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Jornal da Educação

De onde vem (Edição Outubro/2019)

Quem foi o pior governante da história?

Escrito por Leandro Villela de Azevedo

Parece que a polarização política em nosso país se mantém, para alguns estaríamos vivendo o pior governante na história de nosso país, para outros ele seria a salvação contra o governo anterior que por sua vez deveria ser considerado o pior de todos.

Discussões políticas atuais a parte, o fato é que a história já viu governantes infinitamente piores mesmo do que a pior visão que você possa ter de qualquer político moderno. Antes de seguir com a lista lembro que critérios diferentes poderiam gerar listas diferentes, sendo essa apenas uma seleção pessoal do autor desse artigo:

 

Venceslau IV da Boêmia – Tendo tido longo reinado entre 1363 e 1419 ele também foi chamado de Venceslau, o desocupado ou Venceslau, o vagabundo. Aqui a grande questão não é o que ele fez de terrível, mas o que não fez. Tão despreocupado em governar e apenas em gastar com luxo e prazeres a riqueza do reino Venceslau que havia sido eleito como Imperador do Sacro Império Romano Germânico (maior poder político da época) não se preocupou em ir nem mesmo à sua própria coroação.

Deixou seu reino e império ser dividido em guerras civis sem praticamente qualquer ação, prometeu “salvo conduto” por exemplo para Jan Hus (da pré-reforma protestante) contra o papa, mas na hora h simplesmente se calou deixando ele ser preso e morto, entre outros itens em uma gigantesca lista de inações.

 

Calígula, imperador Romano – quando se fala em líder cruel dos romano é muito comum se citar Nero, que incendiou a própria capital do império matando milhares e ainda colocou a culpa nos cristãos, gerando uma perseguição de mais de um século.

Como Calígula então pode ter sido pior que Nero? Simples, Nero equilibra seus atos terríveis com o da reconstrução de Roma pós incêndio como uma cidade moderna com aquedutos, sistema de esgoto e de saúde pública, enquanto Calígula teve um governo igualmente cruel com extermínios populacionais e perseguição de qualquer um que ele considerasse inimigo, mas sem qualquer feito considerado “bom”, só para termos ideia ele foi derrotado em batalhas contra “humanos” e só conseguiu fama como líder limitar após colocar os soldados para lutar contra “poseidon” deus dos mares e se alegar vitorioso.

 

Papa João XII – pode um papa estar na lista dos piores governantes? Aprenda um pouco sobre sua história e julgue você mesmo. Eleito papa com uma idade entre 15 e 18 anos (já que não se tem certeza exata de sua data de nascimento) acreditam que teve sua rápida ascensão nos cargos eclesiásticos por conta de alianças políticas de sua família e não por preceitos religiosos. Assim que assume o papado declara uma guerra a qual dirige pessoalmente inclusive lutando em campo de batalha, isso causa uma revolta dos nobres italianos contra ele, João XII lidera então uma guerra contra o seu próprio povo. Conhecido por sua vida em constantes atividades de festejos sexuais e orgias regadas a muitas bebidas incentivava o estupro das mulheres nas terras conquistadas. Fez diversas alianças políticas as quais quebrou em pouco tempo, tanto com o Sacro Império como com o Império Bizantino.

A situação era tão gritante que os cardeais resolveram eleger outro papa e “caçar” o papado dele. Em resposta ele atacou os cardeais mandando chicotear e cortar as mãos dos que haviam votado contra ele. Apesar da lista de ações no mínimo estranhas de seu pontificado ser extensa (como a criação de um prostíbulo em Roma exclusivo para os membros do clero) sua morte ocorreu rápida, sendo enformado durante o ato sexual com uma mulher nobre casada.

 

João II da Inglaterra – Filho de Ricardo Coração de Leão (considerado um dos maiores reis da Inglaterra) e neto de Leonor de Aquitânia (que garantiu a unificação de boa parte da Inglaterra e França) João tinha tudo para no mínimo ter um reinado longo e próspero caso não tivesse feito nada (como Venceslau IV), entretanto ele fez – Primeiramente apesar de ser o descendente direto do rei e não houvesse nenhuma contestação clara ao seu mandato mandou matar e perseguir os parentes que em teoria poderiam um dia se levantar para contestar a sua coração quase criando uma guerra civil sem motivos na Inglaterra.

A Inglaterra nessa época controlava uma parte parte da atual frança (região oeste e norte) mas querendo ainda mais ele inicia uma guerra para conquistar o restante da França, cria altos impostos para montar um exército o qual lidera tão mal que é derrotado por tropas bem menores que as dele abrindo espaço para que ao invés de aumentar o território tenha uma boa parcela do seu território perdido por uma guerra que ele próprio criou.

A falta de recursos e prestígio perante os nobres com as derrotas e impostos cria revoltas internas as quais ele também não soube lidar. Como se já não fosse caos suficiente ele decide que iria se divorciar para tentar uma nova aliança em casamento. A não aceitação do papa desse divórcio fez que ele fosse excomungado da Igreja Católica trazendo completo isolamento político dele, para piorar a família da segunda esposa por conta disso lhe retira o apoio político que havia prometido.

Para tentar se reerguer obriga que todos os nobres pagassem uma porcentagem de todo lucro que tivessem por ano, entretanto diante da situação atual praticamente não havia lucro algum de modo que o imposto além de não gerar recursos gerou o ódio dos senhores feudais. A crise financeira foi tão forte que para que não faltasse dinheiro no reino ele ordena que fossem feitas moedas de metais menos preciosos, a qual foi pouco usada dentro do reino e era rejeitada por mercenários de fora, o que ajudou a trazer a sua total ruína, deixar a Inglaterra enfraquecida por séculos e de alguma forma as disputas ingleses e francesas acabam gerando a famigerada guerra dos 100 anos nos séculos seguintes.

 
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