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Jornal da Educação

Histórias da Educação (Edição Agosto/2016)

Escolarização em Santa Catarina no século XIX

Escrito por Norberto Dallabrida

    A historiografia da educação catarinense tem revisitado as transformações efetivadas nas primeiras décadas do século XX por meio de obras sobre o Ginásio Catarinense, a Escola Normal Catarinense e dos primeiros grupos escolares. Esses estudos escolares colocam em relevo a marca republicana nos ensinos primário, normal e secundário, desvalorizando as instituições escolares no período imperial.

 

    No entanto, o livro “A educação em Santa Catarina no século XIX: as escolas de instrução elementar e secundária e os debates nos jornais da época”, das pedagogas-historiadoras Leonete Luzia Schmidt, Rosicler Schafaschek e Rosmeri Schardong, editado pela DIOESC, relê a escolarização oitocentista, procurando lançar luz sobre um período histórico pouquíssimo contemplado pelos historiadores da educação. Trata-se de uma coletânea formada por três longos capítulos, resultantes de dissertações de mestrado defendidas no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC.

 

     O primeiro capítulo, assinado Rosicler, procura compreender as representações da educação em jornais tais como O Redator Catarinense, O Conciliador e Novo Iris, publicados, na década de 1850, na cidade de Nossa Senhora do Desterro – hoje Florianópolis –, então capital da Província de Santa Catarina. A autora sublinha que “os jornais eram unânimes em declarar a instrução como elemento fundamental no processo de civilização. Educar não somente a elite, mas os demais componentes da sociedade (da qual, é importante ressaltar, excluíam-se índios e escravos), colocava-se como uma exigência aos letrados e dirigentes da política catarinense (...)”. Assim, esse texto apresenta uma análise que aproxima os campos jornalístico e escolar.

 

     Tendo como título “A constituição da rede pública de ensino elementar em Santa Catarina 1830-1859”, o segundo capítulo analisa o nascimento das escolas de ler-escrever-contar na Província de Santa Catarina. A autora, Leonete, aborda a constituição física, pedagógica e legal do sistema público barriga-verde, destacando detalhes da regulamentação do ensino. De outra parte, focaliza o ingresso, a formação, o salário e a jubilação dos professores dessas escolas, geralmente homens sem formação nas escolas normais.

 

     No último capítulo, Rosmeri coloca o foco sobre o ensino secundário, explorando a existência de quatro colégios de vida curta na cidade de Nossa Senhora do Desterro, sendo dois deles dos jesuítas. Primeiro estabelecimento de ensino secundário público de Santa Catarina, o Liceu Provincial abriu as suas portas em 1857 e teve entre os seus professores o famoso naturalista Fritz Müller, mas durou somente seis anos. O Ateneu Provincial, que funcionou entre 1874 e 1883, é tratado pela autora com mais detalhes tais como os corpos docente e discente, o currículo e o internato.

 

     A obra de Leonete, Rosicler e Rosmeri apresentam-nos uma instigante releitura do século XIX por meio do mote do ensino primário e secundário. Ela é oportuna e salutar para a historiografia da educação catarinense.

 
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