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Centro de Educação a Distância

Jornal da Educação

Histórias da Educação (Edição Jan à Mar/2015)

As Irmãs catequistas, professoras rurais

Escrito por Norberto Dallabrida

     No dia 14 de janeiro, a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas comemorou 100 anos de fundação. Desde o século XIX, os centenários de instituições são ocasiões de comemoração e rememoração. Este canto da página se propõe a ler essa congregação católica – popularmente chamada de “As Irmãs Catequistas” – a partir da clave escolar.

 

     A criação da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas foi provocada por uma disputa entre duas redes escolares na área de colonização italiana do Médio Vale do Itajaí-açu.

 

     Os padres franciscanos alemães instalaram-se em Rodeio, em 1892, e criaram uma vigorosa rede de escolas paroquiais. Parte dos imigrantes italianos e seus descendentes não aceitou a orientação curricular franciscana e estabeleceu, a partir de 1908, as chamadas escolas “Dante Alighieri”, que recebiam subsídios e material didático do Consulado Italiano – localizado em Florianópolis.

 

     Em 1913, havia nove escolas “Dante Alighieri” no Médio Vale do Itajaí-açu, sendo que quatro localizam-se em Rio dos Cedros, três em Ascurra, uma em Apiúna e uma em Rodeio. Diante do esvaziamento das escolas paroquiais, cujas aulas eram ministradas por mestres-escola, os freis Polycarpo Schuen e Modestino Oecktering convidaram algumas jovens para se tornarem professoras.

 

    Amábile Avosani foi a primeira que respondeu ao chamado dos padres e, em 4 de agosto de 1913, começou a ministrar aulas em Apiúna; em seguida sua irmã, Maria Avosani, e Liduína Venturi passaram a atuar em escolas paroquiais. Assim, em 14 de janeiro de 1915, na capela São Virgílio (Rodeio), frei Polycarpo abençoou a nova associação religiosa, formada por três jovens mulheres, que se transformaria numa das poucas congregações católicas fundadas no Brasil.

 

    Inicialmente as Irmãs Catequistas atuaram nas escolas paroquiais da área de colonização italiana do Médio Vale do Itajaí-açu. No entanto, com a supressão das escolas étnicas colocada em marcha pelo Estado Novo – ditadura getulista entre 1937 e 1945 – essas freiras ítalo-brasileiras passaram a atuar no sistema público catarinense, especialmente em escolas isoladas e reunidas.

 

     Desta forma, as Irmãs Catequistas destoaram da ação pastoral das congregações católicas europeias estabelecidas em Santa Catarina, cujo trabalho pastoral geralmente era direcionado aos seus colégios privados.

 

     Neste ano de celebração do seu centenário de criação, as Irmãs Catequistas merecem ser lembradas sobremaneira por terem escolarizado gerações de crianças do mundo rural abandonadas pelos poderes públicos.

 
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