Neste mês de agosto, o Jornal da Educação completa 25 anos de existência. Trata-se de aniversário de maturidade, que merece ser comemorado porque a grande maioria dos jornais tem vida curta e mesmo meteórica.
No seu primeiro quatro de século de vida, é preciso sublinhar que o JE é a única gazeta mensal sobre educação em Santa Catarina – e uma das poucas desse gênero no Brasil. Como periódico segmentado, o Jornal da Educação tem contribuído para retratar o cotidiano de escolas, especialmente aquelas do nordeste catarinense, e proporcionar reflexões pedagógicas. Converte-se, assim, em importante fonte histórica para compreender a educação brasileira contemporânea.
De outra parte, neste momento de rememoração, urge dar relevo ao trabalho incessante e profissional da editora Maria Goreti Gomes – a Ana Maria Harger do jornalismo escolar joinvillense. Além de ser professora, o que lhe proporciona um contato direto com a atmosfera escolar, Goreti tem se comportado como uma verdadeira empreendedora, procurando dinamizar o conteúdo do seu mensário, bem como disseminá-lo em meio impresso e digital. Ela é, definitivamente, a alma do Jornal da Educação.
Como historiador da educação, esse clima de aniversário do JE, fez-me pensar sobre o jornal como estratégia didática. A primeira referência que me veio à mente foi a do educador francês Célestin Freinet, considerado o pioneiro do jornal escolar.
Como parte integrante do multifacetado movimento escolanovista, Freinet pensou o jornal escolar como uma atividade de socialização dos conhecimentos produzidos pelos alunos a partir de seus interesses. Não se tratava, portanto, de um periódico da direção da escola, mas uma forma de socialização de saberes – assim como a correspondência entre alunos, estimulada por Freinet.