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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Psicologia e Educação (Edição Agosto/2021)

Volta às aulas; um novo desafio!!

Escrito por Sandra Petry

Estamos  em  uma nova realidade. Este ano a volta às aulas é diferente de todos os outros anos. Muitos impactos estão sendo percebidos, causado pelo isolamento social e distanciamento escolar... tanto negativos quanto positivos. Percebemos a necessidade de mudanças, tanto na aprendizagem quanto no desenvolvimento socioemocional.

A primeira tarefa da escola é acolher os alunos e suas famílias. Cada escola, do seu melhor modo, saberá os inúmeros motivos de seus alunos e que muitos passaram por experiências dolorosas de perdas, de luto, de privações... e isso merece atenção especial.

É preciso uma nova adaptação, uma nova rotina, tanto para os pais quanto para os filhos... e isso não é fácil. Foi tudo mudado de repente e agora precisa mudar de novo...  isso com novos comportamentos, novos cuidados, maior segurança para a saúde, ter consciência que precisa manter distanciamento dos amigos, ou seja, sem abraços, sem contato próximo, sem trocas de materiais...

O medo de se contaminar, de contaminar os outros, de ficar doente... ainda está muito presente em todos os lugares e na maioria das pessoas, o que pode gerar ansidedade e angústia. A criança vive o que acontece em casa, cada uma com suas dificuldades e trarão essa "bagagem extra" para a escola, que terá que saber lidar com todas essas diferenças.

A escola precisa perceber que suas aulas serão diferentes, não mais centradas em conteúdos sem fim, mas com novos (saber selecionar, priorizar) conteúdos e novo modo de avaliação neste novo semestre. Os planejamentos serão a curto e a longo prazo. Estará recebendo seres humanos diferentes e terá que saber acolher. Os alunos necessitarão de ajuda para administrar seus próprios sentimentos e partilhar os dos demais. Momentos de conversa individual (conforme a situação) e coletivas podem ajudar muito para o apoio pedagógico.

A nova escola terá que se inovar, se tornar um lugar em que todos gostem de estar, um lugar de segurança física (saúde) e emocional.  Uma boa sugestão é tornar o ensino mais lúdico e mais divertido, utilizando-se de brincadeiras, jogos, músicas, teatro, apresentações, interações (mantendo a distância segura).

A escola deverá saber buscar a parceria das famílias, que também estão ansiosas para o sucesso deste retorno. As famílias podem manter maior contato com a escola e com os demais pais... um grupo de whatsapp ajuda muito (claro que precisa ficar restrito aos assuntos escolares e de interesse dos alunos, para evitar contingências.

O professor também precisará de ajuda física e emocional. É o elemento principal, que fará a ponte entre a escola e as famílias. Precisa ficar atento a cada aluno, prestar atenção ao seu comportamento, fazer o acolhimento quando perceber algo diferente, tanto no comportamento quanto no rendimento escolar.  A criança / adolescente pode demorar para mostrar seus sentimentos. Agora, mais que nunca, o professor deverá fazer necessários encaminhamentos a outros profissionais para que estes possam ajudar seu aluno. Incentivar a empatia, a tolerância e a amizade entre eles também é um ponto forte. Saber ver a dor do colega e respeitar o momento de cada um. O "medo" de encaminhar não existe mais.

O professor precisa, além de cuidar de si próprio, de sua saúde física e mental, se preparar para receber seu aluno, detectar o que está faltando de conteúdo e repor, recuperar seus alunos, elaborar maneiras diferentes de ministrar suas aulas, de avaliar seus alunos. Terá que adequar o ensino a cada aprendizado, individualmente e coletivamente, se reinventar a cada dia. A realidade é outra, conteúdos, objetivos e didática mudaram, não há volta. Isso exige um esforço extra do professor. Estes novos tempos contam com a ajuda de novas tecnologias, que foram "empurradas" nas escolas e nas famílias e agora este recurso tornou-se um aliado, todos podem aproveitar ,muito bem das tecnologias e usá-las a seu favor. Novas metodologias foram e serão desenvolvidas.

Todos os envolvidos no ensino e aprendizagem percebem as diferenças, as novas dificuldades e as novas facilidades. Percebeu-se nitidamente que existem diferentes aprendizagens em uma mesma turma de alunos e as adaptações são necessárias. Foi percebido que cada aluno é um ser diferente, não são números em uma turma, que cada um tem seu ritmo, seu tempo e suas próprias habilidades, que também devem ser reconhecidas e incentivadas.

 

Sandra Petry é Psicopedagoga

 
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