Escrito por Norberto Dallabrida
No último dia 10 de junho, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma matéria curiosa sob o título “Cresce adesão dos pais ao ensino domiciliar”. Essa matéria afirma que, atualmente, há em torno de mil famílias brasileiras que praticam o ensino doméstico, sendo que em 2009 eram apenas 250.
No momento em que o Brasil praticamente universaliza o ensino fundamental, parodoxalmente, cresce o ensino doméstico.
Além de curiosa, essa questão é polêmica, pois várias famílias que realizam o ensino em casa estão sendo processadas pela Justiça e uma já foi condenada a pagar multa.
Tal decisão é fundamentada no artigo 6º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que reza: “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula, a partir dos seis anos”.
De outra parte, os pais que educam os seus filhos em casa – boa parte deles formados por evangélicos –, argumentam que não há, no Brasil, legislação que considere o ensino domiciliar inválido.
Os argumentos contrários ao ensino em casa são basicamente dois. Em primeiro lugar, por mais bem preparados que sejam os pais, eles não têm formação cultural e pedagógica para transmitir todos os conhecimentos da Educação Básica aos seus filhos.
Por outro lado, a escola é também um espaço de socialização, necessária para a formação de seres humanos. Nesta direção, o jornalista Hélio Shwartsman afirma: [...] a função do colégio não é só transmitir conhecimentos aos alunos, mas também ensiná-los a conviver civilizadamente uns com os outros, respeitando diferenças e aprendendo com elas”.
Apesar de a educação doméstica ser um tema polêmico, que não se esgota neste canto do jornal, concordo com essas teses.
Na História da Educação, constata-se que os preceptores educavam os filhos da nobreza da corte, que tinham um ensino diferenciado nas armas e nas letras.
A partir do século XIX, crianças da burguesia também foram educadas por professores particulares. Contudo, com a massificação do ensino, a educação cada vez mais passa pela escola.
Contudo, alguns países como o Canadá, Inglaterra, México e alguns Estados dos EUA o “homeschooling” é regulamentado.
E você, educaria seus filhos ou filhas em casa?