Escrito por Marcelo Júnior Dianesi Vianna
No nosso dia a dia, ouvimos constantemente a palavra saga. Geralmente a utilizamos para nos referirmos a alguma série de filmes, livros, jogos, quadrinhos, etc. Apesar disso, o termo também pode ter outro significado: As histórias escritas na escandinavia medieval, que se localiza ao norte da Europa, e tem seu nome baseado na península escandinava, território da atual Dinamarca e Suécia. Contudo, por diversas semelhanças culturais, linguísticas e históricas, o termo também abrange a Noruega, Islândia, Finlândia e as ilhas Faroé.
As sagas (Do islandês antigo Segja, que quer dizer contar, relatar) se parecem muito com outros tipos de texto, como uma lenda ou conto, mas são consideradas um modo específico de se fazer literatura e tem como objetivo principal contar a história de famílias ou indivíduos de nomes dignos de serem lembrados, com foco em exaltar valores como honra, coragem e fortaleza. Foram feitas principalmente na Islândia, sendo os anos de 1150-1350 os de maior produção.
Estas histórias podem conter tanto elementos misticos, como o uso de feitiços e armas mágicas, quanto elementos reais, como o dia a dia de um fazendeiro e discussões familiares. Sua escrita é feita em prosa e possui uma linguagem direta e rápida.
Além disso, são classificadas de acordo com seu referencial temático, alguns destes são: Sagas de reis (Konungasögur), Sagas de islandeses (Íslendingasögur) , Sagas lendárias, (Fornaldarsögur) e sagas de bispos (biskupasaga). Como os próprios nomes indicam, o conteúdo pode ser muito variado e tratar de assuntos diversos sobre a sociedade em que o texto foi escrito – ainda que tenham sidos escritas em espaço relativamente próximo de tempo. Por exemplo, as sagas lendárias dizem mais respeito a mitos e heróis do universo pagão, ao passo que as sagas dos bispos trazem elementos mais ligados a cristianização.
Agora que sabemos de onde vem e o que são as sagas, surge a pergunta: mas de que isso importa?
Hoje, mais do que nunca, as sagas são uma fonte central para os estudos sobre a escandinavia medieval, servindo tanto para compreender a chamada era viking (séculos VIII a XI) quanto o período de produção destas fontes (séculos XII a XIV).
Além disso, são uma inspiração fortíssima para a arte em suas diversas formas. Desde o século XVIII, há um aumento no número de artistas que se propuseram a criar obras baseadas em eventos das sagas, como por exemplo, a ópera Der Ring des Nibelungen (O anel do Nibelungo) de Richard Wagner.
Mas não só no século XIX ficam estas inspirações. Atualmente, há um grande número de obras baseadas nas sagas. Podemos citar o livro “O senhor dos anéis”, de
Tolkien, o anime “Vinland saga”, o jogo eletrônico “Valkyrie profile” e a série televisiva “Vikings”. Como podemos ver, a variedade é tremenda, abrangendo vários formatos de mídia.
Seja como uma fonte histórica, inspiração artística ou simplesmente uma literatura diferente do que estamos habituados, as sagas são uma leitura altamente recomendada, que influenciaram e ainda influenciam de diversas maneiras. O que é uma saga?
Marcelo Júnior Dianesi Vianna - Aluno do 6º semestre do Curso de História (Orientado pelo professor Leandro Villela de Azevedo)