Escrito por Jornal da Educação
Joinville- A poesia é o instrumento para desenvolver nos alunos da escola rural “Hermann Muller” a sensibilidade para as questões ambientais. Neste ano, o Projeto Canteiro de Poesias trabalhou a fauna local, objetivando diminuir a prática da caça ilegal pelos familiares e demais moradores da região do Rio Bonito.
O projeto vem sendo desenvolvido há três anos e este ano, os animais típicos da região foram o alvo dos estudos e das poesias dos alunos. Criado há três anos, pelas professoras Silvia Maria da Silva e Silvane A.da Silva Almeida, que também é diretora da escola, o projeto resulta em muito conhecimento, consciência ecológica e numa grande festa cultural.
O tema foi escolhido porque a escola percebeu que a caça, atividade ilegal, ainda está muito presente na cultura local da Estrada da Palmeira e, devido a isso, muitas espécies estão ameaçadas.
Com a ajuda dos pais, professores e alunos reconstruíram a Arca de Noé, o palco para as apresentações de todos os trabalhos desenvolvidos pelo projeto, realizada na presença de autoridades, familiares e convidados.
"Levando para a sala de aula o projeto 'Canteiro de poesias' e tratando-o de forma interdisciplinar, alunos e professores fortalecem seus relacionamentos e passam a cuidar do ambiente escolar e a se interessar pelo que acontece fora dele, mostrando a parentes, vizinhos e amigos que todos fazem parte do planeta", comenta Silvane.
O projeto envolve desde crianças da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, bem como toda a comunidade. Foram realizadas aulas de campo, visita ao Santurário Rã-bugio, oficinas, palestras, produções e saraus de poesias, além de informativos.
Circo dos horrores
Durante o 3º Café Flor & Poesia foi construído o Circo dos Horrores, uma barraca de lona preta onde foram expostos objetos usados para a caça, animais empalhados e armas. A barraca era o lado negativo e sensibilizou os alunos e demais visitantes.
"Toda comunidade foi chamada a visitar o local e quem entrava lá acabava se sensibilizando para o horror que é a caça", disse Silvane
No palco e nas demais dependências da escola, muitas atividades e poesia. Uma exposição de recriação dos bichos da fauna local reproduzidos com materiais recicláveis foi outro atrativo. “O recital de poemas foi tão marcante para os alunos que durante o intervalo, a brincadeira passou a ser recitar poesia”, registrou a diretora da escola.
O TAMANDUÁ
(DANIEL VINICIÚS MARCELINO)
EU CONHEÇO UM ANIMALZINHO
OLHE ELE LÁ
É O TAMANDUÁ!
EU GOSTO TANTO DO TAMANDUÁ
PORQUE ELE TEM UM NARIGÃO
QUE DÁ PARA DAR UM BEIJÃO!
MAS DIZEM QUE O TAMANDUÁ
ANDA DESANIMADO
POIS O CAÇADOR PERSEGUE O COITADO
O TAMANDUÁ
QUER LIBERDADE
ESSA SERÁ A SUA MAIOR FELICIDADE!
A ONÇA
(BRUNA TAÍS LIMA)
A ONÇA ME CONTOU
QUE A MATA FOGO ESTÁ PEGANDO
A ONÇA ME CONTOU
QUE O CAÇADOR, TUDO VEM MATANDO
A ONÇA ME CONTOU
QUE ESSE BICHO QUE MATA
NÃO TEM PENA, NEM DOR...
DEVE TER ESQUECIDO O QUE É O AMOR...
CARANGUEJO
(ISABELA NUNES)
CARANGUEJO ME CONTOU
QUE O MANGUE TÁ RUIM
DEBAIXO DA ÁGUA ELE ESCUTA ASSIM:
PIM!
CAI MAIS UMA SUJEIRA NO MANGUE ASSIM
EU FICO CHORANDO PRA MIM
COITADO DO MEU AMIGO
CARANGUEJO GREEN.