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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Psicologia e Educação (Edição Novembro/2015)

Gênero, Sexo e Família - É Papo da Escola, Sim!

Escrito por Gilmar de Oliveira

Eu não sou Homem. Não sou Mulher. Sou Humano. Não sou macho. Não sou fêmea. Sou PESSOA, SOU CIDADÃO. Estas pequenas observações já são mais que suficientes para mostrar o que a sociedade atual, nos países sérios e que estudam, pensa a respeito de gênero. 

Enquanto a casta baixa e sem letras na sociedade latino-americana, permeada pelo cristianismo distorcido por falsos líderes, que misturam pensamento medieval, judaísmo primitivo do Antigo Testamento, luta para reafirmar o papel do macho humano - como se ele existisse - e para reafirmar a falta de papel da fêmea humana, para mantê-la submissa, as escolas e universidades do mundo desenvolvido compreendem bem que os humanos não podem se segmentar em “coisas de mulher e coisas de homem” ou em funções de mulher e funções de homem.

A ideologia de gênero, proibida nas escolas em muitos estados e banida do Plano Nacional de Educação, trata justamente da árdua tarefa de tirar da cabeça dos jovens alunos, os futuros cidadãos, que homem e mulher são diferentes, mas tem o mesmo valor dentro de uma sociedade. Que não devem existir tarefas próprias de um gênero e indevidas ao outro. E que, claro (o mundo está aí para mostrar), existem, sim, mais de dois gêneros, pois somos mais que macho ou fêmea, mais que homem ou mulher, somos humanos. Devemos ser livres como indivíduos e como sociedade. E numa sociedade, as pessoas têm direitos iguais em suas escolhas pessoais, desde que não afete a vida alheia.

Ou seja: para as escolas brasileiras, principalmente as públicas, nossos alunos podem saber tudo sobre gametas, sobre cromossomos, guanina, timina ou reprodução, achando que homem e mulher se formam no útero. Papeis de g~enero são construções sociais, sim. E mal construídas! Pois homnes sempre sobrepujaram mulheres. 

E na cabeça de políticos-pastores e padres, estes  fundamentalistas manipuladores, que se fizeram eleger pelo voto do cabresto das igrejas, nas escolas brasileiras não há transexuais, nem travestis (são diferentes), não há pessoas com gênero indefinido (sim, existem). E, se houverem, devem ser vistos como aberrações. A função da Educação é elevar o nível de conhecimento; jamais repetir erros sociais e exclusão, embora ainda é o que ocorre. 

As famílias brasileiras são machistas, sexistas, exploram e desvalorizam a mulher, mas valorizam a fêmea. Estas famílias trazem preconceitos sexuais absurdos, prova cabal de que as escolas vêm falhando na formação de cidadãos nas últimas décadas. 

Não sabem orientar sobre sexualidade, gravidez, sexualidade na adolescência. Tais temas podem ser trabalhados em conjunto (escola e família), mas jamais delegar às famílias, muito menos as que são formadas em desequilíbrio social e familiar, a Educação Sexual e o Combate ao Preconceito. Isto aliena e faz as famílias reféns de líderes religiosos e suas ideias sedutoras, carregadas de preconceito, exclusão e alienação pela ignorância, elementos básicos da receita do ódio.

A escola precisa ser neutra, mas esclarecedora. Instruir, fazer pensar. Ser neutra, científica, esclarecedora. É cumprir a lei e ser laica, isenta de favorecimento para alguma doutrina ou religião. É esclarecer, educar e transformar. Nada de base religiosa no conhecimento. Escola é ciência, conhecimento. A fé sim, em casa, mas se o aluno pensa com autonomia saberá ver se a sua religião prega ódio e preconceito ou prega o amor e saberá ser seletivo.

Falar na escola sobre gênero é mostrar igualdade entre estes gêneros, é trabalhar o aluno para que este compreenda que uma pessoa pode ter atração por homens, outras por mulheres, que uma pessoa pode ser mais masculina ou mais feminina, pode ter escolhas sobre seu corpo, sem sofrer agressões, humilhações ou constrangimento. 

Discutir gênero é mostrar a responsabilidade de pai e mãe ao gerar um filho. É mostrar o planejamento familiar. É mostrar que família é quem se ama, mesmo não sendo apenas papai-mamãe-filhos.  

Evitar abusos sexuais, prostituição juvenil, discutir papeis: homens lavam louças e trocam fraldas, que mulheres precisam receber os mesmos pagamentos que os homens na mesma função, que a dupla ou tripla jornada (casa, filhos e trabalho) é tarefa de homens e mulheres. Uma das tarefas da escola é mostrar que Honra não está dentro das calças. Está no caráter!

 
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