transformadora e de como essa abordagem permeia a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Não que eu veja esse documento como a salvação da lavoura na Educação brasileira, mas é, de fato, um avanço frente a tanta obscuridade nos últimos anos na gestão dos rumos educacionais e diante de tanto atraso, tanto descaso com a qualidade do que é ensinado, do que é trabalhado em sala de aula, prejudicando muito a população brasileira, deixando-os à margem dos conhecimentos científicos, tecnológicos e sem uma visão de mundo capaz de fazer a pessoa refletir e não ser tão facilmente enganada por corruptos e tantos espertalhões em templos, em empresas, nos cargos públicos e nas redes sociais.

Acredito que a citação das competências do Século XXI (documento maravilhoso entregue para UNESCO por um grupo de notórios filósofos e educadores, encabeçados pelo pensador Edgar Morín) presente na BNCC seja um dos pontos mais importantes dos contemplados no documento. Tais competências têm muita ligação com as competências socioemocionais a serem trabalhadas na escola. A seguir, um resumo sobre cada competência descrita na BNCC.

 

Conhecimento: utilização e valorização dos conhecimentos construídos sobre o mundo social, físico e cultural;

Pensamento científico, crítico e criativo: exercício de curiosidade intelectual e uso de abordagem própria das ciências a fim de elaborar hipóteses;

Repertório cultural: desenvolvimento de senso estético, visando valorizar e reconhecer as várias manifestações culturais e artísticas;

Comunicação: utilização de conhecimento das linguagens artística, multimodal, científica, matemática, digital e tecnológica;

Cultura digital: utilização de tecnologias digitais de informação e de comunicação de forma significativa, crítica, reflexiva e ética;

Trabalho e projeto de vida: compreensão das relações do mundo do trabalho e tomadas de decisões alinhadas ao projeto de vida profissional, pessoal e social;

Argumentação: estímulo à argumentação com base em informações e fatos confiáveis para negociar, formular e defender pontos de vista e ideias;

Autocuidado e autoconhecimento: reconhecimento das próprias emoções e das emoções do outro para cuidar da saúde física e mental e manter relações saudáveis;

Empatia e cooperação: exercício de diálogo, empatia, cooperação e resolução de conflitos, fazendo-se respeitar e promover o respeito ao outro;

Responsabilidade e cidadania: estímulo à ação pessoal e coletiva com responsabilidade, autonomia, resiliência, flexibilidade e determinação.

 

As competências visam à formação de cidadãos com a capacidade de resolver problemas, trabalhar em equipe, argumentar, defender seu ponto de vista, respeitar o outro e ser cada vez mais críticos.

Sugiro aos leitores a busca pela Escola da Inteligência, um portal que aborda com muita propriedade todos os aspectos da educação Socioemocional.

O desenvolvimento do autoconhecimento, da consciência sobre si mesmo, suas emoções, suas formas de interação com o mundo é a tendência de uma Educação que possa corrigir os erros educacionais infringidos às gerações anteriores, baseados no tecnicismo e, posteriormente, no conteudismo.

Mais que necessário podermos mesclar o desenvolvimento das habilidades tecnológicas com os processos de autoconhecimento e de interação entre as pessoas, de compreensão dos vínculos, da busca pelo equilíbrio emocional, das interações sadias e do entendimento de que os seres humanos são, antes de tudo, seres que sentem antes de pensar, sentem antes de falar, que são regidos por um sistema nervoso eletroquímico.

Este sistema, caros leitores, que entre um neurotransmissor e outro, entre uma sinapse e outra, transmite seus dados interligando neurônios que geram sensações contínuas, nada faz, nada consegue, senão através da geração de emoções, sensações, sentimentos e impressões afetivas que consolidam nossa maneira de ser e agir no mundo. Ou seja: nossa química cerebral, nossa forma de aprender, lembrar, processar dados, se inserir no meio e resolver problemas nada mais é do que o conjunto de sensações geradas neurônio a neurônio, bilhões de vezes por segundo. Somos o saber, que é o jeito lógico de sentir.

 

Se quiser trabalhar sobre EMPENHO e DEDICAÇÃO nos estudos, pode acessar este link e trabalhar com seus alunos: https://youtu.be/60363JE8Nkg

 
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