Os dados do SAEB e IDEB publicados recentemente confirmam que o ensino médio é a etapa frágil da educação básica. Essa avaliação é verificada há no mínimo duas décadas, e os governos não deram respostas adequadas para revertê-la.
Em Santa Catarina os índices do SAEB e IDEB são menos piores do que aqueles verificados em nível nacional, mas a situação também é constrangedora porque destoa do estado catarinense, considerado o mais eficiente do Brasil pelo ranking do jornal Folha de S. Paulo. A questão do ensino médio catarinense envolve um triplo problema: em primeiro lugar, a exclusão de jovens no ensino médio.
Segundo dados do Dired/Ined, em 2017 havia em Santa Catarina 21.619 jovens de 15 a 17 anos fora da escola, o que equivale a aproximadamente 7% dessa população escolar. Trata-se de uma catástrofe porque a falta de inclusão do jovem no ensino suprime o seu futuro como cidadão.
Em segundo lugar, a evasão escolar no ensino médio. Os dados do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude do Ministério Público de Santa Catarina indicam que a evasão escolar cresce levemente nos anos finais do ensino fundamental, mas explode no ensino médio. Os jovens que não estão na escola ou a abandonam, aumentam o grupo “nem nem” e/ou provocam o fenômeno da juvenilização da EJA.
Por fim temos a falta de qualidade do aprendizado no ensino médio, particularmente no sistema público estadual, que ocupa as últimas colocações nas avaliações nacionais. Esta situação se deve à falta de infraestrutura das escolas, à gestão ineficaz e sobretudo à ausência de uma carreira docente atraente. Sem valorização docente substantiva não haverá mudança estrutural no ensino médio.
Nos planos dos candidatos ao executivo catarinense não constato proposta consistente para enfrentar a fragilidade do ensino médio na rede estadual. Neste segmento, a sociedade catarinense exige atitude política mais ousada.