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Jornal da Educação

Psicologia e Educação (Edição Outubro/2011)

Dia das crianças: O maior presente: pais em equilíbrio entre o afeto e a cobrança

Escrito por Gilmar de Oliveira

Os pais das outras gerações tinham uma tarefa mais fácil, quanto à forma ideal de educar um filho, pois o mundo até 100 anos atrás pouco mudava entre um século e outro. A única forma de educar com sucesso (nossos avós e bisavós) seria repetir os valores e verdades que já existiam naquele mundo antes deles. 

Vantagem para as bocas fechadas e o conformismo. Alguém lucrava com isso. A escola agora percebe que educou gerações inteiras de vacas de presépio e com uma alienação social e política que nos empurrou a esta sociedade que está aí: sem voto correto, sem justiça social, sem mobilização contra corrupção.

Atualmente, a sociedade, seus valores e idéias mudam completamente em poucos anos, com novas tecnologias, ideais e consumo, dentre outras mudanças, que tornou confusa a idéia de criar um filho preparado para o mundo atual. Simplesmente não há fórmula pronta nem certa.    

Os pais estão deixando a tarefa de educar para a escola. É um grande e terrível engano. Já disse neste mesmo espaço: A escola ensina, mas é a família que educa. Também deve vir de casa e ser reforçado na escola o espírito competitivo, a consciência de que se eu não fizer o meu melhor, alguém fará no meu lugar. Se eu não me esforçar ao máximo, eu perco a vaga, a chance e a vez. Isso deve vir desde pequeno. Como esperar dos filhos que sejam profissionais dedicados se os pais apresentam todos os dias um modelo de estagnação e desinteresse pelo próprio progresso?

Quem quiser ter filhos realizados deve exigir deles desde crianças que façam o melhor: A China só cresceu como vemos porque a tradição oriental faz com que eles jamais se contentem com pouco. Principalmente em questões de estudo, eles são exigentes com os filhos, não ficam com “nhenhenhém” socialista de não competitividade, mesmo estando num Estado Comunista.

Ao contrário, as crianças brasileiras são educadas em ambientes escolares repletos de ideologias ultrapassadas (e socialistas), que não incentivam a competição, não valorizam ser o melhor, como se não vivêssemos num país socialista. Mas se vêem apertadas pela competição ao se lançarem no mercado de trabalho.

Os pais estão sendo frouxos na cobrança por leitura, das tarefas escolares e domésticas e isso se reflete na carência atual de mão de obra qualificada no mercado. Nunca se aprendeu tão pouco, jamais vimos crianças (e jovens) tão inseguras e dependentes, mas nunca os filhos tiveram tantos bens de consumo. Isso deve ter alguma relação.

Se nossos jovens não querem mais se esforçar, é porque seus pais os acostumaram num ritmo tranqüilo demais, sem exigências, fazendo tudo por eles. Estamos formando uma geração de molengas.

Cobrança sim, mas precisamos abrir mais espaço para o afeto e a atenção para nossas crianças: assim, trabalhamos para seu equilíbrio psíquico e um amor incondicional.

Sempre faltará algo. Ser pai e mãe é ser contraditório, é romper e reviver dogmas e sentimentos do filho que ainda existe em cada um dos adultos. Fomos filhos imperfeitos e somos pais na mesma situação, isso dói em assumir, machuca nosso ideal do ego, porque a condição humana sempre nos impulsiona a querer mais.

Nossos afetos nunca serão suficientes. As cobranças dos filhos dirão isso. Mas poderíamos ter, na prática, mais tempo gostoso com a criança. Trabalhamos demais para oferecer bens de consumo aos pequenos, ainda mais aqui na região.

Nos finais de semana, limpam a casa e lustram os carrões. A lama na lataria e a poeira da casa se tornam mais valiosos que o contato com os filhos. Adeus piquenique, jogo de bola, dominó familiar... O que realmente vale na vida e que marca a infância como feliz. 

O Dia das Crianças ideal é a cada dia, em nossos lares, acordando as crianças com um sorriso e uma brincadeira, dentro da pressa permitida por nossos compromissos diários. 

O amor real se faz com momentos felizes que nós construímos com os filhos, desde que realmente estes momentos passem prazer aos pais. Afinal, do que adianta ficar com os filhos se este momento é agonizante, um suplício para um pai ou uma mãe?

Quer dar uma alegria gigante e inesquecível a uma criança? Tire um tempo do dia para brincar com ela, por menor que seja seu tempo. Pois é a qualidade do tempo que vale e que realmente faz bem à criança, não a quantidade de tempo. Seu filho precisa muito da criança que existe em você. Você também!

 
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