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Jornal da Educação

De onde vem (Edição Dezembro/2018)

Escolas sem partido desde a antiguidade

Escrito por Leandro Villela de Azevedo

Os últimos meses no Brasil viram acirra-se a discussão a respeito do Movimento Escola sem Partido quando a deputada Ana Maria Campagnolo fez um vídeo incitando os alunos a filmarem secretamente seus professores e incentivando-os a falarem sobre política. O objetivo seria ingressar com um processo coletivo.

O Movimento ganhou um novo garoto propaganda, o recém eleito Alexandre Frota, ex ator pornô. Projeto intensamente polêmico prevê que professores possam ser processados ou até presos caso em suas aulas ensinam algo que vá em oposição às ideologias, fé, ou moral dos pais.

O objetivo do movimento segundo eles é “impedir a doutrinação comunista” que esses professores estariam fazendo. Julgamentos do Movimento a parte, a ideia de se impedir que certos ensinados nas escolas não é invenção nova e nem tampouco brasileira. Veja um pouco do que outros povos e épocas já vivenciaram em situações semelhantes.

 

Mesopotâmia Antiga

Na época de Hamurabi a cidade da Babilônia se tornou um gigantesco império dominando sobre várias cidades estados e povos vizinhos como os Sumérios, Ur e Uruk.

No seu código de leis e nas regras escolares estava previsto que quem falasse em língua estrangeira nas escolas seria castigado com chibatadas. Os professores tinham que ensinar estritamente a língua e cultura babilônica.

 

Grécia Antiga

Na Grécia antiga filosofia era a forma de se estudar praticamente todos os fenômenos naturais, escolas filosóficas surgiram e se subdividiram e se especializaram.

Apesar de sua grande pluralidade e relativa boa convivência entre elas, houve uma quase unanimidade quando resolveram que Sócrates era uma má influência para a sociedade. Vale lembrar que a base do pensamento Socrático é a Maieutica: arte de se fazer perguntas contestando as verdades e crenças para que a própria pessoa chegue a conclusão do que ela realmente pensa ou acredita.

Esse método foi considerado doutrinatório pelos demais filósofos, e Sócrates foi condenado.

Ele teria de escolher entre nunca mais poder ensinar e ser exilado ou a morte, e causou grande espanto em todos quando escolheu a morte.

 

Idade Média

A Igreja católica certamente é a campeã de proibições de ensinamento. Desde o Concílio de Niceia ocorrido em 325DC, mas especialmente em outros concílios como o de Constrança, em 1414 e o de Trento, em 1542 centenas (talvez até milhares) de temas foram considerados Anátemas (proibidos de serem discutidos, debatidos ou ensinados). Havia também uma lista de livros que as bibliotecas não poderiam ter e os professores não poderiam ensinar, a lista era denominada Index Proibitorum.

 

Europa e Estados Unidos

Diversos estados americanos e países europeus chegaram a proibir que fosse ensinada a teoria da evolução de Charles Darwin no século XIX, essa proibição foi caindo aos poucos. Mesmo assim, em 1925 o professor americano John T Scopes foi condenado por ensinar a evolução nas escolas.

 

Alemanha Nazista

O auge da censura nas escolas ocorreu durante o governo Nazista de Hitler, um grupo específico chamado “União dos Estudantes Alemães” ou Deutsche Studentenschaft foi criada para monitorar as escolas e fazer denúncias contra os professores ou mesmo contra os pais que lessem livros proibidos. Esses eram queimados em fogueiras públicas. Entre os autores proibidos estavam Marx, H. G. Wells. Darwin, e qualquer livro escrito por judeus.

 
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