Escrito por Marcelo Júnior Dianesi Vianna
Dentes afiados, pele pálida, desejo insaciável por sangue, medo da cruz e objetos sagrados. Não é difícil reconhecer a figura do vampiro nesta descrição. Talvez você reconheça o nome Drácula, que dá nome ao livro de Bram Stocker. Mas você já ouviu falar sobre Jiangshi ou Camazotz?
A imagem atual que temos do vampiro vêm principalmente da literatura europeia e estadunidense, mas ele já está presente em várias histórias há muito tempo e em muitos lugares diferentes. Neste texto, vamos ver como algumas culturas representaram o vampiro.
Lamastu, a vampira mesopotâmica
Na mitologia mesopotâmica, Lamastu era filha de Anu, deus dos céus. Várias gravuras a retratam como um ser com cabeça de leão e pés de pássaro, segurando duas cobras em suas mãos e montando um burro.
A principal ação atribuída à deusa era o rapto de bebês, dos quais ela consumia o sangue e a carne. Mas outras ações eram atribuídas a ela, como por exemplo: causar a perda de uma gravidez, deteriorar plantas, infectar rios e trazer doenças.
Para buscar proteção, utilizavam-se amuletos e se entonavam encantamentos. Muitos destes pedidos eram direcionados a Pazuzu, filho do deus Hanbi, e principal adversário de Lamastu.
Jiangshi, o vampiro chinês
O jiangshi faz parte do folclore chinês e é retratado como um cadáver reanimado que passa o dia em um caixão ou lugares escuros e ataca pessoas durante a noite para absorver seu Chi, que segundo a cultura chinesa, trata-se da energia vital de cada ser. Geralmente, é descrito trajando roupas típicas da dinastia Qing, às vezes com um talismã sobre a face e se locomovendo saltando com os braços estendidos para frente. O jeito incomum de andar pode ser explicado pelo próprio nome jiangshi, que significa cadáver enrijecido.
Camazotz, o vampiro maia
A principal fonte que retrata o deus Camazotz é o livro Popol Vuh, escrito no século XVI no idioma Quiché. A obra retrata vários aspectos da cultura maia, e dentre estes, descreve as aventuras dos gêmeos Hunahpú e Ixbalanque, que acabam indo ao Xibalbá, o mundo subterrâneo. Lá, os irmãos se deparam com uma criatura antropomórfica, meio homem e meio morcego, que os ataca. O nome vem das palavras Kame (morte) e Zotz (morcego)
Estes três exemplos nos permitem ter uma visão mais ampla sobre o mito do vampiro, indo além do tradicional aristocrata que tem medo de cruzes. Cada um vem de uma sociedade muito diferentes dos outros e permite que entendamos mais sobre estas culturas.
Por Marcelo Júnior Dianesi Vianna - Aluno do 6º semestre do Curso de Licenciatura em História (Orientado pelo professor Leandro Villela de Azevedo) nas Faculdades Integradas de Ciências Humanas, Saúde e Educação de Guarulhos.