Escrito por Sheila Steffen
A leitura e a escrita são capacidades essenciais ao ser humano inserido em uma sociedade contemporânea, ambas não são habilidades isoladas, necessitam de uma série de fatores para se desenvolver plenamente, tais como: fatores ambientais, sociológicos e cognitivos. Muitos fatores podem interferir significativamente para um distúrbio de aprendizagem na leitura e na escrita, no estudo em questão, a dislexia.
A dislexia é uma disfunção que, conforme FONSECA, significa: "'dis' pobre ou inadequada aprendizagem, ou fraca apropriação de aquisições, e 'lexia' que significa linguagem escrita". (FONSECA, 1995, p. 328). Ou ainda, de acordo com (GRÉGOIRE & PIÉRART, 1997, p.20) "é uma dificuldade para aprender a ler, apesar de uma inteligência suficiente- o QI deve ser normal- e de um ensino clássico".
A dislexia pode ser classificada em três grupos: a disfonética ou auditiva: dificuldade de discriminação auditiva de sons próximos troca de sons próximos; diseidética ou visual: a pessoa apresenta dificuldade na percepção visual das palavras, escrita em espelho, trocas entre letras semelhantes e a mista: possuem características dos dois tipos de dislexia acima relacionadas, as dificuldades apresentadas são muito grandes, pois englobam as duas dislexias (auditiva e visual).
De acordo com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA: o diagnóstico de dislexia não é simples de ser realizado, deve ser feito por uma equipe multidisciplinar formada por um neuropsicólogo ou psicólogo, um psicopedagogo e um fonoaudiólogo. Em alguns casos há a necessidade de consultar um psiquiatra ou um neurologista e um oftalmologista. É importante levar em consideração o meio social em que a pessoa está inserida, todas as possibilidades devem ser levadas em consideração.
Se não forem proporcionadas ao disléxico, possibilidades pedagógicas favoráveis ao aprendizado, a dislexia pode resultar em dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, torna-se de fundamental importância o diagnóstico correto e um trabalho paralelo do desenvolvimento da escrita e leitura com os alunos disléxicos, estabelecendo ação conjunta com a escola, demais alunos, professores e pais e só assim o trabalho pedagógico será efetivo.
Ao entender a importância da leitura e escrita no processo de ensino-aprendizagem delineia-se a idéia de que a dislexia interfere significativamente na vida escolar do aluno que tenha o distúrbio e percebendo, dessa forma, o papel que a família e a escola exercem no auxílio ao indivíduo que apresente tal disfunção.
Cabe aqui ressaltar a importância da responsabilidade e da função do professor frente a esse distúrbio, e que é prioritário a compreensão deste profissional sobre a dimensão implicada na dislexia, a consciência de que ninguém aprende da mesma forma, por isso a importância de se respeitar as individualidades e de diversificar as estratégias de ensino, bem como o modo de se avaliar esse aluno.
Percebe-se, porém, que na maioria das vezes os professores não se encontram preparados para identificar e encaminhar para avaliação (por uma equipe multidisciplinar) o aluno que apresente dificuldades no processo de aprendizagem, com o intuito de constatar se há distúrbio ou não. A avaliação não deve ter como objetivo a rotulação do aluno e sim, a partir desse diagnóstico o professor proporcionar meios para promover a aprendizagem significativa desse aluno.
É um tema que se encontra em constantes pesquisas, com muitas descobertas recentes, que tem tomado cada vez mais espaço no cotidiano escolar, despertando cada vez mais interesse entre pais, educadores e pessoas que compreendem a importância da leitura e da escrita no dia-a-dia do ser humano.