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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Histórias da Educação (Edição Abril e Maio/2021)

PANDEMIA E CIÊNCIA

Escrito por Norberto Dallabrida e Giulia Mazzuco Dallabrida


     A pandemia do novo coronavírus deu mais visibilidade ao conhecimento científico, que sempre pode ser atualizado a partir de novos dados e argumentos. E, em particular, vem dando espaço ostensivo aos especialistas em moléstias contagiosas, como Natália Pasternak, Dimas Covas, Gonzalo Vecina Neto e Margareth Dalcolmo, nas televisões e nas redes sociais. Eles repetem exaustiva e incansavelmente os mesmos argumentos científicos para coibir a circulação da COVID-19 – isolamento físico, uso de máscara, lavagem das mãos e, claro, vacinação.

 

      De outra parte, desde o início da atual pandemia, constata-se o posicionamento negacionista perante o poder invisível e implacável do vírus do século XXI e de seus antídotos adequados. O filósofo Luiz Felipe Pondé denominou as pessoas que têm esta postura de “idiotas da pandemia”, cujas atitudes são, especialmente, provocar aglomerações, achar que tomar vacinas é coisas de “bundão” e pensar que a cloroquina é eficaz para combater o novo coronavírus. E acredita que os idiotas da pandemia estão em todas as classes sociais, podendo ser encontrados no pancadão e no churrasco da cobertura. Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, vaticina: “terraplanismo e movimento antivacina são pensamentos muito parecidos”. Sim, meio milênio depois de Copérnico e Galileu, ainda existem terraplanistas de mentalidade medieval. E, após mais de séculos de vacinas, há antivacinistas.

      Diante do fenômeno negacionista, um atraso para o Brasil e para o mundo, o médico Dráusio Varella escreveu um artigo intitulado “o grande responsável”, no qual argumenta em favor do rigor e do caráter provisório do conhecimento científico e indica os responsáveis pela continuidade de grande número de infectados e mortos no Brasil. Cita a atitude negacionista do presidente Bolsonaro, que provoca aglomerações, recomenda cloroquina e disse que ninguém seria obrigado a ser vacinado. Frente à tragédia sanitária no nosso país, de forma magistral, conclui: “ele (Bolsonaro) é o único culpado? É claro que não, a culpa é de muitos, especialmente dos egoístas estúpidos que se aglomeram sem máscara nos bares e nas festas. No entanto, pela natureza do cargo que ocupa, os absurdos que fala e a indignidade dos exemplos que dá, o presidente da República tem sido o grande responsável pela disseminação da epidemia”.

 

      Ademais, vale citar o exemplo dos Estados Unidos. No ano passado, sob a presidência do negacionista Trump, o combate ao novo coronavírus foi um fiasco constrangedor para o país mais rico do mundo. Neste ano, sob a batuta de Joe Biden, incentivador do uso da máscara e fundamentado na ciência, os EUA já são um exemplo de combate ao novo coronavírus e de vacinação. Enfim, para um bom entendedor, meia...

 


Diretor de Pesquisa e Pós-graduação do Centro de Educação a Distância da UDESC e coautor de “A Escola da República” (Editora Mercado de Letras)

 

Estudante de Medicina na UNISUL da Pedra Brança – Palhoça.

 
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