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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Psicologia e Educação (Edição Outubro/2007)

Sobre a inteligência...

Escrito por Gilmar de Oliveira

De uma forma simples, pode-se dizer que inteligência é a capacidade de resolver problemas.

A inteligência é a HABILIDADE que um ser possui de, utilizando-se da experiência e dos dados sensoriais obtidos no ambiente, elaborar uma resposta adequada para superar suas dificuldades.

A formação da inteligência se dá por fatores biológicos e sociais. É fundamental, principalmente do nascer ao final da infância, que a criança seja estimulada a vivenciar as mais variadas experiências de interação social.

A estimulação dada pela experiência e convivência ativa os circuitos cerebrais, pois os sons, imagens e tudo que a criança capta do meio através dos sentidos é registrado pelo cérebro, que transforma estes estímulos em sinais elétricos, que percorrem "caminhos" entre os neurônios, interligando-os mais e mais. Esta interligação entre os neurônios é chamada sinapse. Quanto mais sinapses, mais inteligência.

Um ambiente pobre de estímulos, sem muita conversa, sem desafios a serem explorados pela criança, a baixa interação com pessoas (a criança aprende imitando) diminui a capacidade do cérebro estabelecer mais sinapses, diminuindo o potencial intelectual. Há casos, inclusive, de deficiência mental por privação cultural.  Também vale lembrar que se deve evitar, nas brincadeiras e resolução de tarefas, as cobranças, quando a criança erra, pois tudo o que ela faz é aprendizado, inclusive seus erros.

O diálogo é fundamental para a criança compreender e ser compreendida, além de enriquecer o vocabulário. O afeto é primordial no desenvolvimento da inteligência, pois experiências negativas diminuem o desejo da pessoa continuar tentando fazer uma tarefa.

Os professores não precisam mimar ou encher alunos de beijos, mas elogios, sorriso e cordialidade, o reconhecimento do esforço ajuda muito. Lançar desafios que envolvam atenção, memória, estímulos múltiplos como cores, formas, letras, números, cálculos do simples ao complexo, brinquedos e brincadeiras desenvolvem a inteligência e a cognição.

A leitura é o combustível do cérebro, talvez o melhor exercício para desenvolvimento intelectual. Mas desde que seja algo ligado à vida da pessoa, ou que faça sentido, que respeite o desenvolvimento da criança, sua etapa de maturação e sua curiosidade.

Nos esportes, existe a escolha da modalidade que combina perfeitamente com o perfil psicológico da criança. Para se obter um fenômeno esportivo nos esportes profissionais, é preciso mais: a inteligência corporal combinada com um excelente padrão genético.  Por isto, é tão raro aparecer um gênio como Pelé, Hortência, Oscar Schmidt ou Roger Federer, pois são muitos fatores, além da inteligência, que devem ser combinados numa só pessoa.

A ciência ainda não descobriu porque tão poucos são realmente brilhantes em cada profissão, mas acredita-se que as conjunções são as mesmas, como no esporte.

No Brasil, levamos muito a sério as pesquisas universitárias dos estrangeiros versando sobre inteligência, mas muitas carecem de conclusões neutras, pragmáticas que validem mesmo a descoberta. Resta-nos verificar se o método da pesquisa, a amostragem, o padrão estabelecido corroboram para sua validade na comunidade científica. A grande maioria destas pesquisas de que temos notícia pela mídia, afunda em qualquer estudo mais aprofundado sobre o método e a interpretação dos resultados, mas disso não ficamos sabendo...

Na maioria das pesquisas sobre inteligência, sobre quem é mais inteligente (homem ou mulher, negros ou brancos, altos ou baixos...), que vem sendo feitas há mais de cem anos, quando repetidas mesmo que com as mesmas variáveis e métodos, NUNCA se encontrou dois resultados iguais. Donde concluímos que a maioria das vezes são tendenciosas, levantam mais questionamentos para receberem mais verbas. Talvez alguém lucre com isso, não é mesmo??

 
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