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Jornal da Educação

Notícias Anteriores (Edição Setembro/2009)

Estudo prova que alimento orgânico é bom para a saúde do corpo, do bolso e do ambiente

Escrito por Jornal da Educação

A professora de Matemática, Suzana Beatriz Kotovicz , da EMEB Paulo Fuckner, de Bateias de Cima, foi uma das 50 finalistas, entre os mais de quatro mil concorrentes de todo o país, na categoria professor de matemática, com o projeto Pirando com a Matemática e Esbanjando Saúde, desenvolvido com os alunos das 7ª série.  

Campo alegre - Para Suzana, que teve um de seus primeiros trabalhos publicado no Jornal da Educação, logo no início de sua carreira como professora, as competências docentes compreendem conhecimento, habilidades, atitudes e pensamento estratégico. “Para ensinar, não basta conhecer a matéria, é preciso, entre outras competências, transformar o saber disciplinar em conteúdos acessíveis aos alunos. É preciso ter ‘domínio de procedimentos’”, reforça.

“Já quanto ao ensino da matemática, sabemos que hoje já não é importante fazer cálculos imensos com lápis e papel. As máquinas podem fazê-los por nós. O importante é preparar-se para tomar decisões, pensar globalmente, compreender linguagem variadas, raciocinar de forma criativa, tudo o que as máquinas não fazem por nós. Para tanto, faz-se necessário uma didática que realmente permita ao aluno o desenvolvimento de suas múltiplas pontecialidades”, acrescenta.

 

Matemática significativa

O projeto Pirando com a Matemática e Esbanjando Saúde envolveu este “ensinar matemática”, uma vez que, abordando a vivência da turma, foi possível implementar significação ao conteúdo matemático e levá-los ao processo de aprender a dar uma resposta, conseguir pôr à prova os resultados, testar seus efeitos, comparar diferentes caminhos, questionar sua própria resposta e conceber o ensino-aprendizagem não pela mera reprodução, mas pela reflexão. 

As ações do projeto foram viabilizadas em três meses. A primeira etapa, uma intensa pesquisa a cerca de alimentação saudável e de como manusear uma plantação orgânica ou não, contou com a participação da comunidade escolar e especialmente dos familiares dos alunos, a maioria filhos de agricultures e que tiram da terra seu sustento.  A escolha do tema, levou em consideração o fato da escola estar inserida num município no qual 80% de famílias, tira seu sustento da agricultura. 

“O objetivo foi matematizar, analisar e provar que o plantio orgânico e, também, o consumo de destes alimentos nos beneficiam não somente do ponto de vista da saúde, mas também economica e ambientalmente. Para tanto, nossa ação estendeu-se a divulgar os dados pesquisados, matematizar todo o custo de um plantio orgânico e químico, analisar os resultados e fazer estimativas”, explicou a professora.

 

Etapas da aprendizagem

Toda a ação dividiu-se em três etapas: coleta de dados, levantamento de problemas e busca de soluções. Após todo um levantamento de dados, os alunos eram desafiados com questionamentos relevantes e propositais, com o objetivo de levar ao raciocínio que desencadearia um novo conteúdo matemático. Levando-os a aprender diante de suas próprias argumentações e a elaborar seus próprios conceitos.

 

LEVANTAMENTO DE DADOS - Para verificarmos se as pessoas estão consumindo a quantidade ideal de frutas e verduras, alunos e professora foram à pesquisa de campo. Porém, na entrevista as pessoas falavam o que, normalmente, consumiam e não a quantidade em gramas, dados levantados durante pesquisa. O passo seguinte, então, foi pesar as principais frutas e verduras e estabelecer a média de consumo de cada fruta, em gramas.

  

MÉDIA - Como cada produto possui um peso diferente, foram calculados através de Média Aritmética e montada uma tabela. Durante a elaboração da tabela a professora aproveitaou para introduzir outros conteúdos, como a Média Ponderada, por exemplo. A tarefa de relembrar e demonstrar as diferentes formas e rever os números decimais foi desempenhada por equipes distintas que também repassavam os conteúdos aos colegas. Foram também comparados os resultados dos cálculos usando diferentes tipos de médias.

 

TABELAS E GRÁFICOS - Tabela pronta, com as possíveis médias dos pesos das frutas e verduras. voltou-se à pesquisa. Cada equipe pesquisou algumas famílias. Os dados foram tabelados e graficados. Toda a interpretação foi passada para porcentagem, e os gráficos feitos usando recurso computacional. Os gráficos de setores foram produzidos manualmente, usando compasso e transferidor.

 

CUSTO - Porém, a pesquisa demonstrou que a maioria das nossas famílias consome frutas e verduras de sua própria horta e pomar. No entanto, dados da EPAGRI confirmam que 90% dos agricultores ainda fazem uso de produtos químicos para o plantio. Decidiu-se então, fazer um comparativo de custo de uma plantação química e de uma plantação orgânica, tendo como base um hectare.

 

SISTEMAS DE EQUAÇÃO - Durante a exploração de alguns preços, foram elaborados alguns sistemas de equações. Os sistemas foram resolvidos pelos três métodos: adição, substituição e pelo método gráfico.

 

RENTABILIDADE - Através de cálculos e pesquisas ficou comprovado, sem nenhuma dúvida, que a produção orgânica é muito mais vantajosa em todos os âmbitos. Economicamente, as análises matemáticas compravaram. Em relação ao meio ambiente, já é sabido que sem adubos químicos a vida do solo é mais longa. E em relação à saúde, sabe-se que diariamente são detectadas doenças causadas pelo consumo de produtos químicos.

 

Conclusão da professora

“Em detrimento de experiências em outras turmas, cujo recurso pedagógico foi o livro didático, o projeto nos remeteu a outras fronteiras do ensinar matemática. A construção de conceitos frente a inserção de conceitos e definições pré-estabelecidas possibilitou aos estudantes uma ação participativa no seu processo de aprendizagem. Levando-os a aprender em cima de sua própria argumentação. Elaborando seu próprio conceito a cerca do conteúdo apresentado”, registra a professora. 

“O que permitia-lhes, pela auto-confiança, debater e apontar esta ação à toda comunidade escolar, que em decorrência, após comprovadamente avaliar a atividade como viável e lucrativa em âmbitos sociais e econômicos, passa a apresentar uma perceptível mudança de atitude, rompendo neste momento o pré-conceito que se tinha de uma turma que vinha de um sistema multisseriado de ensino, mostrando que defasagem de conteúdos, desinteresse, falta de objetivos, desvalorização de sua vivência, tudo isso deve ser resolvido através de ações que abram oportunidades para mudar. 

Suzana informou ainda que os alunos já fizeram o minhocário em casa e passaram a cuidar na compra de seus alimentos. E acrescenta, “considerando que são futuros pais e mães, agricultores ou consumidores, já têm outra visão acerca da atividade que os cerca”. 

Satisfeita e feliz com o  reconhecimento em nível nacional de seu trabalho, Suzana fala do orgulho que sente em trabalhar na “Paulo Fuckner”, uma escola localizada há cerca de 30 kms do centro de Campo Alegre, na zona rural, inaugurada em  para congregar estudantes de 13 escolas multisseriadas, mas que continua firma na busca pelo aperfeiçoamento e em implementar qualidade aos ensinamentos matemáticos oferecidos aos estudantes naquela unidade escola.

 
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